(Fonte desconhecida) |
O Museu Nacional é a mais antiga instituição cientifica do país e guarda em seu acervo mais de 20 milhões de itens.
Desde 1892, o museu ocupava um prédio histórico, o palácio de
São Cristóvão, na Quinta da Boa Vista, zona norte do Rio de Janeiro. O palácio
foi doado por um comerciante ao príncipe regente D. João em 1808 e depois
tornou-se a residência oficial da família real no Brasil entre 1816 e 1821 -
nesse período foi a casa de um rei e dois imperadores.
Foi lá que a princesa Leopoldina, casada com D. Pedro I, assinou
a declaração de independência do Brasil em 1822. Anos depois, também foi palco
para a primeira Assembleia Constituinte da República, entre novembro de 1890 e
fevereiro de 1891, que marcou o fim do império no Brasil.
Desde 1946, o Museu Nacional é vinculado à Universidade Federal
do Rio de Janeiro e tem um perfil acadêmico e científico.
O Museu Nacional tinha uma área útil de 13.616,79 m² distribuída pelos
seus três pavimentos. Possuía um total de 122 salas, sendo 63 salas no primeiro
pavimento, 36 no segundo e 23 no terceiro. A maior parte do acervo estava
disposta nos dois primeiros pavimentos.
1º
PAVIMENTO
·
Meteorito de Bendegó
·
Coleções de Paleontologia,
mineralogia e botânica
·
Pátio onde foi assinada a primeira
constituição brasileira
2º
PAVIMENTO
·
Fóssil de Luzia
·
Sala dos dinossauros
·
Coleção egípcia
·
Múmia dos Andes
·
Móveis originais usados por D. João
VI
·
Diários da Imperatriz Leopoldina e
coleções dos pesquisadores do império
3º
PAVIMENTO
·
Administração e direção do Museu
O que aconteceu:
O
Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro teve uma perda de bens
históricos e científicos incalculável durante a madrugada do último domingo (2
de setembro de 2018). O acervo foi atingido por um incêndio que teve início às
19h30 e só foi controlado pelo Corpo de Bombeiros local às 3h desta
segunda-feira (3 de setembro de 2018).
A instituição vinha sofrendo com falta de recursos
e tinha sinais de má conservação, como
fios elétricos aparentes, cupins e paredes descascadas.
Os bombeiros chegaram ao local logo depois de
começar o incêndio, mas, segundo eles, os dois hidrantes próximos ao Museu
Nacional não tinham pressão suficiente.
Para piorar a situação, de acordo com a vice-diretora, Cristiana Serejo, o
local era extremamente frágil e não tinha
portas corta-fogo nem seguro.
O especialista Marconi Andrade, do grupo SOS
Patrimônio, disse que havia denunciado várias vezes o estado de abandono do
local e que a fiação era muito antiga, revestida com tecido.
As
causas do incêndio continuam sendo investigadas, as principais hipóteses são de
curto-circuito ou queda de balão.
O que foi perdido:
- Tudo que estava no prédio principal, exceto meteoritos;
- Acervo mobiliário do 1º Reinado;
- Peças herdadas da família imperial;
- A coleção com cerca de 20 mil peças sobre os primeiros habitantes do país;
- O trono do Rei do Daomé;
- A coleção da imperatriz Teresa Cristina, mulher de Dom Pedro II, com milhares de achados de Pompéia e Herculano - objetos que resistiram às lavas do vulcão Vesúvio, na Itália há 2 mil anos;
- Os estudos de vários pesquisadores brasileiros e estrangeiros
- Meteorito Bendegó, o maior meteorito já encontrado em solo brasileiro;
- Parte da coleção de zoologia, ramo da biologia que estuda os animais;
- Biblioteca central do museu;
- Minerais;
- Algumas cerâmicas;
- Herbário, coleção de plantas dessecadas;
- Departamento de zoologia de vertebrados.
- Um crânio - que pode ser de Luzia, a primeira mulher da América;
- 1,5 milhão de peças, das coleções botânicas, de mamíferos e répteis;
- Livros que estavam em outros prédios;
- 262 peças sobre os povos indígenas do Brasil que estavam numa exposição em Brasília, cinco dias antes do incêndio.
- Alguns espécimes de moluscos, salvos pelo professor Paulo Buckup e seus colegas.
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