sábado, 27 de outubro de 2012

História do corpo na Idade Média

(Capa da obra)
A proposta dos autores neste livro é de demonstrar o quanto as sociedades são capazes de moldar o corpo e suas expressões. O período da idade média foi escolhido porque nessa época foram instaurados a maioria dos costumes que seguimos atualmente como a vida nas cidades, os trabalhos manuais e a arte do teatro, entre outros hábitos. Então vamos conhecer cada parte dessa importante obra procurando analisar os fundamentos de Le Goff e Troung? Seria muita ambição de minha parte tentar contradizer esses ícones renomados, mas abaixo seguem os resumos modestos de cada capítulo:

1. Quaresma e Carnaval: uma dinâmica do Ocidente
Na Idade Média os corpos mostravam a renuncia ao corpo evidenciando a situação da pessoa, por exemplo, os padres eram sadios, os guerreiros carregavam marcas de batalhas e os trabalhadores tinham a marca do cansaço exposta na aparência. O corpo, antes glorificado na antiguidade, será reprimido e demonificado no medievo. 
No século XII o Papa Gregório estabeleceu o celibato para os religiosos. Mais tarde, no século XIII, o casamento religioso foi instituído para controlar os desejos carnais, a finalidade da convivência amorosa será procriar e o homem foi apresentado como o dominador da relação, pois a mulher havia sido condenada pelo pecado original e devia ser mantida na submissão.
A Igreja Católica autorizava a relação sexual entre marido e mulher durante 180 ou 185 dias por ano, no máximo, porque todas as datas santas deveriam ser respeitadas. A monogamia foi fixada, mas os nobres pouco seguiam essa regra, afinal, sequer os clérigos praticavam a abstinência. Assim, a idade medieval impôs abstinência e jejumA quaresma representava o jejum enquanto o carnaval provocava a abundância.
No século XIII os estigmas de Cristo ganharam espaço na sociedade, mas a autoflagelação era hostilizada pela Igreja embora fosse muito comum em tempos de crise por pedidos de paz. O trabalho era divino já que a partir dele surgiu o mundo, mas também era visto como castigo oriundo do pecado original. O corpo foi subdivido em partes nobres (cabeça e coração) e outras ignóbeis (ventre, mãos e partes sexuais).
O riso, entre os séculos IV e X, era considerado diabólico, segundo a bíblia Jesus não riu em toda a sua vida. O riso dos sábios era o sorriso, este era permitido. As lágrimas por sua vez eram sagradas, uma verdadeira dádiva purificante por isso era alvo de pedidos a Deus, só era monge aquele que chorava.
Assim como o riso, o sono também era controlado porque os sonhos eram considerados previsões do futuro, práticas do satanás. A penitência para quem previa era de cinco anos. Entretanto, até o século XII, a Igreja aceitava que reis, santos e monges sonhassem porque estes eram livres de tentações.


