(Caricatura alusiva ao "achamento" do Brasil produzida por Rafael Santos Lopes) |
Em 1500 a bela Pindorama dos nativos brasileiros estava prestes a sofrer mudanças drásticas. Suas praias estavam recebendo pela primeira vez os passos do homem branco. Se a frota de Pedro Alvares Cabral chegou ao Brasil de forma planejada ou não ainda é uma grande incógnita, mas o fato é que os portugueses já chegaram por aqui dando ordens ao renomear nosso lugar como Terra de Santa Cruz em homenagem a cruz católica trazida no peito de Cabral.
O primeiro contato entre os povos da terra e os navegadores foi pacífico. Era um momento de nostalgia em frente ao desconhecido, de pura curiosidade. Os portugueses até apelidaram nossos habitantes de Bom Selvagem. Mas esse romantismo não duraria muito tempo afinal os viajantes não vieram a passeio, mas sim a negócios, e logo encontraram um produto que muito lhes interessou: o Pau-Brasil. Seria dado o ponta pé inicial na devastação da Mata Atlântica brasileira.
Trazer a madeira de dentro da mata até os barcos não era tarefa fácil e por isso os colonizadores usaram a mão-de-obra dos nativos que realizavam o trabalho em troca de algum produto curioso, como um espelho ou chapéu, essa troca de produtos é nomeada de escambo. O problema é que os índios possuem um respeito muito grande pela mãe natureza e sua índole não era nada ambiciosa. Após terem conseguido os objetos que desejavam eles paravam de buscar as toras de Pau-Brasil, pois não tinham interesse em possuir mais do que um espelho, por exemplo.
Essa recusa aconteceu por volta de 1530 e não foi aceita pelos portugueses que passaram a perseguir os nativos, matá-los e até a escravizá-los. Ainda tiveram a coragem de chamar esse processo de Guerra Justa afirmando fazer isso em nome de Deus para catequizar o Mau Selvagem. Nessa mesma época Portugal viu vários países chegarem as Índias para buscar as especiarias que somente ela vendia pela Europa, sem contar os ataques que os franceses vinham fazendo ao Pau-Brasil.
Perante as circunstâncias o rei Dom Manuel decidiu colonizar as terras americanas. Enviou alguns homens de sua confiança para encontrarem um meio de habitar essas terras e expulsar os franceses. Martim Afonso encontrou a solução. Ele fundou uma vila chamada São Vicente onde tentou o plantio de cana-de-açúcar, outro produto valorizado da época, e obteve grande sucesso. A novidade animou a coroa que tratou de dividir as terras e encontrar pessoas para governá-las e habitá-las.
Assim surgiram as Capitanias Hereditárias, o primeiro Governo criado no Brasil. Entretanto das 14 capitanias estabelecidas somente 2 tiveram sucesso: São Vicente e Pernambuco. As outras não possuíam terras férteis, seus capitães nunca vieram conhecê-las ou vieram e desistiram por algum bom motivo como a existência dos Tupinambás (tribos canibais) por exemplo. Dessa forma o rei decidiu extinguir as capitanias e definir um novo tipo de governo.
Nascia o Governo Geral a cargo de Tomé de Souza que estabeleceu a primeira capital brasileira em Salvador e criou as Câmaras de Vereadores em cada vila ou cidade para ajudá-lo a cobrar impostos e manter a organização. Somente Pernambuco não acatava as ordens do governador. Enquanto isso os nativos iam fugindo para o interior do país e os brancos traziam os negros como solução para as grandes plantações de cana.
Confira mais detalhes dos primeiros anos dos portugueses no Brasil nos vídeos que seguem. Os dois primeiros são produções da Fundação Joaquim Nabuco que contam com bonecos de fantoche e atores caracterizados para despertar a atenção dos alunos em sala de aula. Enquanto que o último é um belo documentário da TV Escola que usa uma linguagem mais formal através do renomado historiador brasileiro Boris Fausto. Espero que goste das sugestões. Até mais.
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