quarta-feira, 27 de março de 2019

Martinho Lutero

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Nasceu em 1483 em Eisleben na Alemanha. Sua família de camponeses era pobre, mas seus pais se preocupavam muito com o desenvolvimento intelectual e espiritual dos filhos. Enquanto crescia Lutero aprendeu que Deus era um impiedoso juiz que não era amigo de crianças, pois agia de maneira vingativa quando elas pecavam.

Aos 13 anos o pai de Martinho o mandou para a escola franciscana da cidade de Magdeburgo. Para conseguir sobreviver ele precisou cantar de porta em porta enquanto pedia esmola nas ruas. Felizmente recebeu abrigo na casa de dona Úrsula onde conseguiu se desenvolver rapidamente, tanto que aos 18 anos conseguiu entrar para a universidade de filosofia em Erfurt.

Com apenas 21 anos Lutero já era doutor em filosofia, mas a vida não seria fácil. Uma doença quase o matou, depois sofreu um golpe de espada e logo em seguida um raio caiu ao seu lado.Tudo isso fez com que ele se tornasse mais próximo de Deus e, aos 22 anos, mudou-se para o convento dos agostinianos.

No convento Martinho atendia aos serviços mais humildes, era submisso, devoto e piedoso. A primeira missa que celebrou foi um grande evento, naquele momento ninguém duvidou que ele havia feito a escolha certa ao desistir da faculdade de advocacia para seguir carreira religiosa. Em pouco tempo foi convidado a ensinar filosofia em Wittenberg.

Enquanto exercia sua função de professor, encontrou tempo para estudar as sagradas escrituras e conquistou o grau de baccalaureus ad biblia.  Mais tarde, já ordenado como monge, Lutero viajou para Roma e ficou muito entristecido ao perceber a corrupção em que a igreja católica havia mergulhado.

Em outubro de 1517 Martinho escreveu 95 teses e fixou na porta da Igreja do Castelo, em Wittenberg. A intenção era fazer um debate público sobre a venda de indulgências (perdão) que a igreja católica praticava há muitos anos. Ele sugeriu que Deus desejava o arrependimento, e não o dinheiro, dos pecadores.

Não demorou muito para a igreja se sentir ameaçada e chamá-lo para prestar esclarecimentos. Lutero foi acusado de heresia (agir contra a católica) e exigiram que ele se desculpasse por suas teses. Mas ele se negou e fugiu. Assim o papa Leão X excomungou Martinho que enviou uma carta para ele pedindo que se arrependesse.

Martinho Lutero continou suas pregações, seu público crescia tanto que os sermões eram feitos ao ar livre. Muitos nobres tentaram amedrontá-lo e exigir que se desculpasse com a igreja católica. Certa vez foi cercado por cavaleiros mascarados que o levaram para o príncipe da Saxônia que queria protegê-lo. No castelo ele usou o nome falso de Jorge e fingiu ser cavaleiro.

Protegido da perseguição da igreja, Martinho pôde usar os seus conhecimentos em hebraico e grego para traduzir o Novo Testamento para o alemão. Seu maior desejo era que o povo pudesse ler a bíblia sozinho para não acreditar nos sermões distorcidos e cheio de intenções que os padres e monges católicos faziam.

Lutero acabou abandonando a vida de monge e conheceu Catarina von Bora, uma freira que também decidiu se afastar da igreja católica quando percebeu que tal religião estava agindo contra os desejos de Deus. Eles se casaram, tiveram 6 filhos e começaram a fazer cultos em sua própria casa, onde também recebiam alunos interessados em suas ideias de uma nova religião.

Martinho não cobrava pelos textos que escreveu e muitas vezes meditava por horas esquecendo de se alimentar. Escreveu muitos hinos que são cantados até hoje nas igrejas, com eles criou o primeiro hinário. Ele fazia questão que suas músicas fossem cantadas por todos do culto, e não só pelo coral como a igreja católica exigia.

Insistiu muito para que as mulheres tivessem o direito de estudar, assim como os homens. Escreveu cerca de oitenta volumes em alemão. Mas vivia angustiado com a possibilidade do Papa cumprir a promessa de queimá-lo vivo. Mesmo assim não parou de trabalhar e acreditar numa religião mais preocupada com o povo e menos com o dinheiro e a vingança.

Sofria de muitas doenças e acabou morrendo durante um ataque do coração aos 62 anos de idade. Seu corpo foi levado para o velório e enterro na mesma igreja onde pregou suas 95 teses na porta alguns anos antes. Seus amigos pastores fizeram lindos discursos e o mundo se despediu de um homem que dedicou a vida a demonstrar que a religião católica precisava mudar.