(Zé Carioca de Wall Disney) |
Atualmente qualquer cidadão brasileiro reconhece o samba como um ritmo relacionado ao carnaval, mas nem sempre foi assim. O samba em sua origem não se tratava de um estilo musical, mas sim de uma festa organizada por amigos na casa da baiana Hilária Batista da Silva, a tia Ciata. Essas reuniões que começaram por volta de 1910 no quintal carioca eram embaladas por melodias maxixadas de instrumentos de sopro que em pouco, ou quase nada, se assemelhavam as percussões das escolas de samba atuais.
Por volta de 1930 um sentimento nacionalista toma conta do país. Os primeiros sambas, aqueles compostos no quintal de Ciata por Donga e Pichinguinha, começaram a ser ferozmente criticados por se assemelhar ao jazz e ao maxixe, foram acusados de estrangeirismo e desmoralizados. Novos sambas invadiram as ruas, surgiam as tradicionais marchinhas aonde a pobreza do povo era exaltada. Nosso país buscava uma identidade própria, uma história digna, e nesse momento o que tínhamos de mais exótico e particular começa a ser cultuado. Mas de onde surgiu esse novo samba?
O presidente Getúlio Vargas começa a se inspirar nas idéias fascistas de poder e assim como Mussolini queria construir um Estado forte representado por sua imagem, dessa maneira, em 1937, Vargas institui que todos os sambas-enredos deveriam homenagear a história brasileira e que os instrumentos não nacionais (os de sopro) deveriam ser retirados das canções dando espaço aos batuques brasileiros. Assim nasceu o novo ritmo do samba e o carnaval disciplinado que hoje contagia a Sapucaí.
O carnaval surgido como festa pagã na Roma antiga ganhou tradição cristã na idade média e aqui no Brasil desbancou os sambas originais, recebeu as marchinhas e batuques, ganhou caráter nacionalista e conquistou toda a sociedade. O getulismo que organizou o carnaval antes comemorado nos simples entrudos também provocou a criação de um famoso personagem da Disney: assim que explodiu a Segunda Guerra Mundial os Estados Unidos da América buscaram maneiras de conquistar aliados e uma das maneiras de ganhar o brasileiro foi a criação de um típico personagem nacional, o Zé Carioca em 1942. Uma ótima estratégia não acha?!
2 comentários:
TEXTO MUITO BOM, MUITO INTERESSANTE. Roger
Muito bom, parabens pelo texto, os filhos do tio Sam ,sempre com interesses subliminares, mas o personagem é muito legal.
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