sábado, 7 de março de 2009

A educação da antigüidade até os dias atuais

As mudanças na sociedade não se deram isoladamente, e dentre este contexto foram acompanhadas por várias modificações, inclusive na área educativa.

Dentre nossas três primeiras aulas da disciplina Processos de Ensino e Aprendizagem podemos perceber claramente esta questão sendo que várias concepções educacionais foram abordadas em conjunto com seus idealizadores e contextos.

Primeiramente observamos a questão inatista que pregava que as respostas já estavam no sujeito, que as verdades estavam prontas e acabadas, que cabia a cada um alcançá-la dentro de si próprio, assim como afirmava Sócrates.

No medieval foi o dualismo corpo e alma que se fez presente, sendo explanado, sobretudo por Santo Agostinho e São Tomás de Aquino que defendiam que o conhecimento provinha da força divina.

Logo após surgem os empiristas representados em grande parte por John Locke com a máxima de que a educação só se dá de forma experimental. Neste mesmo ponto há ainda os Racionalistas (inatista no período moderno) como Descartes que vêm defender o uso do pensamento como meio de alcançar a verdade.

Após estes períodos onde a Teoria inatista (verdades estão no sujeito) e Teoria Behaviorista (verdades provém da experiência) foram amplamente discutidas surge então a ciência cognitiva tentando a partir das duas primeiras estudar a mente humana buscando estabelecer definitivamente a origem do conhecimento postulando que o desenvolvimento antecede a aprendizagem, palavras de Piaget.

Esta concepção encontra se ainda hoje em nossa estrutura educacional. Chegamos então ao fim de nosso primeiro ciclo em busca das raízes do conhecimento.

A abordagem Histórico-cultural de Vygotsky na educação



Os saberes de Vygotsky são considerados os mais indicados na ação didática pelos profissionais desta área, pois se adaptam perfeitamente as carências sociais da atualidade. Seus conceitos histórico-culturais auxiliam na formação dos princípios pedagógicos, destes por sua vez, destacam-se os de mediação, interação, linguagem, internalização e zona de desenvolvimento proximal. Essas concepções auxiliam o professor na forma como deve atuar no momento de transmitir seus saberes a criança.

O termo mediação infere na parte em que é preciso adaptar os conceitos ensinados a realidade infantil a fim de obter a aprendizagem máxima, assim sendo é formada por todo o conjunto de estratégias utilizadas em sala de aula.

A interação, por sua vez, compreende a formulação de saberes através da relação com o meio. Assim o individuo aprende espontaneamente a partir das impressões de seu contexto sem a necessidade do intercâmbio profissional (mediação), mas esse conhecimento pode ser utilizado de diversas maneiras como forma de incluir o próprio aluno àquilo que deve assimilar; uma estratégia doscente.

A linguagem é a principal fonte mediadora entre aprendiz e professor, e acima disso, é a forma mais clara de expressão. No meio educacional serve como eixo centralizador de exposição de conteúdos.

A internalização como o próprio nome sugere é o processo de apropriação do objeto em questão; é tornar seu algo que é externo. Deve ser um trabalho minucioso no meio educativo, pois obviamente, o sucesso didático depende diretamente de sua prática integral.

A zona de desenvolvimento proximal compreende funções que ainda estão em desenvolvimento, já existem embrionariamente, mas precisam de mediação externa para se findar correta e plenamente.

Todos estes pontos assim entendidos por Vygotsky contribuem para que cada profissional aprimore suas competências e habilidades. Basicamente constituem princípios básicos. São proposições que quando trabalhadas em conjunto nos levam a compreender o processo de aprendizagem dentro da mente infantil, desta forma, facilita o trabalho do educador, uma vez que se conhece a forma como os conhecimentos são assimilados resta então encontrar sua própria maneira de transmitir saberes.

