Os portugueses costumam contar as história de uma incrível escola de navegação criada no século XIV por Dom Henrique. Segundo os relatos a Escola de Sagres reunia sábios europeus estudando as técnicas e instrumentos náuticos.
Sabemos que desde os tempos de Dom João II os sábios eram reunidos em Portugal para buscar soluções de navegação, mas teriam feito tudo oralmente para evitar que as informações escritas fossem roubadas por outros países. No entanto nunca existiu provas de que existisse uma escola.
No local onde dizem ter existido a Escola de Sagres existe somente uma igreja datada de 1500, um pequeno porto pesqueiro construído em 1800 e um ponto turístico erguido no século XX. A geografia do lugar sequer teria condições de receber os enormes barcos portugueses do século XV construídos para viagens comerciais que duravam meses.
Se Dom Henrique realmente tivesse inaugurado a Escola de Sagres porque teria incluído as disciplinas de astronomia, aritmética e geometria na Universidade de Lisboa? Ele de fato organizou as primeiras grandes viagens marítimas, mas provas de que ele fundou essa escola só para navegação não existem, nem documentais, nem arquitetônicas.
Para mais detalhes sobre o tema, assista a vídeo-aula que segue:
A Teoria da Criação é a explicação religiosa para o surgimento dos humanos na terra. Segundo ela, depois de ter criado o mundo e os animais, Deus teria sentido falta de alguém que cuidasse do planeta e rezasse por ele e então decidiu criar um animal especial e inteligente: o ser humano.
Primeiro ele teria feito Adão a partir do barro e para que a espécie sobrevivesse tirou uma das costelas do homem para fazer a Eva. Ambos teriam recebido a vida através de um sopro no nariz e dessa maneira tanto homem quanto mulher teriam sido feitos á imagem e semelhança de Deus. Os detalhes da criação são narrados no livro do Gênesis no Antigo Testamento Bíblico.
Após explicar essa teoria nas salas de aula dos sextos anos do ensino fundamental foi solicitado que os alunos reproduzissem o momento da criação dos seres humanos através de um desenho. O resultado foi satisfatório e os melhores estão anexados abaixo:
(Reprodução das Chinampas - ilhas artificiais astecas)
Segundo a lenda asteca esse povo deveria se fixar num local sagrado escolhido pelos deuses. Quando avistaram uma serpente sendo devorada por uma águia em cima de um cacto numa ilha do lago Texcoco acreditaram que aquele era o local escolhido pelos deuses. Alí, em 1325, construíram sua primeira cidade: Tenochtitlán, a capital do império.
Essa cidade mexicana era impressionante e chegou a abrigar aproximadamente 250.000 pessoas. Ao todo o império asteca abrigou cerca de 11.000.000 de habitantes de diferentes povos espalhados pela região da América Central. Para sustentar o governo cada um dos moradores devia pagar tributos em ouro e cacau para o imperador que contava com a ajuda dos anciãos e sacerdotes para tomar suas decisões.
Para se alimentar os astecas cultivavam principalmente milho, feijão, pimenta, abóbora, cacau, melão, abacate além de cachorros, perus e patos. Como dispunham de pouca terra para plantar inventaram ilhas artificiais, as chinampas. Elas eram sustentadas por vigas, contavam com um sistema de irrigação e tinham uma fundação de cana coberta por terra onde depositavam o estrume humano para iniciar o plantio.
Para complementar a alimentação também costumavam coletar vegetais, pescar e caçar insetos, vermes e gafanhotos. Completando essa variedade gastronômica acabaram inventando um dos alimentos mais apreciados atualmente no mundo inteiro: o chocolate. Além da culinária, os astecas também eram ótimos no artesanato e na tecelagem, principalmente graças as cores intensas que conseguiam produzir.
Como produziam muitos produtos costumavam fazer trocas com povos vizinhos. Logo, os comerciantes astecas viajavam demais e eram encarregados de trazer as novidades das outras partes do império para a capital agindo como espiões do imperador. Em caso de problemas com outros povos o exército asteca entrava em ação usando fantasias que imitavam os deuses e os animas acompanhadas de máscaras estranhas, a intenção era assustar o inimigo antes da batalha. Quanto maior a bravura e o número de vítimas capturadas, mais penas no cocar o guerreiro asteca recebia.
Os guerreiros inimigos que fossem derrotados seriam oferecidos como sacrifício aos deuses nos templos astecas. Esses templos eram construídos em formato de pirâmides simulando uma montanha já que acreditavam que elas alcançavam os céus e, consequentemente, os deuses. Cada deus era relacionado á natureza e deveria ser tratado com muito carinho para não se vingar. Hoje já sabemos que cada imperador asteca construía outra camada por cima das pirâmides quando assumia o poder.
