sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Brasil colonial; escravidão e expansão territorial

Afirmar que os escravos eram as "mãos e os pés do senhor de engenho" como escreve o padre jesuíta André João Antonil nada mais é do que explicitar em poucas palavras a realidade durante o período colonial. É fato, como todos sabem, a extrema exploração sobre a mão de obra desta natureza, tanto que dados confirmam que raramente um escravo ultrapassava a barreira de cinco anos de sobrevivência neste sistema devido à excessiva carga horária (que alcançava 18 horas diárias), os maus tratos aplicados (agressões severamente desumanas) e as péssimas condições de vida a que eram submetidos. Nesta questão é muito importante ressaltar a existência dos nativos, pois ocorre a interligação automática entre a escravidão e as etnias africanas, esquecendo que nossos aborígines foram os primeiros a enfrentar a ganância portuguesa nessas terras.

Nesta situação obviamente as tarefas manuais; aquelas que exigem força e sacrifício eram todas executadas pelas mãos dos escravos enquanto que os lucros e administração eram ofícios dos lusitanos indicados pela própria coroa. Também existiam portugueses assalariados, mesmo assim constituíam uma população ínfima.

As grandes plantações de açúcar do inicio da dominação portuguesa podem ser consideradas o motor da sociedade brasileira, foi através dela que se firmou esta situação onde a maioria oprimida e sem oportunidades passou a sustentar grandes senhores de terra, abastecendo assim uma sociedade européia que sequer imaginava que existisse.

Esse sistema de exploração das riquezas naturais, neste caso específico, de nossas terras, a chamada plantation, colaborou muito com a expansão por territórios cada vez mais interioranos justamente porque se tornava pequeno o espaço destinado a essa mola propulsora.

Esta necessidade de expansão para aumentar a produção açucareira junto da incessante busca por metais preciosos e a necessidade de acabar com a resistência indígena levou os domínios reais ao interior; dando inicio aos ciclos de atuação dos bandeirantes, homens que iam à busca desses objetivos. Foram quatro: ciclo do ouro de lavagem (próprio nome explica qual a riqueza procurada), ciclo da caça ao índio (para mão de obra escrava), ciclo do sertanismo de contrato (onde pessoas eram encarregadas de recrutar força humana originária de caça ao índio e apreensão de escravos de quilombos) e o ciclo do ouro e dos diamantes (mais um que se explica na própria denominação). Aqui foi dado o “ponta pé” inicial para a grande exploração de nossas riquezas que se efetivaria a seguir e que nos afeta até hoje através das políticas de ocupação sobre a Amazônia, por exemplo, um problema que vem justamente destas origens remotas ao qual pouco ou quase nada de atenção esta sendo oferecida, como sabemos.

A importância da escravidão dos nativos teve importância fundamental durante os ciclos dos bandeirantes, pois é justamente através deles que os portugueses passam a ter meios de explorar as riquezas naturais de uma forma mais intensa. Eram eles quem conhecia a terra, sabiam como adentrá-la e também aonde se encontravam os produtos que interessavam aos estrangeiros. Desta forma passam a ser o principal alvo de captura, pois como vimos facilitavam a exploração da natureza brasileira.

Este ciclo foi extremamente vantajoso aos colonizadores, em contrapartida foi uma dizimação humana para os ameríndios. Estes eram explorados ao máximo e estavam suscetíveis às doenças do além mar que, desconhecidas por seus pajés, não haviam como ser controladas. O trabalho forçado, estas doenças e as agressões físicas levaram aqueles que não conseguiram fugir ao mesmo destino, a morte.

É importante entendermos o quanto a colonização foi banal a nossos conterrâneos, sabendo que um contato pacífico poderia ter ocorrido se não houvesse a ambição sem limites do homem europeu. É interessante imaginarmos o quanto nosso país poderia ser diferente hoje em dia caso a realidade fosse outra. Podemos trabalhar este pensamento em sala de aula incentivando o censo crítico infantil e possibilitando o amadurecimento de idéias responsáveis socialmente. Temos que tomar medidas para preservar os pouquíssimos representantes indígenas que resistem as modernidades e tentam a todo custo preservar seus costumes à risca. Isso é fantástico. Isso é admirável. As aldeias que querem se manter quanto tais, mas se submetem a todas as tecnologias do governo, podem não estar erradas por querer inovar, mas devem reconhecer que isto não é se manter Índio, e sim tornar-se parte da sociedade moderna.