Por mais simplificado que se encontrem tais idéias é inegável assumirmos que a responsabilidade do professor é imensa, não basta saber de cor e salteado todos estes pensamento é necessário usar de sua psique para chegar a melhor forma de trabalhar, já que cada subjetividade é carregada de elementos catalisadores que influenciarão naquilo que melhor lhe servir.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Sociedades "primitivas" americanas frente aos colonialismo europeu

Primeiramente é preciso definir o que seriam “sociedades primitivas” e compreender o contexto responsável por essa definição. Sociedades primitivas são aquelas assim classificadas por estarem “atrasadas” socialmente e em todos os outros sentidos, politico, intelectual, arquitetonico... No entanto é necessário reconhecer que quem classificou as populações americanas como atrasadas foram os europeus ao desembarcarem em nosso continente. Mas será que eles podem assumir tal função? Acredito que não. Viver e se organizar de uma forma diferente, com padrões e leis diversas não significa propriamente atraso. Mas sim que as diferenças existem e devem ser respeitadas. Logo sugerir que nossos ameríndios eram seres inferiores por este motivo foi um ato de estrema ignorância envolta num intenso eurocentrismo, o qual infelizmente, ainda se encontra muito fixado no pensamento contemporâneo.

Condenaram os indígenas por praticarem muito pouco o trabalho, mas o que eles tinham a ver com isto? A população trabalhava somente para manter suas necessidades fossem elas energéticas, habitacionais, cerimoniais, tanto faz. Mas o que importa é que viviam em paz a sua maneira e com seu hábito de trabalhar somente o quanto fosse necessário. Ironicamente podemos sustentar até mesmo uma pontinha de inveja européia nesta questão trabalhista.

Estes mesmos europeus se encarregaram de menosprezar e exterminar nosso povo nativo por considerá-los como meros animais pelo simples fato de não possuírem Estado. Tamanha foi a ganância européia ao ponto de justificar sua exploração com motivo tão fraco. Ora, do que adiantaria um Estado numa civilização onde o respeito prevalece entre seus membros sendo mantida somente sobre a coesão de um chefe, onde não há excedentes econômicos e nem criminalidade? Infelizmente nosso povo era muito ingênuo e não percebeu o perigo que corria ao recepcionar estas pessoas tão diferentes que vinham do além mar. E se alguns não o bem receberam é porque eram sábios e logo perceberam o que estaria por vir.

O fato é que as barbáries por aqui cometidas foram justificadas por diferenças. Veja você leitor que motivo repugnante. Os europeus naquela época eram os soberanos do espaço devido sua alta tecnologia frente aos demais povos e se aproveitaram disto para manter-se no apogeu, felizmente o quadro não é mais tão individualista, contudo ainda permitimos que nos explorem e saiam rindo de nós, e o intenso aproveitamento sobre nossa fauna e flora é a prova de que precisamos tomar medidas rápidas a fim de nos provarmos definitivamente como uma República independente. Termino meu texto por aqui na espera que alguma, ou por que não dizer, qualquer medida seja tomada por nossas “autoridades”.

O descobrimento das américas e o choque cultural

É injusto firmar o povo europeu como cruéis e insensíveis devido sua atuação sobre os povos ameríndios. Devemos levar em consideração a mentalidade dessas pessoas. Eles descendiam de uma população regida sobre valores extremamente autoritários que não possibilitavam qualquer contestação. Os dogmas católicos manipulavam os comportamentos de toda a população sem exceção alguma. Quem contrariasse as verdades religiosas era cruelmente punido por seu ato.

Estavam envoltos em uma realidade muito difícil, onde milhões morriam de fome ao lado dos palácios que em um único banquete aos minoritários nobres desperdiçavam quantidades exorbitantes de comida que poderiam alimentar por até um mês toda a população de um país.

A igreja por sua vez possuía duas vertentes, uma pregando a humildade enquanto a outra se esbanjava exibindo sua riqueza, esta última era a predominante e por sua vez acreditava na existência de um paraíso terreal. Neste momento em busca por saídas econômicas ao império e paz eterna aos seus homens surgem as grandes navegações transoceânicas como uma "saída de escape".

Em 1492 quando Cristóvão Colombo desembarca em terras americanas, pela primeira vez na história, acreditando ter encontrado as Índias, parte da solução econômica, ele se surpreende com a beleza natural da região e pureza de seus conterrâneos. Crê então e assim divulga ao povo europeu ter chego ao paraíso terrestre.

