O contexto é altamente responsável pela produção intelectual, pois influencia diretamente sobre as ações tomadas em torno da educação visando sempre a satisfação de alguns membros da sociedade.
Um episódio claríssimo da influência do meio em que se vive na educação é a preparação dos jovens gregos e romanos pelos chamados sofistas, que lhe ensinavam somente aquilo que deviam aprender para poder assumir a frente das assembléias. Ensinavam-lhes a arte da retórica e da persuasão, formando assim seres convincentes, e não sábios, mas aquilo era o que convinha naquele cotidiano, saber fazer notar seu discurso. De nada adiantava ser um grande intelectual, pois a instrução não era tida como vantagem.
Este determinante pode ser facilmente percebido também durante a ascensão da burguesia medieval que desejava a implantação de um ensino democrático, para atender a esta nova demanda social o ensino é então estendido as outras populações até então desconsideradas, no entanto a educação da elite continuou superior enquanto que a plebe recebe os ensinamentos básicos somente com a intenção de prepará-los ainda mais ao trabalho sem que haja a preocupação logicamente erudita. Assim atende-se ao anseio da burguesia sem contrariar o rigor da superioridade dos nobres.
Um pouco mais a frente desta época encontra-se a formação dos cavaleiros, um outro bom exemplo. Estes recebiam toda uma carga de educação clássica comportamental, deviam ser o que era visto como o gentil homem, indivíduos altamente educados em relação ao comportamento com os demais e além desta etiqueta aprendiam somente as artes marciais, esta preparação iniciava-se aos sete anos de idade.
O leitor pode me dizer aonde que me referi até este ponto ao ensino matemático, histórico, científico? Em ponto algum, afinal como já mencionei no começo do texto a intenção é sempre preparar jovens para assumirem os papéis que sua sociedade necessita naquele momento e não pessoas aptas a assumir qualquer contexto social.
Caso estes exemplos ainda não tenham lhe concencido faço uso então de um modelo educacional muito recente do qual dificilmente não se recordará, o ensino tecnicista. Assim que um de nossos presidentes, Getúlio Vargas, decide industrializar o Brasil sente-se a necessidade de mão de obra rápida, o que decide então? Vamos moldar a escola a essas necessidades; deixam-se de lado as matérias básicas e enfoca-se o nacionalismo onde o importante é ensinar o português e o amor a pátria (nossa pátria) aos imigrantes e nada mais. Temos aqui uma ditadura educando evidentemente para seus fins e não para as necessidades individuais.
Perante tais relatos torna-se absolutamente impossível negar a influência total e direta que o meio exerce sobre a intectualidade de todo um período histórico.
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