O sincretismo religioso no Brasil colonial

O Brasil colonial foi palco de uma série de conflitos étnicos, principalmente no que compreendia a relação senhor branco e escravo negro. O contato entre povos tão distintos em uma terra que não era nativa de qualquer um dos envolvidos acaba por dar origem a um movimento de adaptação cultural complexo. Os negros precisam camuflar sua ideologia para que não fosse cruelmente reprimida pela política obrigatória da religião católica e a solução encontrada é a associação de suas divindades africanas às santidades européias. Desta forma surge o que hoje tratamos por sincretismo religioso, faz-se importante ressaltar neste ponto que este processo também absorveu outras culturas como a indígena, por exemplo, mas neste trabalho vou priorizar a questão dos negros.

Esta associação torna possível a manutenção de suas crenças. Segundo José Beniste: "valeu como poderosa arma para os negros manterem suas tradições. Sem isso, provavelmente, nem mesmo teriam podido manter os traços religiosos que ainda hoje se conservam". Abaixo alguns exemplos dessa associação de termos religiosos.

Algumas divindade Africanas e sua correspondente católico:
  • Oxala: Jesus;
  • Oxum: Santa Luzia, Nossa Senhora Aparecida;
  • Oxumaré: São Bartolomeu;
  • Oxóssi: São Sebastião;
  • Obá: Santa Catarina;
  • Xangô: São Francisco de Assis, São Pedro, São João Batista;
  • Ogum: São Jorge, Santo Antonio;
  • Iemanjá: Maria mãe de Jesus;

Desta forma enquanto freqüentava cerimônias tradicionalmente católicas a população africana estava na verdade adorando a seus próprios deuses. Seus cânticos em dialeto próprio não deixavam transparecer o sentimento que tinham ao demonstrar estar adorando as imagens sacras. Assim surgem as religiões afro-brasileiras, repletas de fusões e adaptações. Atualmente existem no Brasil centenas de focos destas manifestações culturais. Segue um esboço das principais correntes e sua devida localização no país:

  • • Babaçuê - Pará
    • Batuque - Rio Grande do Sul
    • Cabula - Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Santa Catarina.
    • Candomblé - Em todos estados do Brasil
    • Culto aos Egungun - Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo
    • Culto de Ifá - Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo
    • Macumba - Rio de Janeiro
    • Omoloko - Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo
    • Quimbanda - Rio de Janeiro, São Paulo
    • Tambor-de-Mina - Maranhão
    • Terecô - Maranhão
    • Umbanda - Em todos estados do Brasil
    • Xambá - Alagoas, Pernambuco
    • Xangô do Nordeste - Pernambuco


É importante nos conscientizarmos da gama de diversidades étnicas em nossa sociedade, e portanto, perceber a importância de manter cada tradição e respeitar aquela que nos for alheia. Só assim conseguiremos formar um povo digno, enquanto não formos capazes de respeitar-nos uns aos outros, nossa imagem no exterior continuará sendo a de terra do futebol, mulatas e muito samba, sem nada a mais para oferecer.

Colonização do Brasil: determinantes e derivados

Para conhecermos melhor o país responsável pela "descoberta" (se é que se pode chamar descoberta a chegada a uma terra já habitada) e divulgação de nosso território observe o anexo de um esboço meu mostrando o momento político no qual se encontrava Portugal ao mesmo tempo em que ampliava seus domínios através das viagens ultramarinas.

Constituído o Estado português chega o momento em que este enquanto sociedade independente se vê diante de uma burguesia em ascensão com pouco território, um rei submetido a um mercado fechado e um clero em busca de mais adeptos a fim de manter sua homogeneidade frente a um mar que os levaria a terras ricas.

Em 1415 iniciasse as conquistas portugueses com Celta, África. Varias a seguiram acompanhadas da evolução técnica dessas grandes navegações oriundas principalmente dos contatos com civilizações mais avançadas como Índia e China. Os conhecimentos dos povos submetidos são assimilados e empregados pelas embarcações lusitanas até que em 1500 se descobre as “índias” que na realidade seria nosso Brasil. Mas as descobertas não cessam por aqui. No entanto vamos nos ater a este momento para discutirmos a repercussão deste fato.