Com o passar do tempo, assim que a revolta dos índios se fez presente, o contato com os povos da região perdeu a delicadeza da chegada ao tal paraíso. Neste momento os espanhóis se voltam ao seu maior interesse: a exploração de riquezas; deixando de lado a misericórdia para com aquele povo que antes lhes pareciam tão bom. Agora começa definitivamente a exploração tribal.

Inicia-se o processo de dominação onde o trabalho indígena torna-se o principal meio de encontrar as riquezas naturais que tanto procuravam, sobre tudo, os minerais: ouro, prata e ferro. Mas as brutalidades cometidas podem ser justificadas pelo próprio desconhecimento do que seria a raça humana. Ao deparar-se com o massacre dos 40 europeus que ficaram responsáveis por cuidar da foz litorânea é natural que comecem a ver os indígenas como uma ameaça, ou até mesmo como animais, uma vez que praticavam horrores a seus símios. Práticas desta natureza eram consideradas como demoníacas pela igreja européia e seus praticantes eram vistos como bruxos, enviados do anticristo, que eram julgados e punidos logo em seguida. Geralmente a sentença aplicada era a morte através da fogueira imposta pela Santa Inquisição.

Como podemos perceber através deste breve resumo da época do dito “descobrimento” não podemos julgar os atos dos europeus, pois hoje a visão de mundo é totalmente diversa, as verdades são outras. Desenvolvemos leis que defendem o direito à individualidade e à vida, mas naquele tempo estas questões eram vistas por outro ângulo. São tempos diferentes, contextos diferentes, logo os valores também são diferentes. Atualmente nossa legislação tenta controlar a criminalidade, no entanto, ela consegue??? Todos sabem que não. Então é possível concluir que sempre haverá um indivíduo responsável por julgar o outro inferior e também por inferir em seus direitos, até mesmo massacrá-lo. Quando isto se dá em grande número é uma questão social dada por sua realidade.

Julgar por julgar é um ato de ignorância que não leva a nada a não ser a prática do preconceito que logicamente deve ser evitada. Contudo quero deixar claro que não considero correto, muito menos certo, as crueldades praticadas sobre nossos povos, mas sim ressaltar que não foi por mera vontade que decidiram tomar essas atitudes, mas sim em decorrência de seus princípios e também do que seu contexto lhe propiciava em dado momento. Assim foram as circunstâncias que os levaram a praticar o “genocídio” e não um simples gene voltado naturalmente a violência.

Práticas doscentes e seus desdobramentos


Aprender é algo extremamente complexo e as práticas utilizadas fazem toda a diferença, logo o professor assume um papel fundamental, sendo como uma mola propulsora, que nos leva a amar ou até mesmo a odiar o assunto em questão.

Felizmente ao longo de minha jornada escolar a maioria dos profissionais da educação eram muito dedicados e era perceptivel o amor pelo o que estavam fazendo, desta forma era muito prazeroso assistir a suas aulas. O problema maior, sobretudo no meu caso de rede pública de ensino, eram os doscentes substitutos, que na maioria das vezes sequer atuavam nesta matéria, ou até mesmo nesta área. Outras tantas eram educadores já aposentados com uma prática muito antiga e que não aceitavam contestações.

Desviando destes contratempos as práticas que mais me cativavam eram as aulas dinâmicas com debates, pinturas, montagens, produção de gibis e jornais, as que faziam uso de multimídias, teatro, jogos, gincanas, inter-relacionamento entre temas, contextualizações, entre outras coisas deste gênero que nos despertavam. Além das exposições dos professores que se portavam muito bem, chamavam a atenção para si e conseguiam manejar até mesmo os mais agitados da classe. Certa vez realizamos uma exposição de arte com quadros de nossa autoria baseado na escravidão colonial, hoje realizo meu estágio nesta mesma escola e fico feliz de perceber que ainda se preza pela apreensão das crianças.