2. Viver e morrer na Idade Média
A expectativa de vida era baixa, entre 35 e 40 anos, logo pessoas idosas eram raridades duns 45 anos se preparando para a vida eterna. Os anciãos eram consultados frequentemente sobre diversos assuntos devido a falta de arquivos, mas as senhoras eram vistas com maus olhos sendo consideradas feiticeiras maléficas. A idade perfeita era a dos trinta anos, idade com a qual Jesus Cristo foi batizado.
Durante a vida a regra era ignorar o amor, entretanto  esculturas e miniaturas eróticas com figuras de animais eram populares. O desinteresse por mulheres grávidas era evidente e o homossexualismo comum, tanto que era tolerado até o século XII, só foi condenado no século XIII, mas aumentou significativamente no século XV. Já as crianças só se tornam importantes no século XIII porque o menino Jesus passa a ser cultuado.
As doenças eram vistas como castigo, acreditava-se que o leproso pagava pelo pecado da luxúria de seus pais que teriam concebido-o em alguma data santa, para evitar o contagio deviam se afastar da população e usar uma matraca quando precisasse se aproximar. A cura podia ser obtida por obra divina através de Jesus Cristo, mas também era encontrada nos curandeiros mágicos enviados pelo demônio.
A peste bubônica matou um quarto da população européia em cinco anos (1347 - 1352) tirando o prestígio dos médicos. Os cadáveres eram empilhados nas ruas e chegaram a ser utilizados por tribos bárbaras para infectar o povo de várias vilas que pretendiam invadir. A medicina carnal (médicos) não conseguia controlar a situação nem mesmo quando se juntava á poderosa medicina espiritual (padres).
Os médicos eram apoiados pela Bíblia por isso surgiam escolas médicas a todo momento, mas as descobertas médicas eram escondidas da Igreja, na maioria das vezes os descobridores de uma teoria afirmavam te-la descoberta na leitura de textos antigos, sobretudo árabes. Primeiro vinham as leituras e a dissecação do corpo humano era feita em último caso, embora o catolicismo não criticasse a prática.
Para a medicina as doenças ocorriam quando o equilíbrio entre os quatro humores (sangue, fleuma, bile amarela e bile escura) era perdido conforme pregava Aristóteles. Os exames eram feitos com urina e sangue e a descoberta do álcool ajudou demais os tratamentos principalmente quando aliado ao mercúrio. Os cirurgiões eram considerados inferiores aos médicos mesmo com o surgimento dos hospitais públicos.
O medo da dor era menor do que o da própria morte nessa época em que a vida era tão difícil, mas mesmo assim ocorreram tentativas de criar esponjas soníferas para evitar sensações dolorosas. Philippe Ariés considerava a morte mais doce na idade medieval pois viver era um desafio diário, mas a arte ajudou a difundir o terror pela morte a partir do século XIV, as poesias, afrescos, esculturas, miniaturas, cartas de jogo e principalmente a dança eram repletas de figuras macabras. 
Os cemitérios foram reservados para os fiéis e somente sepulturas de santos podiam ser veneradas, para as pessoas comuns restava somente pedir aos santos, praticar a eucaristia e dar esmolas para conseguir o perdão dos pecados. Só no século VIII surgem as missas funerárias, mas somente quinhentos anos depois os rituais saem das casas rumo ás igrejas. As confissões e bençãos antes da morte também surgiram. As mulheres deviam preparar o corpo dos defuntos, que, caso fossem poderosos, tinham o corpo dividido em pedaços para o enterro.
Entre os séculos X e XI começaram a circular histórias de aparições clamando por missas e esmolas. O corpo das criaturas não apodrecia e era capaz de atravessar, queimar, atormentar, beber o sangue e lutar com os humanos que a vissem. Essas narrativas comprovam o medo de morrer sem batismo ou perdão indo parar no purgatório, no limbo dos não batizados ou pior ainda, no inferno.