Primeiramente crentes de ter encontrado as Índias, que seria um grande exportador de especiarias extremamente apreciadas no mercado luso, partilhando do estado puro e amável de nossos nativos portugueses se atam a crença de ter chego ao paraíso terrestre. Com o tempo e a falta de sucesso na extração de metais preciosos passam a explorar o que mais lhe serviu o Pau Brasil.

As conseqüências desta dominação para nossos conterrâneos serão cruéis. Serão submetidos à religião, crença e cultura dos recém chegados perdendo assim sua identidade ao mesmo tempo em que são dizimados por doenças desconhecidas e exaustão física advinda da escravidão implicada.

No além mar doenças também se alastram, principalmente as que derivam da promiscuidade sexual comum aos indígenas, simultaneamente nobreza terá mais terras a serem divididas, clero mais adeptos (embora contra vontade) enquanto o governo forma suas riquezas e o povo assisti embasbacado toda essa evolução repentina.

Acesse o link sobre História da América e leia uma breve composição acerca deste embate: nativo versus dominador, desta vez, porém, seria um olhar em âmbito de toda a América latina.

Brasil no contexto latino-americano

Que o nosso país dispõe de muitas riquezas naturais e ampla variedade étnica todo o mundo já sabe. Quanto à realidade social complexa e caótica também não restam dúvidas. Seguindo esta linha os avanços de nosso país também não estão passando despercebidos, felizmente; afinal já estava na hora de perceberem que somos muito mais do que samba, futebol e carnaval.
Para entendermos o complexo preconceito que envolve nossa nação vamos entender nossa constituição, pois é exatamente dela que a grande parte dele deriva.
Nossas raízes coloniais obviamente não trazem aspectos positivos e isto é um fator que ocorre em todos os países latino-americanos, uma vez que derivam do mesmo processo ocupacional que o nosso. Por questões políticas ainda somos dependentes ou dividendos de outras nações, sumariamente européias. Isto tudo advém do processo de colonização responsável também pela gama de estereótipos criados sobre nosso povo, desde os aborígines até os dias atuais.

As colônias em sua maioria são consideradas inferiores a suas metrópoles justamente por se desenvolver a partir do contato com estas, logicamente isto é um preconceito absurdo, mas infelizmente ainda subsisti. Os empréstimos internacionais feitos por diversos países americanos devido às necessidades para manter guerras territoriais durante a implementação de fronteiras deram inicio a crises financeiras e dependências atuais, pois estes empréstimos advinham de países europeus já com a intenção de seu próprio beneficio, pois apoiando determinado país este iria se deparar com a situação de dever favores, das mais variadas espécies. Como vimos, por exemplo, na independência das 13 colônias inglesas, a França vem apoiar esta sociedade com a intenção de aumentar seu mercado consumidor além, é claro, de combater com seu grande rival mercantilista que dominava aquela região, a Inglaterra.

Desta forma os paises europeus ainda nos vêem como inferiores a eles, nunca admitem que existiam nossas grandes sociedades: incas, maias e astecas e que estes eram tão desenvolvido quanto as sociedades européias em certos aspectos. Assim ser uma ex-colônia assume o aspecto de ser uma sociedade que deve sua existência aos colonizadores. Um preconceito absurdo, como já mencionou, mas que acaba por minimizar nossa importância, nos deixando subjugados e minimizados a eles em status.

Com o passar dos tempos antigas picuinhas e preconceitos absurdos vão se diluindo junto do aprimoramento psíquico da humanidade, graças à contínua evolução sistemática dos valores sociais. Mas também possuímos nossa parcela de contribuição no quesito aceitação internacional por nos empenharmos através dos governantes e mudarmos a realidade, embora grande maioria esteja preocupado somente com a repercussão lá fora não importando na verdade a realidade daqui; é a política suja, que devemos ressaltar existe em todos os cantos do globo terrestre.
As similaridades com demais países latinos são oriundas justamente desta questão de descoberta européia enquanto que as diferenças se dão por atitudes governamentais diversas.

O MERCOSUL seria uma nova manifestação com o intuito de unificar e juntar forças latinas contra a dominação e, sobretudo exploração estrangeira, assim como sonhava Simon Bolívar há tantos séculos atrás ao tentar uni-las ainda durante o processo de descolonização.

É possível resumir o papel brasileiro no contexto latino americano como um país rico naturalmente, vasto geograficamente, em desenvolvimento político-socialmente, mas que mostra ao mundo que está preparado para ocupar seu lugar nos altos índices de desenvolvimento.

