(Caricatura de Angelo Agostini na Revista Fluminense, 12/06/1869) |
No quinto capitulo de sua obra: Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil, o jornalista Leandro Narloch trás, como de costume, revelações chocantes sobre a história brasileira. Nesse caso, especificamente, o escritor faz uma breve revisão sobre a real importância da atuação brasileira na Guerra do Paraguai, também conhecida por Guerra da Tríplice Aliança.
Por volta de 1960 os historiadores já começavam a discutir a possibilidade de terem culpado exageradamente nosso país pelas atrocidades da guerra paraguaiana, assim como também apontavam a participação britânica como insignificante, não mais como primordial no incentivo e apoio militar que acabaram prolongando as batalhas durante seis anos.
Em 1990 novos estudos fornecem dados reveladores. Estatísticas apontam que era impossível contabilizar exatamente o número de habitantes paraguaios antes da batalha por se tratar de um país agrário governado ditatorialmente, logo o Brasil não pode ser culpado por exterminar 80% da população masculina nas frentes de batalha uma vez que o número de homens que moravam no país e o dos que ingressaram na luta eram desconhecidos.
A Inglaterra, durante décadas, foi acusada de patrocinar esse genocídio paraguaio por temer o crescimento do país que poderia atrapalhar seu comércio, o que não faz sentido. O Paraguai era agrário, jamais atrapalharia a exportação dos produtos industrializados ingleses. Além do mais, documentos provam que o financiamento das tropas brasileiras veio dos cofres nacionais, somente 8% do valor foi adquirido via empréstimo dos cofres britânicos.
Resumindo os fatos: a culpa do desastre ocorrido durante os anos de disputa territorial foi retirada do Brasil e Inglaterra e transmitida para Solano López, presidente paraguaio durante o conflito. López até então era visto como o salvador de seu país, um homem determinado a defender sua pátria, mas após essa análise cuidadosa dos fatos tudo levou a crer que foi sua ambição e vaidade desmedidas que não lhe permitiram desistir frente três nações poderosas: Brasil, Argentina e Uruguai.
Em termos a culpa pelo genocídio masculino que afetou a população paraguaia compete em boa parte ao dirigente nacional. Este genocídio por sua vez provocou o enfraquecimento agrário, a queda nas exportações, o empobrecimento do país, a fome nacional e a presença de mulheres, idosos e crianças nas frentes de batalha que, por sua vez, geraram ainda mais desolações como massacres e estupros, no entanto é ingênuo apontar os militares brasileiros como desumanos, as tragédias foram poucas e os registros apontam um numero considerável de ações humanitárias e uniões estáveis resultantes dos encontros em campo de batalha.
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