3. Civilizar o corpo
Os costumes romanos e germânicos se fundem na cozinha fornecendo um equilíbrio alimentar: verduras, legumes, carnes e peixes. Entretanto a carne era somente pros ricos restando vegetais e farinha aos pobres. A água era mantida fora da alimentação por ser muito doentia. A caça era considerada um costume primitivo que levou a civilização das florestas e a apreciação do porco negro e aves domésticas.
A sociedade medieval herdou da culinária romana o trigo, vinho e óleo, já dos germânicos adotou a cerveja e a carne, logo comer carne era considerado um ato grosseiro vindos dos bárbaros e devia ser evitado ao máximo por isso os monges comiam somente plantas e ervas a exemplo do Jardim do Éden, mas se acostumaram a comer carne com os nobres e juntos desenvolveram a gastronomia.
Nessa época a gula era um dos piores pecados capitais, embora fosse praticada abertamente. Era costume  enquanto se estava á mesa comer grosseiramente, cuspir no chão, pegar os alimentos com as próprias mãos, arrotar, entre outras coisas. Com a burguesia surge a arte da mesa extinguindo os atos grotescos, oferecendo talheres e apresentando-a bonita para despertar o apetite dos visitantes, que como agradecimento devem elogiar a refeição repetidas vezes.
Não foi só a alimentação que passou por uma série de mudanças, mas também o esporte que foi extinto. os ginásios e estádios foram demolidos, pois praticar esportes em equipes era considerado demoníaco  Nesses locais clássicos da antiguidade os garotos andavam nus o que era repugnante aos olhos da igreja católica medieval. Restaram somente exercícios físicos praticados em campos, praças e vilas, os mais praticados eram a péla, soule, lutas corporais, e cabo de guerra.
Outras instituições também foram excluídas da idade média como o circo e os banhos públicos. O circo foi condenado pelo excesso de gesticulações e contorcionismos que eram consideradas coisas do diabo como a dança e o teatro. Já os banhos públicos cederam lugar ás estufas termais que recebiam poucas pessoas, lembravam o ato do batismo e não aceitavam a animação dos antigos banhos.
Gestos delicados e suaves eram permitidos e usados frequentemente para firmar decisões, acordos, etc. Como no caso dos nobres que ao aceitar um novo servo em suas terras segurava suas mãos e o beijava na boca, este ato simbolizava o toque de suas almas era o fechamento espiritual da relação que firmavam, uma vez que o corpo era sujo, mas seu interior era puro.
O corpo era considerado impuro e a nudez intolerável. A principio o nu era visto como a pureza da criação humana no Éden, tanto que as imagens nuas de Eva ganham força no século XIII quando atração pelos corpos aumenta e surgem muitas imagens corporais nas igrejas, mas por outro lado a exibição do corpo era castigada por despertar a luxuria.
Relatos da época comprovam que a nudez foi mantida nas estufas termais e no leito de sono apesar da condenação católica. As historias e sobretudo as novelas de cavalaria demonstravam que a atração física surgia mesmo com os corpos cobertos, a delicadeza das roupas das damas e a masculinidade dos heróis armados provocavam os instintos tanto quanto os corpos nus.

4. O corpo como metáfora
Cada parte do corpo humano era ligada a um sentimento ou comportamento: o coração era a sede do sofrimento e das sensações, ele é que conduzia a vida e os sentidos humanos. Já o cérebro abrigava a alma e por isso abrigava a personalidade e o poder. Por sua vez o ventre (resumido ao fígado) coordenava todos os membros ao transformar o alimento em sangue, logo tinha o poder de esquentar o corpo gerando a luxúria. As mãos significavam a proteção e o comando de Deus, mas também eram símbolo dos trabalhos inferiores. Fica claro que cada parte do corpo era vista ora de maneira positiva, ora negativa, assim como a visão que podia proporcionar a imagem do paraíso ou do inferno após a morte.
As contradições do corpo humano seguem durante os mil anos de idade média enquanto a cabeça e o corpo eram utilizados para representar os poderes do Estado e da Igreja, comparação que cresce no século XII. O papa era visto como a cabeça social que abrigava os nervos (responsável pela alma), já o príncipe era o coração que abrigava as veias (responsável pelo sangue), logo não era possível afirmar qual deles era mais importante ás pessoas e ambos coexistiam em harmonia, cada qual em seu espaço.
Com o passar do tempo e a confirmação de que o coração se formava antes da cabeça nos fetos humanos o papa foi deixado em segundo lugar, assim o rei passa a ocupar o cargo mais importante dentro da sociedade medieval. Mas além do Estado e da Igreja as cidades também eram comparadas ao corpo, nelas cada cidadão era um membro fundamental para sua manutenção. Dentro de casa a cabeça era o marido devendo a esposa segui-lo sem questionamento, enquanto que dentro da Deus era a cabeça de Cristo, já dentro das igrejas Cristo era a cabeça e a igreja seu corpo.

5. Conclusão
Após a leitura completa da obra é possível perceber como o corpo é modelado pela sociedade que frequenta, como os hábitos são alterados e principalmente como o uso corporal é moldado e imposto socialmente. A obra expõe várias criações medievais como na maneira de se alimentar, na moda, no perfil atraente, no uso de maquiagem, na invenção da braguilha e do óculos que se tornou tendência no século XI. Tantas invenções e novidades vindas somente da necessidade corporal, sendo assim é imprescindível nos desapegarmos da noção de que a Idade Medieval foi um tempo de trevas sem comunicação e criatividade, muito pelo contrário. Torna-se necessário conhecer e reconhecer cada uma das inovações da época por mais sutis que pareçam, pois de tão corriqueiras parecem insignificantes, mas na realidade são fundamentais aos dias de hoje. Procure maiores informações acessando o livro, é sem dúvida alguma uma leitura prazerosamente reveladora. Até mais.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

As Revoltas da Primeira República Brasileira

Aconteceram por causa do governo elitista que oprimia o povo ao mesmo tempo que enchia os coronéis de privilégios. As manifestações populares se espalharam pelo país, tantos nas cidades, quanto no campo. 

Revolta da Armada (1893 - 1894)
(A Revolta da Armada - Óleo sobre tela de A. A. Santos - 1893)
Aconteceu na cidade de Rio de Janeiro quando o almirante Saldanha da Gama e o ministro da marinha Custódio de Mello arquitetaram um movimento contra o presidente Floriano Peixoto, pois ele não respeitou a Constituição brasileira que estabelecia uma nova eleição caso o candidato anterior desocupasse o cargo antes de completar dois anos no poder. Em 13 de setembro de 1893, os navios sob o poder da revolta abriram fogo contra a cidade do Rio de Janeiro que evitou o desembarque dos revoltosos até março do ano seguinte. Alguns participantes da revolta abriram novas frentes de batalha na região sul junto a membros da Revolução Federalista, mas o governo acabou sufocando os dois levantes com apoio das classes médias e dos cafeicultores paulistas. 

Revolução Federalista – Revolução da Degola (1893 - 1895)
(A Revolução da Degola - Autor Desconhecido)Aconteceu no Rio Grande do Sul quando o presidente Floriano Peixoto começou a substituir os políticos eleitos durante o governo de marechal Deodoro da Fonseca. Os gaúchos, que queriam maior autonomia para os estados e por isso eram chamados de federalistas, foram liderados por Gaspar Silveira Martins e Gumercindo Saraiva, assim pegaram em armas para exigir a anulação da posse de Júlio de Castilhos como governador. O governo agiu rápido, obrigando os federalistas a recuarem para regiões do Uruguai e da Argentina, mas logo depois eles avançaram por Paraná e Santa Catarina e receberam o apoio da Revolta da Armada. A revolta só terminou quando o federalista Saldanha da Gama lutou até a morte com os últimos quatrocentos homens de sua tropa.

Revolta da Vacina (1904)
(A campanha de vacinação em charge da época)
Aconteceu na cidade de Rio de Janeiro quando o médico Oswaldo Cruz se tornou diretor de saúde pública e começou a ordenar demolições de moradias pobres e autorizar invasões domiciliares para buscar pragas. O estopim foi a obrigatoriedade da vacina contra a varíola, quando o povo se rebelou por dez dias causando alvoroço nas ruas até ser sufocado pela polícia com o apoio da Guarda Nacional, Bombeiros, Exército, Marinha e algumas tropas de SP e MG. Para evitar novo confronto o governo revogou a vacinação.

Revolta da Chibata (22/11/1910)
( Imagem do álbum Chibata! da Conrad Editora)
Aconteceu no RJ quando o marinheiro Marcelino Menezes recebeu 250 chicotadas por ter levado cachaça ao navio. Os marinheiros tomaram os barcos e apontaram os canhões para a capital exigindo o fim dos maus tratos e melhor alimentação dentro da corporação além de anistia aos envolvidos. Conseguiram o que pediram, mas duas semanas depois começaram uma nova revolta, assim a maioria dos participantes foi morta, alguns foram degredados no Acre ou Amazônia em serviços forçados, enquanto que o líder João Candido foi internado num hospício como indigente sendo anistiado em 2008 pelo presidente Lula.

Organização operária (XIX)
(Charge representando o movimento)

Aconteceu por causa das más condições de trabalho enfrentadas pelos brasileiros moradores das cidades. Os trabalhadores se organizaram em sociedades beneficentes, sindicatos e partidos comunistas que levaram a greves e espalharam jornais nas ruas dos estados industriais como SP e RJ.