Por medo de um de seus deuses, por exemplo, os astecas mantinham cinco dias por ano só para sacrifícios no calendário. Além desses cinco dias existiam 18 meses de 20 dias cada um. Esse calendário é muito mais antigo do que o nosso e foi criado para auxiliar a agricultura. Os astecas eram muito organizados e acabaram criando um sistema público de ensino.
As escolas eram públicas, severas e destinadas somente aos meninos acima de 16 anos. Existiam dois tipos de escola: uma que preparava o garoto para o sacerdócio e outra que ensinava coisas práticas como armas, comércio e arte. Enquanto os garotos eram obrigados a estudar as meninas ficavam em casa aprendendo a tecer com suas mães.
A escrita asteca era muito complexa. Não criaram um alfabeto e por isso usavam uma infinidade de símbolos para representar o que queriam. Esses símbolos eram desenhados sobre tecidos de algodão ou pedaços de camurça. Por possuírem essa escrita complexa as histórias acabaram sendo guardadas oralmente através de poemas cantados sobre os mais diversos assuntos.
Os astecas acreditavam no fim do mundo, para eles isso iria acontecer quando o sol apagasse. Passaram toda a sua vida realizando cultos e sacrifícios para evitar esse momento sem imaginar que não seria o sol que iria exterminá-los, mas sim um povo distante: os espanhóis. Em 1519 o descobridor Hernán Cortez reuniu as tribos inimigas dos astecas num só exército. Era o fim desse povo fascinante. Confira mais detalhes sobre os astecas assistindo a vídeo-aula e aos vídeos da Série Grandes Civilizações:
As cidades-estado maias nunca se uniram em um único governo. Cada uma delas tinha seu próprio rei hereditário e abrigava diferentes povos, entretanto compartilhavam a mesma língua, religião e cultura. Os maias costumavam construir suas cidades em meio a mata fechada na região sul do México. Suas origens remontam a 1.000 anos a.C e as cidades mais significativas foram Chichén Itzá e Tikal.
Cada cidade maia possuía em seu centro uma praça pública e um templo religioso destinado a sacrifícios animais e humanos (geralmente de escravos) para os deuses. Esses templos eram comandados por sacerdotes que desenvolviam a astronomia e a matemática, inclusive eles incluíram o número 0 no sistema numérico e eram facilmente identificados pela testa longa que era moldada desde o nascimento quando os pais colocavam tábuas para prensar a cabeça dos futuros religiosos.
Morar no centro da cidade era um privilégio das pessoas nobres como o rei, sua família, os sacerdotes e os chefes do exército. Os agricultores moravam um pouco mais afastados e recebiam terras do governo para plantar, em troca entregavam parte da produção para o governante da cidade. Os produtos mais cultivados eram o milho, cacau, feijão, algodão, pimenta, sisal, abóbora, mamão e abacate.
Nas plantações precisavam executar todas as tarefas com a força braçal pois não criavam nenhuma espécie de animal e desconheciam a roda. A única ajuda com a qual contavam nas lavouras era a do calendário de 365 dias que orientava os dias apropriados para plantio e colheita de cada tipo de planta. O animal que despertava a admiração maia era o Jaguar devido sua força, inteligência e velocidade por isso utilizavam sua pele na produção de roupas.
No dia-a-dia conviviam com muitas pinturas coloridas que representavam a história da cidade. Algumas histórias ficaram registradas em blocos de pedra através do sistema de escrita simbólico que utilizavam. Com esses símbolos, inclusive, chegaram a escrever um livro sagrado, o Popol Vuh, aonde narravam a criação dos humanos.
A adoração pelos deuses era tamanha que inventaram um jogo de bola em sua homenagem. A bola pesava em torno de 3 kg e devia ser arremessada dentro de um círculo numa altura considerável usando somente os ombros, quadris e joelhos. Mas infelizmente o povo maia acabou abandonando suas cidades, o motivo ainda é desconhecido.
Talvez tenham entrado em guerra cidade contra cidade e por isso resolveram fugir. Ou talvez tenham partido pra outros locais em busca de comida após um período de reis ambiciosos que se descuidaram das fiscalização das plantações. O fato é que quando os espanhóis "descobriram" as terras maias restavam poucas cidades enfraquecidas que foram dominadas uma a uma. Felizmente alguns descendentes ainda mantém parte da cultura maia, são os quiches. Confira mais detalhes assistindo aos vídeos da série Grandes Civilizações ou assista a vídeo-aula sobre o tema:
O império Inca surpreendeu o mundo. Formado na região sul do Peru por volta do século XIII a partir da capital Cusco acabou se espalhando pelas terras que hoje compreendem o Peru, Colômbia, Chile e Argentina. O imperador era adorado como filho do sol e chamado de Sapa Inca. Ele era responsável pelas 12.000.000 de pessoas que chegaram a viver no império, sendo que 7.000.000 delas pertenciam a 100 povos diferentes.
