(Cena do filme Gladiador em que o imperador romano toma a decisão sobre a vida de um escravo) |
A maioria dos cargos públicos em Roma tinham a duração de um ano, mas ser lembrado por ter trabalhado numa função pública era uma grande honra, uma espécie de título de nobreza. Isso acontecia porque a vida pública e a vida privada eram praticamente a mesma coisa, tanto que os próprios governantes escolhiam quem poderia juntar-se a eles para cuidar do povo enquanto sua riqueza era gasta para essa finalidade.
Entrar para a vida política não era uma tarefa difícil, bastava pagar a algum governante para que ele o indicasse para algum cargo e caso ele não cumprisse com sua palavra era possível prestar queixa nos tribunais. Alguns políticos usaram seus cargos em benefício próprio para enriquecerem, mas nem por isso deixaram de fazer um ótimo trabalho, inclusive essa era considerada uma forma digna de enriquecer, tanto que em todas as fases romanas os governantes acabaram se unindo para explorar o povo.
A população tentava se convencer de que as explorações financeiras realizadas pelos políticos era benéfica e servia para garantir o seu bem, desta maneira aceitavam algumas atrocidades das figuras públicas porque acreditavam que eles estavam apenas defendendo sua propriedade para poder ajudar aos demais com ela. Esses homens, além de boas propriedades, também deveriam ser cultos para poder garantir o bem estar de seu povo, seus bons modos e educação eram fundamentais, assim como um bom conhecimento literário e mitológico.
Automaticamente o fato de não ter acesso a um cargo político rebaixava a posição social dos homens. Os cargos do senado eram exclusivos para as famílias ricas que tinham o dever social de ocupar essa função pública, era praticamente um dever porque não bastava ser rico para ser respeitado, era necessário ser um político, Quem recebesse os cargos de pretor ou cônsul deveria, por educação, gastar alguns milhões para oferecer espetáculos aos romanos, como peças de teatro, apresentações de gladiadores ou corridas de quadrigas e bigas.
Esses gastos seriam recompensados através de chantagem e extorsão em alguma província que dominaria no interior de Roma. Entretanto, muitos políticos ofereciam uma série de regalias aos cidadãos por vontade própria, pois oferecer banquetes, festas e edifícios públicos garantia a atenção pública, chamava a atenção e aumentava seu prestígio. Oferecer espetáculos garantia adoração e construir edifícios possibilitava a ostentação. Assim, nenhum evento era completamente privado quando acontecia na família de um político romano.
Quando os filhos dos políticos se casavam eles ofereciam um grande banquete público ou mandavam construir alguma obra aonde seu nome ficaria gravado, ou seja, era necessário unir a vida particular de sua família á sua carreira política para satisfazer o povo. Essas práticas serviam mais para agradar as pessoas do que para corromper os eleitores e conquistar seus votos, era uma questão de honra. Mesmo assim, o Conselho Municipal mantinha um certo rigor optando por políticos de famílias nobres e aceitando comerciantes ricos de origem humilde somente em caso de necessidade financeira.
O Conselho é um caso isolado, pois nos demais departamentos públicos o que realmente falava mais alto era o poder aquisitivo do político que tinha prazer em oferecer mimos ao povo com o desejo de se destacar, dessa maneira a aparente bondade encobria a vaidade de poder afirmar que foi o único ou o primeiro a oferecer algum tipo de benefício para a população.
Como podemos perceber, o hábito de oferecer regalias ao povo é uma prática extremamente antiga, nesse caso podemos sugerir maior criatividade aos nossos políticos atuais não é mesmo? O que acha? Pense sobre isso, até mais!
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