Canudos (1893 – 1897)
(Representação da peregrinação de Antônio Conselheiro)
Antônio Mendes Maciel (o Conselheiro) peregrinou o interior de Pernambuco, Bahia e Sergipe pregando, ajudando as pessoas e conseguindo seguidores, o que ameaçava a Igreja Católica. Em 1893 fundou Canudos, um povoado numa fazenda da Bahia que chegou há 10.000 moradores que seguiam suas próprias leis sem obedecer à igreja nem aos coronéis. Três expedições com metralhadores e canhões não conseguiram vencer a comunidade, somente a quarta com 14.000 soldados teve sucesso. Para garantir a vitória prenderam poucos, mataram muitos, degolaram outros e destruíram tudo.

Contestado (1912 – 1916)
(Representação do movimento e seu líder)
Aconteceu em terras de SC e PR aonde os moradores foram expulsos para a construção de uma estrada de ferro. Essas pessoas começaram a seguir José Maria combatendo o governo e os empresários que ganhariam muito com a instalação desses trens. Foram derrotados com violência por uma tropa de 8.000 soldados que os mataram de sede e fome durante um cerco desonesto.
Cangaço (XIX – 1940)
(Exposição com os artefatos, armas e vestimentas dos cangaceiros junto das cabeças decapitados do grupo de Lampião)

Aconteceu no sertão nordestino com a formação de grupos armados e violentos que eram sustentados por um político para protegê-lo. Mais tarde esses bandos começaram a trabalhar para si próprios atacando povoados e fazendas para roubar. Geralmente eram combatidos pelas volantes. Os lideres cangaceiros mais famosos foram Virgulino (Lampião) e Courisco.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Dia dos professores

(Homenagens do sexto II, IV e V além da Secretaria da Educação e da Escola Alice)

E nessa data tão especial nada poderia alegrar mais do que as homenagens sinceras dos alunos que te compreendem. Neste primeiro ano trabalhando com o ensino fundamental estou muito realizada e sei que não desisti por causa desses pequenos gestos de carinho, os desafios são diários, mas a sensação de assistir o progresso de cada um dos pequenos é uma satisfação imensurável. 

Muito obrigada por me tornarem uma pessoa tão realizada.
Amo vocês baixinhos.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

A Lei Áurea e o destino dos libertos

(Desenho expressando a liberdade trazida pela Lei Áurea produzido pela aluna Alexsandra Crispim da 7ªIII)

Assim que concluímos os estudos sobre a abolição da escravidão brasileira resolvi lançar um desafio aos alunos, então pedi a eles que expressassem sua opinião sobre o destino dos recém libertos, a intenção era faze-los pensar: para onde foram os milhões de negros que se tornaram livres de um dia para o outro com a assinatura da Lei Áurea em 1888. O resultado foi bastante positivo, muitos conseguiram estabelecer a relação existente entre a falta de política inclusiva do negro na sociedade com o preconceito e más condições de vida que vem enfrentando até hoje em nosso país. Abaixo estão alguns dos melhores trabalhos, confira:

Charges

(Autoria: Ana Clara 7ªV)

(Autoria: Sara Jhenifer Rodrigues Araújo 7ªIII)

Poesias

Destino dos Libertos por Thaís de Almeida - 7ª VI

A lei Áurea foi assinada
Os escravos livres estão
Mas para onde eles vão
Se não tem direção?

Não adiante de nada
Receber a liberdade
Se eles não tem dignidade
E não ganham respeito da sociedade.

Para não morrer de fome
Alguns hão de invadir casas
Essa lei não ajudou o homem
Que já sofreu levando chibatadas.

Outros, sem rumo
Escolhem voltar ao trabalho duro
Pelo menos assim conseguem sobreviver
Tendo onde dormir e o que comer.

Outros ainda, preferem acabar
Com suas próprias vidas
Melhor não ter esta vida maldita
Do que ser tratado como um parasita.

Enfim, esta lei não ia servir
Para ajudar os pobres escravos
Que finalmente foram libertados
Mas não tinham rumo a seguir
E agora estavam condenados
Mas tinham de partir.