O Sapa era a pessoa mais importante da sociedade inca. Como era considerado filho do Deus Sol ele devia se casar com uma de suas irmãs, filha da Deusa Lua. Quando o imperador falecia era ela quem escolhia o filho mais adequado para ocupar o cargo de imperador de seu pai. Mas os Sapas podiam ter quantas esposas quisessem, alguns tiveram centenas. Só que quando eles morriam elas deviam ser sacrificadas junto com todos os empregados particulares do imperador para serem enterrados com ele.
Para fazer parte desse povo existiam três regras: não roubar, não mentir e não ser preguiçoso. Mas todos os que viviam lá recebiam terras pra plantar conforme o número de integrantes da família, assim ninguém passava fome nem dificuldades. Em troca deveriam trabalhar alguns dias de graça para o governo, era uma espécie de imposto. Todos os habitantes podiam contar com a defesa de um exército bem treinado e com o apoio de um calendário de 365 dias divididos em 12 meses indicando a época certa para o plantio de cada coisa.
E não era só isso. Os moradores também podiam desfrutar de mais de 23.000 km de estradas calçadas com pedras resistentes. Lá passavam várias caravanas de lhamas facilitando a troca de produtos com outros povos. Por esses caminhos também circulavam os Chasques, mensageiros altamente treinados que levavam recados do governo correndo rapidamente. Como não dominavam a escrita todas as mensagens eram decoradas e transmitidas de chasque para chasque até chegar ao seu destino final.
O império era muito organizado e contava com mais de 70 cidades. Para facilitar o controle de tanta gente ele foi dividido em 4 partes e cada uma tinha um Quipumayaque, homem responsável por fazer os nós de corda que registravam tudo que existia naquela parte do império. Esse conjunto de cordas foi uma importante invenção de contagem e registro, eram os Quipus.
A engenhosidade inca também os levou a criar um sistema de irrigação inovador. Eles construíram terraços em formato de escadas para poder plantar nas montanhas. Um sistema de irrigação trazia a água das chuvas da ponta da montanha até o primeiro andar de forma automática. Eles subiam para adubar a terra com excrementos de aves marinhas e morcegos, depositavam as sementes, desciam e só voltavam meses depois para colher os vegetais. Esse tipo de plantação foi chamada de andeime.
Graças a esses terraços as terras altas eram aproveitadas para a agricultura. Assim as plantas não ficariam tortas e nem haveria trabalho para escalar os montes. Os andeimes foram construídos até mesmo na Cordilheira dos Andes e eram utilizados na produção de milho, feijão, algodão, tomate, pimenta, abacaxi e mais de 200 tipos de batata. Os animais criados eram as lhamas e alpacas que forneciam carne, leite e lã além de servir para carregar algumas coisas.
Os conhecimentos de construção eram apurados. As casas foram construídas com blocos de pedra de até 7 metros de altura encaixados perfeitamente sem qualquer tipo de massa para grudá-los. Nem uma folha de papel é capaz de entrar no espaço entre as pedras. O teto das construções era feito com palha trançada e oferecia um abrigo seguro até mesmo contra a chuva.
A segurança da população era confiada a diversos deuses, mas também ás Virgens do Sol, mulheres escolhidas por sua beleza e nobreza para morar nos templos durante toda a sua vida. Essa moças eram educadas em conventos, deviam aprender a tecer lã fina e a rezar diariamente para o Deus Sol afim de manter o povo inca protegido. Embora isso não tenha funcionado no século XVI quando foram descobertos e exterminados pelos espanhóis liderados por Francisco Pizzaro.
Engana-se quem acreditar que os espanhóis é que trouxeram a violência para o império Inca, antes deles as pessoas já deviam se comportar muito bem, pois as punições aplicadas pelo imperador iam de tortura e apedrejamento até três dias confinado em calabouços com cobras e onças. Sendo assim, não é de se estranhar que os soberanos incas contratassem amautas (filósofos oradores) para espalhar histórias gloriosas a seu respeito pelo território a fim de intimidar a população e possíveis adversários tribais.
Mesmo após morrer, a influência dos imperadores incas era tamanha que seus corpos eram mumificados (embalsamados e congelados), bem vestidos, carregados em liteiras para passear e visitar entes queridos, além de participar das reuniões políticas e conselhos de guerra. Muitas pessoas se auto-sacrificavam de bom gosto para ajudar o imperador a acalmar os deuses, vestiam-se e enfeitavam-se ricamente e caminhavam rumo ao discurso do sacerdote que lhe arrancaria o coração ainda vivo, acreditavam que dali iriam morar com o Deus que haviam homenageado.
Conheça melhor esse povo misteriosamente fascinante lendo o livro Guia Politicamente Incorreto da História da América Latina de Leandro Narloch e Duda Teixeira e aproveite para assistir aos vídeos da Série Grandes Civilizações ou a vídeo-aula que seguem: