quarta-feira, 19 de abril de 2017

Igreja Matriz de São João Batista

(Fotógrafo desconhecido)
O mês de abril é importante para minha cidade, São João Batista (SC), porque marca o aniversário de construção da Paróquia Matriz. Estamos comemorando seus 179 anos de construção e por isso não poderia escolher outro monumento se não esse. Afinal, como em toda cidade tradicional, todo o universo social se formou ao redor dela durante a colonização.

Fotografar uma igreja, sobretudo a mais imponente da região, acaba trazendo diferentes personagens e situações a nossa vista, e é por isso que a tarefa se torna tão prazerosa e instigante. Nesse momento você começa a se indagar sobre todas as histórias que aquele local pode oferecer e quantas lembranças marcantes ele proporcionou.

O terreno de nossa matriz ocupa todo um quarteirão, justamente por isso temos vários ângulos para registrar. Na verdade eu nunca tinha parado para analisar o quanto cada um deles é singular. Se capturarmos ela de frente, por exemplo, vamos contemplar toda a sua arquitetura majestosa e celestialmente projetada, se lançando aos céus com maestria.

Ao nos colocarmos um pouco mais a esquerda poderemos apreciar a pitoresca casa que serviu de abrigo para as dezenas de padres que já receberam e aconselharam os desesperados. E o local é tão acolhedor, repleto de flores e energias pacíficas que o deixam completamente atrelado à igreja, como se um não pudesse existir sem o outro, numa união desde o “ventre”.

Se nos lançarmos à direção oposta, no entanto, veremos a face triste de nossa cidade. Ali mesmo, embaixo da sede aonde as crianças são orientadas para viver sua fé cristã através da catequese, estão os desabrigados, os pedintes em situação miserável, os que para muitos parece simplesmente não existir. Será que nossa igreja não poderia fazer mais por eles?


Para finalizar, se registrarmos os fundos da construção, veremos o lugar pulsante, aonde festas de casamento, bingos e celebrações santas são realizadas diariamente, o local aonde a vida pulsa vibrante. Ao fim das fotos é possível se perguntar qual seria realmente a face da igreja matriz, mas a única conclusão a qual chegamos é a de que ela, como todos os cantos de nossa cidade, pode se mostrar surpreendentemente multifacetada.

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