O fim da escravidão e o destino dos libertos por Gercino C. Motter Neto - 7ª I

Salve a princesa Isabel
Deu liberdade a todos
Foi no dia 13 de maio
Negro não é mais lacaio
Negro não tem mais senhor
Desde o dia em que a princesa assinou
A lei Áurea concedendo a abolição
Hoje o preto pode ser doutor
Deputado ou senador
Não deveria mais haver preconceito de cor

O fim da escravidão por Pâmela Carmo da Silva - 7ª I


No Brasil imperial
Resquício colonial
Ainda estava presente
A cruel escravidão
Era infame a opressão
Num país independente.

A tão sonhada alforria
Chegou em 13 de maio
Para os negros a alegria
Não precisou nem de ensaio
Bateram em retirada para
Viver sem chibatadas.

No século XIX
O nosso império promove
A medida inaugural
Levantou a sua voz
O Euzébio de Queiroz.

Começaram a seguir
Um longo caminho novo
Sem ninguém para lhes perseguir
Conseguiram então sair
E seguir tranquilos num todo.

A princesa Isabel
Aboliu a escravidão
E acabou com o sofrimento
De muito cidadão.

Os negros discriminados
Ainda hoje são, pois
Passaram por uma
Grande escravidão.

Hoje é lei
Escravidão não
Racismo, mal tratos e rejeição
Hoje, levam á prisão.

Paródias

Música: Tem que ser você (Vitor e Léo) por Milena Duarte - 7ª I

Um dia meus pés puderam pisar
Onde o meu senhor
Nem me deixava chegar
E não tem chicote a gritar
Pois a escravidão agora acabou
Agora é hora de esquecer, e, e, e...

Que um dia fui escravo
Não vou negar
Quer era comercializado
Pra outro patrão me comprar
Só sei que a abolição
Chegou pra acabar
Com a dor na alma
E com as lágrimas do meu olhar

Agora vou aonde eu quiser
Sem a escravidão
Sem esse horror
E agora é hora de esquecer, e, e, e...

Música: Camaro amarelo (Munhoz e Mariano) por Ariel Silveira - 7ª I


Agora fiquei solto, solto, solto
Agora fiquei so, so, so, so, solto, solto
Agora fiquei solto, sem nenhum abrigo
Todos me perturbam, ninguém quer morar comigo

Graças á princesa todos foram libertados
E até que enfim veio o fim dos escravos
Não sei para onde vou
Nem sei o que fazer
Tô solto por aí, não sei aonde ir

Agora fiquei solto, solto, solto
Agora fiquei so, so, so, so, solto, solto
Agora fiquei solto, sem nenhum abrigo
Todos me perturbam, ninguém quer morar comigo


Música: Camaro amarelo (Munhoz e Mariano) por Jéssica Caroline do Prado - 7ª I

Agora eu tô livre, livre, livre, livre
Agora eu tô li, li, li, livre, livre
Agora eu tô livre, não sou mais escravo
Não preciso mais trabalhar no pesado
Graças á princesa eu fui libertado
Foi por causa dela a abolição dos escravos

Quando eu era um escravo trabalhava dia e noite dobrado
E ainda por cima meu patrão nos colocava muitas vezes no leilão
Daí veio a Princesa Isabel e resolveu os meus problemas, minha situação
E do dia pra noite fiquei livre
Tô rindo agora á toa e tô andando pra outra direção

Agora eu tô livre, livre, livre, livre
Agora eu tô li, li, li, livre, livre
Agora eu tô livre, não sou mais escravo
Não preciso mais trabalhar no pesado
Graças á princesa eu fui libertado
Foi por causa dela a abolição dos escravos

