(Quadro de François-Auguste Biard. Palácio de Versalhes) |
A escravidão no Brasil acabou por pressão da Inglaterra, mas
por quê? Por três motivos:
- A Inglaterra queria o fim da escravidão porque assim os brasileiros ganhariam salário para trabalhar e poderiam comprar seus produtos, fazendo com que ganhasse mais dinheiro.
- Com o trabalho assalariado o açúcar brasileiro ficaria mais caro e assim Inglaterra lucraria mais com a venda do seu próprio açúcar.
- Os ingleses não teriam mais as suas terras na África invadidas por traficantes de escravos.
Apesar da pressão inglesa, o processo para acabar com a escravidão no Brasil foi longo, de
1808 até 1888, totalizando 80 anos. Neste período foram criadas várias leis para tentar enganar a Inglaterra. As principais foram:
- Lei para inglês ver (1831): não era permitido trazer escravos da África para o Brasil, mas se trouxesse não tinha pena nenhuma.
- O Ato Bill Aberdeen (1845): não podia trazer escravos da África para o Brasil, pois se fizesse isso seria preso por pirataria ficando pouco tempo na prisão.
- Lei Eusébio de Queiroz (1850): não era permitido trazer escravos da África para o Brasil, mas se trouxesse era preso por crime hediondo (crime grave) por cerca de 30 anos.
- Lei de Ventre Livre / Rio Branco (1871): esta lei dizia que se um escravo tivesse um filho ele/ela poderia ser livre aos 8 anos, mas para isso D. Pedro II teria que indenizar o dono dele. Caso o dono do escravo não fosse indenizado, ele poderia trabalhar como escravo até os 21 anos para pagar por sua libertação e depois iria embora.
- Lei dos Sexagenários (1885): falava que os escravos que alcançassem 65 anos poderiam sair da fazenda. Mas era raro, pois eles só viviam de 30 a 40 anos, afinal tinham uma vida muito difícil, alguns, quando sentiam muita fome, chegavam a comer barro.
Quando D. Pedro II estava no Egito, a Inglaterra ameaçou a
Princesa Isabel, que já tinha vários problemas de saúde e de autoestima,
comunicando que se ela não assinasse a Lei Áurea a Inglaterra declararia guerra
contra o Brasil. Ela, com medo, assinou a lei no dia 13 de março de 1888
acabando de vez com a escravidão dos negros em nosso país.
Logo depois de libertos os ex-escravos se viram desesperados e completamente sem apoio, esperança ou oportunidade. Alguns foram morar nos
morros, pois por lá não tinha brancos e isso formou as favelas; outros ficaram
morando com seus antigos donos porque sabiam que ali teriam abrigo, comida e segurança; alguns tiveram que roubar, pois estavam desesperados; alguns
se prostituíam (tanto homem, quanto mulher) por um prato de comida, outros se suicidavam;
alguns usavam drogas ou álcool para tentar esquecer o sofrimento; alguns procuravam
trabalhos, e as mulheres eram quem mais conseguiam para limpar casas ou lavar
roupas, mas era um trabalho semi-escravo.
Depois de tanto sofrimento, os escravos conseguiram a sua
tão desejada liberdade, mas, ainda assim sofreram com preconceito, trabalho
semi-escravo e quase todo o tipo de desigualdade humana. E hoje, 130 anos após
o fim da escravidão, eles ainda sofrem com o racismo e a exclusão social.
(Texto produzido voluntariamente pela aluna Emily Straus - 8ºIII/2018 sobre orientação de sua professora Janaina da Silva)