quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Navios negreiros

(Texto de Júlio S. Durkop Junior - 7ºI)

O tráfico de escravos (negros africanos trazidos para América) foi um comércio que gerou grande aflição e desgosto as etnias africanas.

Primeiramente, ocorria a captura de escravos, povos de diferentes grupos. Através de emboscadas e o uso de violência, os portugueses conseguiam capturar e tomar posse de um grande número de homens, mulheres e crianças, que logo eram vendidos nas feitorias construídas ao longo do litoral.

No início eram os mercadores portugueses que tinham o controle e realizavam a comercialização dos negros africanos. Mais tarde, os próprios africanos passaram a se dirigir para as feitorias no litoral e oferecer negros para o embarque.

Para ser considerado um bom escravo, os homens deveriam ser fortes, ter braços firmes e disposição pra um serviço de peso. As mulheres deveriam ser belas, ter cinturas finas e quadris largos. Já as crianças, devido suas condições de trabalho, eram inúteis.

Uma embarcação podia transportar até 500 negros, que ao longo da viagem poderiam não resistir e morrer devido aos mal-tratos e ignorância dos portugueses.

Dentro do navio os escravos eram acorrentados pelas mãos, pés e pescoços. Eles eram colocados numa espécie de prateleira de diferentes níveis: homens em baixo, mulheres no meio e mulheres grávidas e crianças em cima. Sem o minimo de conforto e condições básicas de sobrevivência.

Diante da saúde, os negros viviam precariamente convivendo em meio as fezes e restos mortais dos mesmos. Os escravos eram muito explorados e não podiam se defender. Tinham direito a uma refeição por dia e os doentes não recebiam alimento e nem um tipo de auxílio, posteriormente morriam.

As embarcações eram sempre bem aproveitadas, suportando o número máximo de lotação. Por isso a viagem poderia ser mais longa e lenta. No caso de uma ameaça de naufrágio, os portugueses lançavam alguns negros ao mar para diminuir o peso do barco e acelerar a viagem.

E ao chegarem ao destino (América), os negros eram nomeados e vendidos a uma longa vida de sofrimento, tortura e exploração. Enfim, foram cerca de 300 anos de escravidão e exploração dos negros africanos, até que mais tarde a Inglaterra proibiu o tráfico de pessoas e começou a fiscalizar de perto.

Porém, a independência dos Estados Unidos permitiu que a comercialização ilegal durasse por mais um breve período. Supondo que algumas pequenas embarcações traficariam negros africanos usando a bandeira dos EUA no topo de seu mastro.

(Paródia da música Negro Drama de Racionais' MC por Natan Lopes - 7ºIII)

Negro drama, entre o porão e a lama
Sem dinheiro, família, luxo ou cama
Negro drama, cabelo crespo e a pele escura
A ferida, a chaga, a procura da cura
Negro drama, tenta ver e não ve nada
A não ser um branquelo na porta armado
Sente dor, o preço da cobrança, o amor, o ódio, querendo vingança
Negro drama, eu sei quem sofre e quem tá comigo
O drama que carrego pra não ser mais um negro cativo
O drama da minha aldeia à América
Tumba flutuante, choros de velhas,
Passageiro para o Brasil da África
Que sobrevive em meio a honra e a covardia
Pedofilia de velhos ariscos
Você deve estar pensando o que tem haver com isso
Por armas, pólvoras, olha quem morre
Veja você que mata, recebe o mérito, a fada que pratica o mal.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Jogo da memória grego

Para ajudar durante as aulas de mitologia grega resolvi desenvolver dois jogos da memória. Um deles trás a imagem dos deuses olímpicos para serem relacionadas a característica particular de cada divindade. O outro apresenta as criaturas mais populares da mitologia para serem alinhadas as características da criatura.
As regras do jogo podem ser alteradas conforme as necessidades do professor, mas sugere-se que cada aluno vire duas cartinhas de cada vez passando a oportunidade para o colega, mesmo que tenha ganhado o último sorteio. 

Imprima as imagens, recorte os quadradinhos e divirta-se.




sábado, 3 de agosto de 2013

III Simpósio da Educação


O evento promovido pela Comunidade Bethânia em parceria com a Prefeitura de Brusque e a Faculdade São Luiz aconteceu na Igreja do Calvário localizada no bairro de Maluche (Brusque) durante os dias 01 e 02 de agosto de 2013. O objetivo do Simpósio era partilhar experiências educacionais e reconstruir conhecimentos, assim alguns dos grandes nomes didáticos brasileiros marcaram presença durante os discursos. Abaixo você encontra as principais frases proferidas por cada palestrante. Analise como cada uma delas contribui com a prática do professor(a) em sala de aula.