Redações


O destino dos libertos por Luana de Oliveira Schuch - 7ª VI


Depois que a princesa Isabel assinou a Lei Áurea em 13/05/1888 decretando o fim da escravidão, todos os senhores dos escravos foram obrigados á abrir as portas e deixar os escravos irem embora. Enfim os escravos seriam livres das chicotadas, das surras e do trabalho forçado sem remuneração. Poderiam arrumar um emprego, uma casa e até construir uma família. Bem, pelo menos era o que parecia. Mas se analisarmos bem, não foi nem um pouco assim.
Que a Lei Áurea foi criada para libertar os negros escravos de tal serviço, é verdade, mas essa lei não obrigava ninguém a empregá-los ou aceitá-los como membros normais da sociedade. Ninguém dava emprego aos negros, porque agora eles teriam que receber salário como as outras pessoas. Se já não queriam que os negros recebessem salário, muito menos que fossem vistos como pessoas normais, e com esse pensamento primitivo de que só porque são de outra cor não são iguais à todos, evitavam os negros.
Aí vem a pergunta: pra onde eles iriam? O que fariam da vida? Não falavam português, ninguém os acolheria por causa de sua cor, então acabaram na miséria. Por causa disso, até hoje, no Brasil inteiro existem favelas, nas quais a maioria dos habitantes é de cor negra.

Destino dos libertos por Letícia Heck da Cruz - 7ª VI

Depois de tantas leis que não foram respeitadas e de tanta pressão da Inglaterra surge no Brasil a tão "grandiosa" Lei Áurea. A lei que abolia a escravidão no Brasil. Mas será que essa lei solucionou realmente o problema? Acredito que não pois para onde iriam os libertos? Teriam uma vida realmente mais digna do que a que tinham quando escravos?
Realmente não tiveram, suas opções de vida eram poucas:

  • Podiam ficar ali mesmo nas fazendas trabalhando como escravos ou com "salários" injustos referente ao que eles faziam;
  • Também podiam fundar uma comunidade dos libertos, todos juntos teriam mais poder, poderiam ganhar moradias e até poderiam receber valor na sociedade;
  • Poderiam se matar para acabar com aquela vida desgraçada e indigna que tinham;
  • E a ultima e mais optada opção foi a de invadir as terras para construir uma "casinha", nem sei se aqueles barracos podiam ser chamados de casas. A maioria conseguia pequenos pedaços de terra para construir seu barraco em morros onde não tinha como ser nada confortável por causa das terras nada planas e porque os barracos eram feitos com coisas  que eles achavam. E foi a partir daí que surgiram os bairros pobres, hoje chamados de favelas.

Destino dos negros libertos por Vanessa Stéfani da Cruz - 7ª VI

Depois de tanto sofrimento passando fome e de várias leis como: a "Lei para inglês ver", "Lei Eusébio de Queiroz", entre outras, a princesa Isabel resolveu criar uma lei para libertar os negros, a tal Lei chamada "Áurea".
Quando os negros se viram libertos, não sabiam para onde ir, pois nem todos falavam português, não conheciam basicamente ninguém e não sabiam o que fazer.
Então todos os negros libertos se reuniram, conversaram e decidiram se separar em grupos para ir nas casas das pessoas pedir ajuda pois eles concluíram em fazer algumas casas para morarem com materiais comuns e fáceis de encontrar.
Depois de tantos anos de escravidão, os negros já  estavam tão cansados que para eles não fazia mais sentido viver, muitos já estavam quase morrendo pois no máximo eles completavam 40 anos de idade, mas para os negros o trabalho livre era muito, mas muito, mas muito tranquilo, mais calmo e mais divertido.
O tempo foi passando e aos poucos os negros conseguiram construir  suas moradias, os que estavam em bom estado de saúde iam arrumar algum trabalho para fazer e poder sustentar sua família.
Muitas famílias foram geradas e muitas outras aos poucos iam  morrendo. Muitos e muitos anos se passaram e os negros foram construindo uma espécie de favela, para que com o aumento das famílias o povo visse que os negros também são pessoas comuns e que tinham o direito de ter uma vida e um bom emprego, calmo e tranquilo, como as pessoas brancas e bem de vida tinham.
Depois desses anos todos tentando reconstruir suas vida em novas favelas, os negros não conseguiram o que queriam: a "igualdade" e sim a "desigualdade". Mas hoje em dia muitos negros conseguiram ganhar a confiança das pessoas e a desigualdade no mundo, aos poucos, esta diminuindo.