Como nem tudo são flores houve os momentos em que as aulas tornavam-se cansativas, sobretudo quando o emprego da chamada “ditação” era excessivo. Os monólogos também me deixavam entediada assim como a leitura executada pela sala inteira simultaneamente que assumiam o papel de meras palavras soltas ao vento, as quais ninguém conseguia se concentrar. Uma prática educativa que me deixa irritada é aquela onde o mesmo exercício do caderno é copiado para a prova, parece que estão subestimando a inteligência do educando. Alguns professores traziam desenhos sobre algum tema para a gente colorir, até hoje não entendo o que a gente ia assimilar com aquela coloração desenfreada. Não cheguei a presenciar muitos momentos com estas práticas, ao menos em nossa disciplina, graças a meus grandes mestres que fazem muito falta.


Assim que assumir meu papel frente a uma sala de aula pretendo empregar os mesmo métodos positivos que meus professores utilizaram comigo e acrescentar a elas uma das sugestões de nosso livro, a simulação de fórum, que me pareceu muito cativante. Espero fazer a diferença, ser diligente e alegre durante as explicações. Fazer uso de instrumentos, fazer notar minha presença, no dia do índio espero chegar com o rosto pintado no mínimo, assim como o professor G do filme “Escola da Vida” que coincidentemente também era um historiador. A principio são estas as idéias que assumirei em meu currículo escolar.

Adesão a esteriótipos, uma armadilha perigosa

O ensino de qualquer disciplina corre o risco de cair em generalizações fracas que submetem o assunto em questão a uma banalização ou exaltação em demasia. Neste contexto é necessário que o professor possua o hábito de questionar as verdades, com o intuito de apresentar as várias vertentes que condizem ao mesmo tema.

Em nossa disciplina o tema que mais recorre atualmente é a expanssão da história até o campo dos “vencidos”, saindo assim da rotineira história dos “heróis” que faz jus a uma única parcela de protagonistas mostrando a verdade nivelada, parcial, sem abrir o leque de informações de todo o contexto.

Somente essa abordagem multidimensional propicia o total entendimento das situações que podem, finalmente, levar cada sujeito a denominar o certo ou errado, o melhor e o pior, o verdadeiro e o falso. Isto é muito importante, pois esta é a função de nós educadores: levar os alunos a buscarem as respostas individualmente. Não devemos sobre hipótese alguma nos impor em relação a nada, devemos ser imparciais, mostrar o que foi, como se deu, e seu contexto, deixando a responsabilidade de julgá-los a cargo de cada indivíduo.

O currículo por sua vez deve conter as unidades básicas do ensino e quando for proposto em sala de aula deve ser devidamente ampliado, sem que algum “partido” seja assumido durante a construção curricular. Desta forma fica muito evidente que o problema geral não está unicamente na formulação do currículo em si, mas sim na forma como o profissional o segue. Cabe ao doscente a habilidade de malear as competências pré-estipuladas num certo roteiro.
A avaliação é um requisito fundamental, mas extremamente perigoso. É preciso uma grande dose de responsabilidade ao aplicá-la, pois muitos aspectos pessoais dos alunos devem ser vistos e não somente basear-se numa nota que provém de uma pessoa imposta num contexto muito amplo, sua própria individualidade.

Como sempre é destacado, o professor é o grande autor do processo educacional e cabe unicamente a ele a tarefa de tornar a aprendizagem algo prazeroso aos olhos dos educandos. Grandes desafios que impõem imensas responsabilidades, que felizmente, são muito gratificantes no âmbito profissional, e por que não dizer também, pessoal.

domingo, 1 de março de 2009

Disciplina, fator essencial a qualquer relação humana.

É impossível negar a importância da disciplina nas relações sociais, é como negar a existência da imprudência, ou seja, algo infundado. Atualmente os processos entre os indivíduos estão marcados por desavenças e falta de respeito, neste ponto a disciplina é inegavelmente fundamental.

