(Fotografia de Pancho Villa, Fonte Desconhecida) |
O mexicano Doroteo Arango nascido em 05 de junho de 1878 ganhou o codinome de Pancho Villa após ingressar num grupo de bandoleiros armados, tudo indica que isso aconteceu por vingança após um abuso sofrido por sua irmã. O fato é que, depois de ser recrutado para o grupo de Francisco Madero, Pancho acabou se tornando uma espécie de Robin Hood admirado pelos camponeses que se encontravam em péssima situação financeira graças ao governo presidencial do ditador Porfírio Dias.
Seu papel durante a Revolução Mexicana é citado em todos os livros educacionais que compõem as bibliotecas das escolas americanas, neles Pancho é apresentado como um herói libertador que lutou por seu país contra um presidente impiedoso e a favor dos pobres. Muitos filmes já foram produzidos enfatizando sua ânsia de justiça, num deles o próprio Pancho interpretou seu papel, a obra se chamava The Life of Pancho Villa e foi produzida pela Mutual Films.
Para valorizar as cenas, a verdadeira roupa de Pancho que se parecia muito com a de um simples cangaceiro, acabou sendo substituída por um elegante traje militar. Ele gostou tanto da nova vestimenta que passou a usá-la em seu dia-a-dia de grande fazendeiro para atacar e fuzilar impiedosamente qualquer pessoa que atravessasse seu caminho enquanto utilizava a justificativa de estar realizando a reforma agrária tão necessitada nas terras mexicanas.
Que Pancho invadiu diversas fazendas durante os dez anos da revolução não há dúvidas, mas a lenda de que dividia essas terras entre os pobres nunca foi comprovada. Ele chegou a criar um decreto de distribuição dos latifúndios confiscados, mas os únicos que realmente receberam lotes foram os soldados de alta patente de suas tropas. Parte do dinheiro gerado nessas propriedades era destinado ao Estado, mas o lucro de muitas deles ficou somente nas mãos de militares, generais e de Pancho.
Seus empregados afirmavam que recebiam muito pouco e eram frequentemente ameaçados de morte caso reclamassem de seus salários ou da rígida disciplina militar que deviam seguir. Suas tropas eram formadas por jovens recrutados a força sobre a ameaça de fuzilamento, esses adolescentes acabavam se entregando ao vício do fumo da maconha para conseguir relaxar após as batalhas que enfrentavam a contragosto.
Eis algumas façanhas do herói mexicano que são excluídas dos materiais educacionais e das produções cinematográficas por não serem agradáveis nem combinar com o perfil de um justiceiro social. Mas são informações tão verdadeiras quanto o fato de Pancho ser um admirador da cultura norte americana ao ponto de manter amizades e negócios com as pessoas mais poderosas dos Estados Unidos da América, o país que ele acusava de popularizar o sistema mais opressor da sociedade: o capitalismo.
Se você gostou das informações desse post e deseja saber mais sobre essa personalidade polêmica, sugiro a leitura do livro Guia Politicamente Incorreto da América Latina de Leandro Narloch e Duda Teixeira. Sinta-se a vontade para deixar sua opinião nos comentários abaixo, até mais!
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