O Renascimento Italiano e suas Reformas Religiosas

O Renascimento é um movimento essencialmente urbano. O que tornou a Itália a pátria do renascimento foi justamente esta característica urbana; repleta de ricos comerciantes estes começaram a financiar obras de arte e pesquisas a fim de competir em termos de status com demais nobres; o contato com diferentes povos era amplo em sua complexa rede de comércio possibilitando contato com diversos saberes da época; além do mais este país já estava assentado sobre o território ocupado anteriormente pelos maiores filósofos da antiguidade, os greco-romanos; desta forma este Estado se viu aberto a conhecimentos que passaram a ser estimulados financeiramente pela burguesia, implantando-se desta forma o processo renascentista. Para mais detalhes sobre esse importante movimento cultural assista às vídeo-aulas capturadas na sala do 7º ano IV da E. E. B. Alice da Silva Gomes em outubro de 2013:



Neste contexto de descobertas surge Martinho Lutero, um sábio monge disposto a traduzir a Bíblia com o intuito de possibilitar o acesso direto da população aos saberes que até então eram interpretados e expostos conforme a ideologia dos pregadores cristãos. A partir deste ato de tradução a sociedade percebeu o quanto o regime católico era opressor, principalmente porque já ocorriam revoltas pela Europa devido à opulência e exuberância dos membros do clero que contrastavam imensamente com a miserabilidade da maioria da população. Surgiu então a Reforma Protestante, uma manifestação contra o domínio cristão disposto a re-significar as doutrinas da época que levou a criação de três novas religiões no território europeu após mil anos de dominação católica. Para mais detalhes acerca dessas novas crenças assista a vídeo aula abaixo:


O Antigo regime e as Revoluções Burguesas

O antigo regime consiste no espaço temporal entre os séculos XVI ao XVIII, mais especificamente entre a queda de Constantinopla e o apogeu das revoluções burguesas com a revolução francesa. Sua principal característica é a existência de dois sistemas totalmente antagônicos no mesmo espaço-tempo que seriam o feudalismo e um esboço do capitalismo. Desta forma este é um período caracterizado pela heterogeneidade, onde coexistia um sistema:
  • Absolutista: governo onde poder é concentrado na mão do monarca após a fragmentação feudal e este passa a defender seu território e dominar inclusive a igreja católica;
  • Estamental: sociedade subdividida em três níveis (clero, nobreza e o terceiro estado) e onde a possibilidade de ascensão social era praticamente nula;
  • Mercantilista: conjunto de práticas comerciais visando o fortalecimento econômico do Estado;
  • Colonial: práticas de subjugar outras nações para explorar suas riquezas.

Este conceito foi criado a fim de distinguir esta fase de transição de sistemas do próximo estágio moderno que seria o liberalismo, onde finalmente a sociedade feudal deixará de existir seguindo os preceitos de igualdade em direitos do ser humano, oriundos das revoluções burguesas, especialmente a francesa.

As formas políticas do antigo regime são muito complexas justamente por esta falta de homogeneidade, típica deste período. Em certas épocas chegaram a subsistir mais de 300 entidades políticas distintas, por exemplo. Para simplificar podemos resumi-las a três formas elementares:
  • Feudalismo aristocrático: estrutura de produção agrícola onde a terra era cedida pelo senhor em troca dos produtos dali retirados pelos vassalos, que por seu trabalho recebia de seu nobre uma mínima parcela da produção, proteção e moradia. Assim cada feudo era regido por seu senhor feudal, ou seja, não havia um poder central.
  • Republicas patrícias: forma de governo onde um representante da oligarquia burguesa regia sua cidade de forma livre e autônoma.
  • Monarquias absolutas: governos onde um indivíduo atua como chefe de estado, sua posição é vista como um poder de origem divina, tem caráter vitalício e na grande maioria das vezes é hereditário. Para mais detalhes sobre o absolutismo confira a vídeo-aula que segue:

As revoluções burguesas, como citado anteriormente, são o apogeu dos movimentos do antigo regime. Elas originam uma série de reformas em diversos setores sociais e são vistas como as responsáveis pela consolidação do sistema capitalista.
A característica geral dessas revoluções seria o descontentamento com o domínio monárquico, a classe burguesa sai a frente na disputa por seus interesses contra a coroa. Podemos destacar também outras características que originaram estas revoluções como:
  • As idéias iluministas fazem eclodir gradativamente os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade por toda a sociedade européia;
  • Os padrões de vida luxuosos e ostentador da nobreza e do clero que despertavam revoltas nas classes menos favorecidas.