Atuar em sala de aula é um desafio diário e quando seus alunos não possuem o mínimo de disciplina este impasse torna-se algo, por que não dizer, insuportável. Contudo é necessário impor limites a este processo de adequação, pois esta é uma “faca de dois gumes”. As crianças são por sua essência um tanto quanto indomáveis, e isto não é ruim, muito pelo contrário, é esta agitação que os desperta para o mundo, para o novo. Infelizmente, algumas pessoas não percebem esta curiosidade por este ângulo e acabam fazendo uso de medidas enérgicas que são desnecessárias, e que inclusive acabam prejudicando o desenvolvimento infantil. Podemos então destacar que disciplina é fundamental , contanto que, aplicada de forma inteligível.

Como sabemos em pleno século XVIII, durante a Revolução Industrial, onde os direitos humanos começavam a ser pensados assim como as teorias da maquinaria escolar, a disciplina era imposta cruelmente e um erro que cometemos é acreditar que estas são épocas muito longinqüas, basta perguntar a seus pais sobre o canto da sala, a régua de madeira, o ajoelhar no milho e você perceberá que tais práticas absurdas foram extintas a pouquíssimo tempo e sendo realista ao extremo é certo acrescentar que ainda existem em meio a sociedade e que este pensamento ditatorial se encontra presente em ao menos 40% da população.

É necessário que nós educadores não assumamos as responsabilidades sobre a indisciplina dos filhos da sociedade, devemos encontrar maneiras de expor aos pais a importância que eles possuem no processo escolar, assim talvez consigamos desempenhar nosso verdadeiro papel mais facilmente e até mesmo com melhor resultado; e convenhamos que não é tão difícil assim convocar uma reunião escolar e apresentar estes pontos aos pais, tenho certeza que convencê-los é igualmente concebível. Basta que tenhamos a iniciativa, nada mais importante do que tentar.

História oral em sala de aula


Eu considero o uso da história oral um grande aliado dos professores, sobretudo os de séries iniciais, por ser uma prática que prioriza a simplicidade da narração dos fatos.

Atualmente sua utilização é alvo constante de debates pedagógicos. Eu participei de uma mesa redonda no último Encontro Estadual de História que tinha como tema justamente a História Oral. Abaixo a foto dos professores ministrantes os quais infelizmente não recordo o nome e não estou com o guia de consulta no momento.

(Fonte: arquivo pessoal)



Várias obras foram escritas sobre o assunto e este professor doutor em história, que se encontra de blusa verde na imagem acima, é um dos responsáveis pela revista História Oral que reúne vários artigos exclusivamente sobre isto.


O homem ao seu lado é um pós-graduando também em história que no momento estava apresentando seu TCC feito a partir de relatos orais dos ex-moradores de uma região submersa por uma usina d'água em Criciúma.


O campo histórico permite que esta atividade seja utilizada amplamente na maioria de seus temas, sobretudo, nas questões mais atuais que propiciam histórias vivas dos acontecimentos alvo, como no exemplo do trabalho que acabo de citar.


Eu recomendo sua aplicação em classe levando em consideração que é uma forma bastante cativante de demonstrar os fatos. Pode ser filmada, gravada, ou até mesmo relatada em forma escrita a fim de armazenar os dados por um longo tempo. No entanto, certos cuidados são fundamentais na hora de usar deste método, pois como sabemos, é um relato do acontecido que chega até nós baseado na subjetividade do individuo que a compõe, assim o professor deve alertar seus alunos dos "poréns" de cada versão.

Plano educacional


Plano para duas semanas de aulas de uma quinta série:


Conteúdo: Descobrimento da América Latina

Objetivos: Compreender o contexto americano e europeu antes da “descoberta”.
Assimilar os motivos que lançaram os europeus ao mar.
Intensificar a problemática da questão “descobrimento x invasão”.
Apresentar a situação colonial implantada após a descoberta.
Demonstrar os impactos da descoberta sob as sociedades envolvidas.


