Discordar de Hobesbawn é uma grande responsabilidade, nós que estudamos História sabemos muito bem disso, mas mesmo assim, caso fosse a situação, eu não hesitaria em fazê-lo, porém neste caso eu concordo plenamente com suas palavras.
O interesse da URSS era bastante claro: ampliar, restabelecer e fortalecer seu território e fronteiras, logicamente outros continentes como o nosso, tão distante não lhe interessava naquele momento pós-segunda guerra mundial onde a prioridade era reconstruir os grandes danos causados pelo combate. Assim como relata Reichel em seu artigo:
A América Latina também não ocupava um lugar central no projeto de expansão mundial do domínio soviético. Estudiosos apontam que dificilmente a URSS teria condições ou até interesse de superar a hegemonia norte-americana no continente. Mesmo assim, era preocupante o crescente número de adeptos que o comunismo apresentava na conjuntura do pós-guerra. (REICHEL, 2004, p. 189 – 208).
O governo soviético se encontrava liderado de forma a garantir o desenvolvimento interno:
[...] Seguidor incondicional de Lênin, disputava com Trotsky o cargo deixado pelo líder da Revolução. Sua influencia política e sua hábil capacidade de formar alianças garantiu-lhe o comando do país. Havia sido nomeado pelo Comitê Central do PCUS em 1922, e apesar de sua admiração por Lênin, não agradava ao líder como seu sucessor.
O georgiano Ióssif Vissariónovich Djugashvíli fazia jus ao nome que havia adotado quando adulto: Josef Stalin (“homem de aço”, em russo). Assim que assumiu o poder, tratou de intensificar as perseguições políticas a adversários do regime, usando as forças da polícia do PC, que historicamente ficou conhecida como KGB, contra membros do próprio partido. (Revista: Ditaduras do Século XX, 2009, p. 22 –23).
A Guerra Fria foi ocasionada por divergências políticas protagonizadas pelos dois grandes blocos de influencia da época: Estados Unidos e União Soviética. Culpar somente um dos envolvidos por todo o ocorrido é um tanto arriscado, mas é importante salientar que a situação foi bastante forçada pelo governo americano, que usou de um intenso discurso ofensivo para garantir sua influencia sobre a América Latina. Na realidade podemos afirmar que uma dose de medo assombrou o estado norte-americano que adotou uma postura defensiva imediatamente, e para isso alarmou a população e desmereceu o regime comunista como forma de valorizar a sua própria ideologia.
Na disputa pela hegemonia mundial, os governos norte-americano e soviético passaram a defender ou a tentar conquistar áreas de influência. Através delas, aumentavam seu poder político e econômico, ao mesmo tempo em que evitavam o avanço inimigo.
A América Latina, que era uma tradicional área de domínio do imperialismo norte-americano, passou a ser encarada como uma importante aliada no combate ao comunismo. Apesar de não ocupar lugar privilegiado na política externa do país naquele momento, pois os interesses norte-americanos estavam mais voltados para a Europa e o Oriente, outra atitude não era considerada admissível, da parte dos governos latino-americanos, que não fosse a do alinhamento incondicional à política de contenção ao comunismo. (REICHEL, 2004, p. 189 – 208).
Dessa forma, com grande incentivo americano, foi se desenvolvendo esta grande tensão mundial que caracterizada pelo desenvolvimento de armas nucleares deixou o mundo num intenso estado de ressalva e apreensão.
No encontro que reuniu Stalin, Churchill e Harry Truman em Potsdam, no mês de julho de 1945, ficou claro que o ditador russo não se intimidava com o anúncio do presidente dos Estados Unidos de que seu país dispunha da bomba atômica. Na verdade, Stalin, através de seus serviços de espionagem, sabia da existência da armae a própria URSS também já dera início ao seu projeto nuclear. Anos depois, em 1949, os soviéticos testaram a bomba com sucesso.
Ao atacar com armas nucleares as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, no mês seguinte à Conferência de Potsdam, os norte-americanos mostraram, ao mundo, o nível em que ocorreriam os conflitos armados dali em diante e, aos soviéticos em especial, que não hesitariam em utilizar seu arsenal atômico nas oportunidades em que seus interesses estivessem sendo ameaçados. (REICHEL, 2004, p. 189 – 208).
Termino esta breve consideração acerca do tema Perigo Vermelho, forjado pela própria imprensa dos Estados Unidos da América, fixando minha opinião de que este último foi o grande responsável pela disseminação do terror ao longo período da Guerra Fria, devido sua ambição exacerbada e desenfreada que não cansa de expor nossos países como uma extensão de seu quintal e não mede esforços, passando por cima de cada um de nós, de uma maneira ou de outra, para alcançar seus objetivos futilmente capitalistas.
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