Desta forma podemos concluir que o sentido destas manifestações diversas era transformar a realidade opressora vivida no momento. Realidade esta imposta pela figura do Estado e seu representante-mor, o Rei.
Estas revoluções significaram uma ruptura com o sistema monárquico e deram inicio aos movimentos republicanos, modificando indiretamente toda a estrutura da sociedade. Determinando também o emprego do capitalismo como padrão econômico.
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Referências:
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/absolutismo/absolutismo1.php
http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20060821092849AAW99BP
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mercantilismo
http://www.suapesquisa.com/o_que_e/colonialismo.htm
http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=295
http://pt.wikipedia.org/wiki/Monarquia
http://www.algosobre.com.br/historia/revolucoes-burguesas-no-seculo-xviii-as.html
http://www.alunosonline.com.br/historia/revolucoesburguesas/

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Diferenças e similaridades entre Hegel e Marx

Marx: Sua filosofia é prática e propõe mudanças frente a realidade. Traz a dialética ao campo da natureza e da história.



Hegel: Sua filosofia se restringia a teoria. Cria a dialética pensando somente campo abstrato (cognitivo).



Eram alemães protestantes. Suas idéias eram de seu tempo e se baseavam no Iluminismo. Trabalham com a dialética e não comparam diferentes sociedades por reconhecer que todas apresentam ritmos distintos de evolução devido a diversos fatores.

Diferenças e similaridades entre Hegel e Kant

Kant: Sua concepção de conhecimento se dividia em dois aspectos: tangível e abstrato. Concebia a história como um plano da natureza, onde os humanos seguiriam um fio condutor. Assim pensava um princípio universal de sociedades, comparando uma as outras. Dedicou-se a estudar as ações humanas através do princípio eterno da razão e da moralidade. Percebe a religião através da racionalidade e ensina a arte de filosofar.

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Hegel: Sua concepção de conhecimento se dividia em três categorias: lógica abstrata, filosofia da natureza e filosofia do espírito. Percebia a história como a representação da vontade divina. Classificava as sociedades como heterogêneas por dependerem de decisões sociais. Por isso não as comparava. Dedicou-se a estudar a história em si através do princípio eterno da razão e da divina providência. Não submete questionamento ás verdades religiosas e ensina a Filosofia em si.

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Ambos os pensadores são alemães e extremamente religiosos. Consideram o corpo como natureza e o espírito como matéria divina. Baseiam-se no Iluminismo. Dedicam-se a filosofia. Vêem a razão como princípio governante da sociedade. São caracterizados pela crítica a suas épocas.

Diferenças e similaridades entre Vico e Voltaire

Vico era um italiano de origem humilde. Suas idéias estavam à frente de seu tempo e exatamente por isto foi reconhecido somente depois de sua morte, recebendo muitas críticas em sua época. Era um católico fervoroso e pregava que a humanidade seguiria os desígnios de Deus, obtendo uma noção de tempo cíclico, já que acreditava que a humanidade retornaria ao seu estágio inicial. Vai dividir o tempo em três idades. Analisa a história desde o surgimento dos antecessores humanos (os bestioni).

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Voltaire era um francês de origem burguesa. Suas idéias eram contemporâneas, assim obteve reconhecimento ainda em vida, sem enfrentar críticas. Acreditava numa força superior, porém odiava o catolicismo. Acreditava que o próprio homem seria responsável pela evolução da sociedade, assim a humanidade evoluiria gradualmente, o que compunha uma noção de tempo linear. Divide o tempo em duas fases e analisa a história a partir do momento em que se torna interessante no seu ponto de vista que seria a partir do Séc.: XV.

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Ambos são responsáveis por teorias que buscam firmar a História quanto um conhecimento digno de estudos e status quanto ciência através da analise do homem e da sociedade.


Contribuições de Marx à História

Karl Marx foi reconhecido por seus trabalhos em conjunto com Frederick Engels, seu grande amigo que, inclusive, financiou grande parte de suas despesas pessoais como indicam fatos históricos.


