Durante as décadas de 30 e 40 as contribuições de Sérgio Buarque de Holanda, Gilberto Freyre e Caio Prado Júnior renovam nossa historiografia. Era um período turbulento de grandes mudanças no cenário internacional, mas também nacional, onde nossos intelectuais buscavam um maior esclarecimento de nosso passado afim de entender o presente para projetar o futuro. Desta forma esses três historiadores acabam escrevendo obras revolucionárias, onde os sujeitos até então ocultos eclodem nas narrativas revelando um Brasil multicultural em sua essência. Embora as participações desses novos personagens tenha sido consideralvelmente tímidas, foram responsáveis por despertar o interesse de uma nova geração de escritores, mais críticos, visionários e acima de tudo preocupados com todo o contexto social não apenas com a história das elites e heróis nacionais como vinha ocorrendo até então.
Tanto a historiografia nacional quanto a catarinense seguiram o mesmo rumo desde sua formação até sua configuração atual. Ambas se apresentavam tradicionais com narrativas em torno da elite baseadas em documentos oficiais, até o momento em que é criada a Revista francesa: Annales em 1929 quando as minorias ganham espaço na História escrita. Depois os Institutos Históricos e Geográficos, tanto o brasileiro quanto o estadual, surgem com o intuito de organizar e sistematizar essas narrativas fundamentando a história de sua região, logo após, a disseminação dos cursos superiores provocam um leque ainda maior de escritores que "desenterram" mais sujeitos e novas fontes. Desta forma, pouco a pouco, a historiografia tradicional voltada aos feitos heróicos encontra uma nova história: simples e cotidiana composta pelos mais variados personagens assim como a conhecemos nos dias de hoje.
Conhecer as bases de nossa disciplina nos propicia uma preparação integral para o momento de reger uma classe de aula. É essencial conhecermos as raízes daquilo que iremos lecionar, desta forma possuíremos uma grande gama de interpretações, formas de considerá-la e transmiti-la. Ao término de nossa disciplina somos capazes de identificar todos os acontecimentos que influenciaram na formação da História como conhecemos atualmente e assim formarmos nossas próprias bases teóricas, nossas considerações, nossa própria maneira de ver os conteúdos e passá-los aos planos de aula e por fim nossa capacidade de remeter todas as vertentes sobre um mesmo tema mantendo a imparcialidade, fornecendo aos nossos alunos a oportunidade de pensar por sí próprios e formar o seu regime de verdades.