Tópicos abordados:


1. Explicar rapidamente a chegada do ser humano as Américas via Estreito de Bering.


2. Definir o território americano através do uso de um mapa.

3. Definir as principais sociedades americanas desta época: Astecas, Incas e Maias.

4. Fazer uso de imagens para identificar melhor cada uma destas civilizações.

5. Explicar a situação européia e os motivos das grandes navegações.

6. Demonstrar a rota utilizada pelos “descobridores” europeus.

7. Primeiro contato: Colombo 1492.

8. Passar alguns trechos do filme: 1492 - A conquista do Paraíso.

9. Explanar a questão “descobrimento” ou “invasão” através de debate.

10. Apresentar os impactos desta descoberta para ambas as sociedades.

11. Delimitar a situação colonial decorrente da descoberta.
12. Apresentar trechos do filme Amistad.


Estratégias:

1. Serão utilizadas duas fontes audiovisuais assim como já mencionei nos tópicos a ser abordados. Essas obras são os filmes: 1492 A conquista do Paraíso e Amistad.

2. Montar um painel com toda a turma desenhando um mapa mundi colocando imagens referentes a cada uma das etnias sobre a devida área habitada por cada uma delas a fim de simplificar o entendimento sobre a subjetividade de cada grupo. Aplicar também a rota da primeira viagem de Colombo.

3. Simulação de um Fórum envolvendo vencedores e vencidos (europeus e americanos) com o intuito de analisar ambas as partes envolvidas, sem o interesse de julgamento.

4. Saída de campo para visitar Arquivos do Poder Executivo onde os alunos conheçam matriculas de classificação de escravos e outros documentos sobre imigração e núcleos coloniais.


Critérios de avaliação:

1. A participação durante a montagem do painel contará 5 pontos que se completam com outros 5 da atuação no fórum de discussão.

2. Será pedido um relatório da saída de campo cobrando opiniões e uma “cópia”, “maquete”, “esquema” manuscrito da obra que mais lhe chamou a atenção. Esta atividade somará 10 pontos.
3. Por último como forma de fechar o conteúdo será aplicada uma avaliação que também contará 10 pontos.

Tempo para desenvolvimento das aulas:

Estima-se que a apresentação do conteúdo pelo professor junto com a simulação do forum some 2 aulas, a montagem do painel deve ser feita junto com a demonstração de trechos do filme em 1 outra aula. A saída de campo deve tomar no mínimo 2 aulas. E na 6ª aula será aplicada a avaliação final.

Filme: O nome da Rosa"

(Fonte: http://cinehaus.files.wordpress.com/2009/01/o-nome-da-rosa.jpg)



Nosso material didático sugere a leitura da obra ou a supervisão do filme. Eu optei pelo mais prático devido a correria de fim de semestre, então assisti ao filme.

A obra deixa bem claro todo o dogmatismo das igrejas da época, sobretudo a proibição da leitura de algumas obras denominadas segundo as autoridades cristãs como proibidas por conter temas polêmicos (dentro do atual contexto) como comédia e amor.

O tiranismo religioso é muito bem representado, as represálias da Santa Inquisição são espostas de uma forma bastante verídica, chegando ao ponto de ser assustador.

Além de todo o contexto proibidor e sistemático das rivais igrejas ortodoxas e franciscanas o cotidiano também é explícito, sendo que a ostentação das grandes igrejas contrasta com a imensa miserabilidade da plebe.

O que se encontrava por detrás das cortinas da suposta inocência das igrejas é muito bem desvendado e dentre esta questão podemos então perceber todas as falcatruas e manipulções religiosas sobre todos os ramos da sociedade medieval.

Quero então reforçar a sugestão do livro didático, ressaltando que ao menos a mim foi maravilhoso contemplar esta obra. Adorei.

Assista ou até mesmo leia se possível!

Conceitos correspondem a realidade de sua época

O fundamental neste ponto é o fato de que naquela época primordial onde as bases de uma sociedade "instável" se davam sobre a religião é lógico que a explicação sobre o que era vivenciado iria provir de esclarecimentos de cunho religioso, logo surgem os mitos, explicações sobre o mundo baseados em figuras mitológicas (deuses, deusas...).

Fica claro então que cada época forma suas verdades sobre o passado de acordo com o que está acontecendo no presente.