(Gabriel Perissé (SP) em Os sete pecados capitais e as virtudes da educação.)
  1. O erro leva a acertos, como os erros científicos e artísticos.
  2. O invejoso não se reconhece como tal, acredita ser apenas uma observação crítica.
  3. A palavra inveja vem de penetrar, ela é depreciativa.
  4. A gula é o ato de comer erradamente, não o de comer demais.
  5. Faça uma boa leitura de uma leitura ruim.
  6. Há professor avarento que nega meio ponto ao aluno, é como uma vingança.
  7. Precisa de uma arma em sala de aula? Usa uma bazuca, não uma nota.
  8. Parece que alguns professores se formaram como tal por pura vingança.
  9. Quando a ira chega a sabedoria vai embora. A ira gera insatisfação. O irado no fundo é triste.
  10. O líder não tem o direito de estar deprimido.
  11. Lendo o que você não compreende, você compreenderá que o ser humano é incompreensível.
  12. O soberbo não reconhece seu erro e se afunda em complicações. Um professor não pode ser soberbo.

(Thiago Chaer (PR) em Novas tecnologias e a formação do educando: desafios ao educador.)
  1. "Vivemos uma mudança de época e não uma época de mudanças." (Frei Beto)
  2. Se você se sente mais confortável com a tecnologia tradicional, não a substitua.
  3. O Tradicional não é arcaico, arcaico é só aquilo que não funciona mais.
  4. 90% do que aprendemos é oriundo da educação informal, via experiências, exemplos e problemas.
  5. As mudanças não podem ser imediatas, logo a transição para uma escola criativa deve ser lenta.
  6. O aluno tem que saber o propósito de estar estudando tal conteúdo.
  7. Atualmente os jovens se comportam como se a vida fosse um jogo virtual. Esquecem que na vida real não há como voltar atrás.

(Sala de conversas: A escola e a construção da Cidadania com Pe. Vicente de Paula Neto, Gracielle Boing (SC), Maria José Rocha Lima (DF) e Myrian Rios (RJ).)
  1. " A inteligência não é algo natural, ela é uma construção" (Maria José Rocha)
  2. "O ser humano só se move por necessidade ou por seus valores." (Pe. Vicente de Paula Neto)

(Gabriel Chalita (SP) em Educação: construindo relações de essência e convivência.)
  1. Se não tiver paixão pelo o que faz, você não será um bom professor.
  2. Defendemos nossos erros ao invés de corrigi-los.
  3. Lembre-se de seus professores antes de lecionar, recorde-se de sua essência.
  4. A convivência exige conhecimento, caso contrário ela será insuportável.
  5. Seremos na sala de aula aquilo que somos na vida, cuide-se.
  6. Atualmente nós educamos as crianças para serem os primeiros colocados em tudo. Essa exigência de padrões atormenta a essência gerando infelicidade e insucesso.
  7. Lute por seus direitos de professor do lado de fora da sala de aula, o aluno não tem culpa.
  8. Desde a Grécia Antiga a contação de história desenvolve a imaginação. Nada pode substituí-la nessa tarefa, pois a tecnologia oferece todas as imagens prontas.
  9. A essência humana não é a indiferença.
  10. Você só se realiza fazendo o bem.
  11. Um professor não pode ter a alma pequena. Ele precisa ter a alma do encontro para fazer a diferença na vida de seus alunos.

(Hamilton Werneck (RJ) em Do erro também se aprende: avaliar com responsabilidade.)
  1. Atualmente a sobrevivência profissional depende do nomadismo.
  2. Se Thomas Edson pensasse em seus 1999 erros, nós não teríamos a lâmpada. Uma vez que ele foi expulso da escola durante a 4ª série.
  3. Se o aluno avisa que não conseguiu fazer uma tarefa ele é penalizado, depois o professor quer que este aluno seja honesto.
  4. Um cartaz na parede com as palavras corrigidas é mais útil do que um erro apontado de caneta vermelha insistentemente.
  5. Só achamos aquilo que procuramos. Assim achamos erros sem considerar os acertos, parece que os erros sobem à cabeça.
  6. É mais estimulante ressaltar a única frase boa do texto do que corrigir todos os erros.
  7. É preciso respeitar as variedades linguísticas.
  8. Suas aulas não são certezas, então entre na classe prevendo o imprevisível.
  9. Condene o pecado, não o pecador.

(Edileide Castro (BA) em Diversidade e Inclusão: desafios, mediações e um novo olhar.)
  1. A convivência com deficientes torna a turma mais humana.
  2. O deficiente mental se agita quando não se sente acolhido.
  3. Os deficientes são pé atrás, eles sentem a verdade na pessoa.
  4. Tratar igual o diferente é uma enorme desigualdade.
  5. Se você diz que não consegue educar um especial, você realmente não caminhará pra conseguir.
  6. A inclusão é um caminho sem volta.
  7. Desfaça o modelo escolar para praticar a inclusão.
  8. Ajuste sua expectativa ao nível de seu aluno.
  9. É preciso competência técnica e emocional até pra frustração.

Esses foram alguns dos principais apontamentos levantados pelos palestrantes durante seus discursos, entretanto a amplitude de suas falas é impossível de ser abordada nesse pequeno texto. Foi um momento único de aprendizagem educacional que aguardarei com ansiedade até o encontro do ano que vem.
Muito obrigada a todos os participantes.