quarta-feira, 21 de março de 2012

A Inconfidência Mineira

(Jornada de mártires. Tela de Antônio da Silva Parreiras, que representou uma cena imaginária na qual os inconfidentes são levados presos de Minas Gerais para o Rio de Janeiro)

Foi um movimento ocorrido em Minas Gerais no ano de 1789 que questionava a dominação portuguesa sobre as terras brasileiras. Também pode ser chamada de Conjuração Mineira. O termo Inconfidência significa traição, enquanto que Conjuração é sinônimo de conspiração. O nome do movimento foi dado pelos portugueses que pela primeira vez tiveram seu poder questionado no Brasil. 

A partir de 1760 a extração de ouro diminuiu significativamente aumentando a pobreza na região, logo, os colonos não conseguiram pagar os 1500kg de ouro/ano que Portugal exigia. Em 1789 a dívida mineira alcançava 1.000.000 de réis. A Coroa exigiu o pagamento dessa quantia alegando que foram as sonegações e contrabando que desviaram tal valor e não o esgotamentos das jazidas como afirmavam os mineradores.

Luís Antônio Furtado de Mendonça, o visconde de Barbacena foi intitulado Governador de Minas Gerais e encarregado de cobrar os impostos através da Derrama. Quando ficaram sabendo disso, os mineradores se reuniram em Vila Rica (atual Ouro Preto) inspirados nas idéias Iluministas e nos ideais da Independência dos Estados Unidos da América buscando uma saída para a situação.

As reuniões dos inconfidentes ocorreram na casa do tenente-coronel Francisco de Paula Freire de Andrade. Nada do que discutiam foi registrado para evitar que o levante fosse descoberto. A revolta deveria acontecer no dia da Derrama prevista para fevereiro de 1789. Os principais objetivos dos revoltosos eram:

1.     proclamar a República em Minas Gerais obtendo o apoio de São Paulo e Rio de Janeiro; 
2.     adotar a bandeira do movimento como símbolo do novo país; 
3.     fundar uma universidade em Vila Rica
4.     desenvolver manufaturas têxteis e siderurgias na região; 
5.     liberar o Distrito Diamantino para todos os mineiros explora-lo livremente; 
6.     obter o perdão das dívidas junto a Fazenda Real; 
7.     abolir a escravidão de negros e mestiços nascidos em solo brasileiro.

Em 15 de março de 1789 o coronel Joaquim Silvério dos Reis com o intuito de ter sua divida perdoada acabou denunciando os revoltosos para o governador, este, assim que soube da noticia suspendeu a Derrama e reuniu tropas para encontrar e prender os rebeldes. O julgamento dos envolvidos durou 29 meses, no dia 20 de abril de 1790 a sentença foi lida na capital, Rio de Janeiro.

A coroa portuguesa considerou 34 pessoas culpadas e condenou 11 à morte na forca. A rainha Maria I trocou a pena de morte de 10 envolvidos pelo exílio perpétuo em colônias africanas. O único que recebeu a pena máximo foi Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, que foi enforcado, esquartejado e teve os pedaços do corpo expostos na rua para servir de exemplo à população.

Abaixo é possível perceber como a Inconfidência foi idealizada por pessoas da alta sociedade mineira. Entre os líderes somente Tiradentes tinha origem humilde:

1.     Claúdio Manuel da Costa: minerador e poeta;
2.    Inácio de Alvarenga Peixoto: minerador, poeta e latifundiário;
3.     Tomás Antônio Gonzaga: jurista e poeta;
4.     Toledo e Melo: padre e minerador;
5.     Abreu Vieira: coronel;
6.     Oliveira Lopes: coronel;
7.   Joaquim José da Silva Xavier (Tiradentes): alferes (segundo tenente) e dentista.


Para maiores detalhes sobre esse importante movimento separatista,  assista a vídeo-aula que segue: 


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