A dialética marxista oriunda da tese de Hegel assume um importante papel para a formação de nossa disciplina. Hegel trabalhava o pensar somente na área da abstração, da consciência enquanto ser pensante provido de espírito e idéias, vai pensar somente teorias, no entanto, Marx vai trazer esta arte de questionamento para o cotidiano, para o campo real da natureza e da história; vai buscar compreender as medidas necessárias para mudar a realidade em questão, ou seja, a história enquanto teoria vai passar a ser questionada, criticada efetivamente. Para Marx é preciso mais do que dizer que tal preposição está certa, é necessário pensar porque está correta, é preciso mudar, contrapor, questionar, debater. É o ínicio de um novo processo histórico onde os conhecimentos prontos até então passarão a ser trabalhados, repensados.


As teorias destes filósofos em conjunto foram de importância inquestionável para a materialização do campo histórico, pois através do materialismo histórico, que abordava questões de desenvolvimento social, passaram a considerar todos os sujeitos envolvidos nas relações humanas, desta forma as fronteiras do relevante ultrapassaram os “heróis”, que até então eram os únicos alvos de interesse e chegaram até os sujeitos mais simples. Desta forma a história se beneficia e abrange extraordinariamente. Por fim chegamos ao momento em que a história será compreendida na íntegra e não em partes destacadas por opiniões e interesses individuais.


Sobre minha ótica este ato de compreender acontecimentos sobre todos os ângulos, levando cada versão em consideração é uma das teorias mais importantes de Marx e também o que proporcionou seu diferencial frente a demais filosofos da época, sobretudo por sair do campo do pensamento e avançar de encontro a mudanças sociais.

Diferenças e similaridades entre Augusto Conte e Leopoldo Von Ranke

Augusto Conte era Francês, filho de um fiscal de impostos. Volta seus estudos à sociedade em geral. Suas idéias originam movimentos sociais, influenciando diversos setores da vida social. (positivismo). A religião é seu principal meio de persuasão, chega a fundar sua própria doutrina. (A igreja positivista). Analisa a história através das mudanças da sociedade, trabalhando desde os primórdios sociais.


Leopoldo Von Ranke é Prussiano, membro da alta nobreza. Limita-se à história voltada ao Estado e as grandes personalidades políticas. Suas idéias servem de base para a consolidação da história científica; influencia esta área do saber em específico. (HISTORICISMO). A religião só aparece em seus estudos quando está vinculada aos processos políticos, ficando em segundo plano. Considera a história de seu tempo fornecida pelos documentos oficiais.

São escritores contemporâneos que fazem o uso dos acontecimentos durante a Revolução Francesa para pensar a sociedade, crêem que o Estado deve ser guiado pela religião. Delimitam a história como uma teoria neutra e irrefutável.

A partir das leituras em torno das teorias da história estudadas neste terceiro período é possível perceber o quanto a formação de nossa disciplina foi complexa e envolta em vários movimentos em sua prol, liderados por grandes pensadores dos séculos XVIII e XIX, que se basearam nos filósofos precedentes que já haviam prestados esboços úteis aos argumentos utilizados para desvincular esta disciplina do campo filosófico.

Sem duvidas alguma explorar estas teorias modifica o pensamento acerca da matéria em questão, afinal vamos conhecer teóricos e conceitos desconhecidos, além de, é claro, aprofundar o que já conhecíamos. Seria hipocrisia afirmar que conhecer estes pressupostos da História não faz diferença em nossa “bagagem” educacional, pois enquanto futuros professores devemos estar aptos a aceitar que sempre haverá algo a mais para aprender. Sendo assim é preciso ressaltar o quanto é interessante desvendar os pensamentos de autores que vão desde o religioso Vico até os revolucionários como Marx e Conte. São eles que nos trazem subsídios para entender o quanto foi dinâmico e polêmica a tentativa de implantar a história num campo de saber especifico, o quanto foi difícil convencer a sociedade que estudar seu passado seria muito útil para entender os complexos sociais e buscar alternativas de melhoria nesta questão.

Esta disciplina conforme tudo o que mencionei se mostra fundamental em nossa formação por propiciar, justamente estas bases teóricas sobre a disciplina, sobre seus pensadores principais, sobre a gama de processos ocorridos até a fixação quanto ciência propriamente dita de nossa disciplina, nossa adorada História. Afinal precisamos conhecer amplamente tudo o que iremos ensinar, para que façamos isto com qualidade e responsabilidade social.

Referências das imagens utilizadas :

http://www.daviddarling.info/images/Comte.jpg

http://germanhistorydocs.ghi-dc.org/images/3344-Leopold%20von%20Ranke%20@%20530.jpg