(Portal de entrada da cidade de São João Batista em Santa Catarina, Brasil - Acervo pessoal) |
Atualmente o município de São João Batista localizado no estado de Santa Catarina é conhecido por seu sucesso empresarial no ramo dos calçados que tem causado muito progresso aos seus moradores. Mas, no passado, nossa cidade era muito pequenina, embora sempre tenha sido um local de povo muito batalhador e responsável.
São João Batista surgiu da audácia de um único homem vindo de São José, o capitão João de Amorim Pereira, que criou uma boa fazenda próximo ao Rio Tijucas em 1834 somente com o apoio de sua família. Graças ao sucesso de João, outros colonizadores vieram morar na localidade que em pouco tempo foi considerada uma freguesia através da Lei Nº 90 de abril de 1838.
A freguesia tinha seu próprio Juiz de Paz, o capitão João, mas não era independente, pois pertencia ao município da Freguezia de São Miguel. Em 1841 sua posse foi transferida para Porto Bello, até que em 1848 retornou ao poder de São Miguel. Já em 1860 houve a criação do município de São Sebastião de Tijucas, então as freguesias de Porto Bello e São João Batista foram incorporadas a ele.
Somente em 1958 São João Batista se tornou um município independente de Tijucas através da Lei N° 348 de 21 de junho. Porém, até esse dia chegar, os batistenses passaram por uma série de modificações em sua forma de viver nessa terra fértil repleto de madeiras de lei. Estudos indicam que nossa cidade foi formada por imigrantes açorianos e italianos que contaram com o trabalho escravos negros em suas fazendas que frequentemente eram atacadas pelos "índios" locais, os bugres.
No princípio, o rio Tijucas era fundamental para a sobrevivência de todos porque ele facilitava o transporte de mercadorias que eram vendidas em outras localidades. Atrás da atual loja Penhk ficava um dos principais portos de barcaças que saíam daqui repletas de madeira, cana, mandioca, gado, fumo, feijão, milho, entre outros produtos.
Quando os produtos não eram levados até as freguesias mais próximas, os tropeiros vinham para São João descendo a serra carregados de charque, queijo, pinhão, mel de abelha e fumo de corda para trocar aqui por produtos de seu interesse. Para sua comodidade contavam com o apoio das casas do Sr. João Vicente Gomes e do Sr. Benjamim Duarte aonde podiam se alimentar e descansar.
Praticamente todas as famílias batistenses possuíam engenhos de cana ou de farinha, mas aos poucos muitas delas foram se dedicando somente a troca de produtos e passaram a abrir as primeiras casas de comércio de nossa região, algumas delas existem até hoje como a Loja Calcebem do Sr. João Vicente Gomes, o Supermercado Remael do Sr. Walmor Goedert, o Supermercado Puel do Sr. Abílio Puel, entre tantas outras.
Entre todos os estabelecimentos criados, sem dúvida alguma, o que mais fez sucesso foi o Cine São João inaugurado por volta de 1940 pelos irmão Leopoldo e Irineu Campos. O local foi um verdadeiro sucesso exibindo os filmes de uma empresa de Curitiba, que muitas vezes eram criticados pelo vigário. Com a chegada da televisão por volta de 1988/89, o cinema acabou sendo fechado.
Com tanta movimentação surgiu a necessidade de estabelecer as primeiras picas (estradas de barro abertas á mão) para o movimento de pedestres e carroças em 1841, o responsável pelas obras foi Anastácio Pereira. A primeira grande estrada foi traçada entre Nova Trento e Porto Belo passando por Tijucas, ela seria útil para carroças, caminhões e automóveis e foi inaugurada em 27 de abril de 1890.
Em 1918 São João foi agraciada com a construção de sua primeira ponte fabricada com madeira e zinco que permitia a passagem de um veículo por vez. Sua inauguração foi somente no ano de 1921. E assim, aos poucos, a pequena freguesia do capitão João de Amorim Pereira foi se transformando nessa cidade promissora que não para de crescer.
Se você gostou de conhecer um pouquinho sobre a trajetória da pequena São João Batista, sugiro que leia a obra de Darci de Brito Maurici intitulada São João Baptista do Alto Tijucas Grande da editora e gráfica Odorizzi. Você vai se surpreender com as revelações da escritora.
Até mais!
Um comentário:
Muito bom o material escrito.
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