As narrativas entram então como uma válvula de escape, a fim de eternizar aquilo que havia acontecido no antigo mundo grego, embora certas vezes fosse feito para sua edição o uso da memória coletiva estas mesmas eram banhadas sobre diversos mitos. Os aedos assumem uma importante função neste ponto por serem os principais transmissores das epopéias, longos poemas sobre feitos heróicos, acredita-se que Homero tenha feito o uso das palavras de alguns deles para produzir suas obras. Agora que se encontrariam no papel estas verdades estariam sujeitas a criticas.

O tempo dentro do contexto dos mitos é atemporal, não assume uma forma certa, ou seja, é incalculável, ignorado. Enquanto que a história preocupasse largamente com o uso adequado da narração junto do tempo em qual tal fato aconteceu. (linha cronológica)

É totalmente repugnante, no entanto que se refira ao mito como mentira, este ato é de uma ignorância absurda. É necessário compreender que no contexto em qual surgiu o mito era a verdade a qual se tinha acesso, as verdades estas nas quais era possível acreditar. As idéias, as ciências, os entendimentos até ali eram tão simples quanto suas explicações mitológicas que devem ser respeitadas como o inicio do raciocínio sobre os fatos, a introdução aos registros históricos.

Tais sociedades aprenderam muito com os mitos de sua época, estes povos deram o impulso necessário para que surgisse a disciplina tão fundamental à atualidade: a história, pois foi neste contato com possíveis verdades que iniciou o ato de registrar o passado. Desta forma chegamos à conclusão óbvia de que os mitos são de suma importância em nossas vidas e merecem todo o respeito atingível ao qual devemos nossa constituição lógica dos fatos.

A influência do meio sobre a sociedade

O contexto é altamente responsável pela produção intelectual, pois influencia diretamente sobre as ações tomadas em torno da educação visando sempre a satisfação de alguns membros da sociedade.

Um episódio claríssimo da influência do meio em que se vive na educação é a preparação dos jovens gregos e romanos pelos chamados sofistas, que lhe ensinavam somente aquilo que deviam aprender para poder assumir a frente das assembléias. Ensinavam-lhes a arte da retórica e da persuasão, formando assim seres convincentes, e não sábios, mas aquilo era o que convinha naquele cotidiano, saber fazer notar seu discurso. De nada adiantava ser um grande intelectual, pois a instrução não era tida como vantagem.

Este determinante pode ser facilmente percebido também durante a ascensão da burguesia medieval que desejava a implantação de um ensino democrático, para atender a esta nova demanda social o ensino é então estendido as outras populações até então desconsideradas, no entanto a educação da elite continuou superior enquanto que a plebe recebe os ensinamentos básicos somente com a intenção de prepará-los ainda mais ao trabalho sem que haja a preocupação logicamente erudita. Assim atende-se ao anseio da burguesia sem contrariar o rigor da superioridade dos nobres.

Um pouco mais a frente desta época encontra-se a formação dos cavaleiros, um outro bom exemplo. Estes recebiam toda uma carga de educação clássica comportamental, deviam ser o que era visto como o gentil homem, indivíduos altamente educados em relação ao comportamento com os demais e além desta etiqueta aprendiam somente as artes marciais, esta preparação iniciava-se aos sete anos de idade.

O leitor pode me dizer aonde que me referi até este ponto ao ensino matemático, histórico, científico? Em ponto algum, afinal como já mencionei no começo do texto a intenção é sempre preparar jovens para assumirem os papéis que sua sociedade necessita naquele momento e não pessoas aptas a assumir qualquer contexto social.

Caso estes exemplos ainda não tenham lhe concencido faço uso então de um modelo educacional muito recente do qual dificilmente não se recordará, o ensino tecnicista. Assim que um de nossos presidentes, Getúlio Vargas, decide industrializar o Brasil sente-se a necessidade de mão de obra rápida, o que decide então? Vamos moldar a escola a essas necessidades; deixam-se de lado as matérias básicas e enfoca-se o nacionalismo onde o importante é ensinar o português e o amor a pátria (nossa pátria) aos imigrantes e nada mais. Temos aqui uma ditadura educando evidentemente para seus fins e não para as necessidades individuais.

Perante tais relatos torna-se absolutamente impossível negar a influência total e direta que o meio exerce sobre a intectualidade de todo um período histórico.