quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Breve Ensaio Social

No momento em que Saviani indica que se dobrasse imediatamente o porcentual do PIB investido em educação passando dos atuais cerca de 4% para 8% foi impossível não me recordar da famosa frase de nosso então presidente nacional, aquela utilizada pela primeira vez em 2005 e que já conquistou seu lugar inclusive num site para “Frases Famosas”, nossa popular: Quem manda aqui sou eu!

Sim leitor, é desta forma que nosso representante oficial se dirige aos indagadores quando não vê outra saída mais favorável.

Ainda no inicio deste mês Lula foi questionado sobre a aquisição, cá para nós um tanto desnecessária perante a realidade de nosso país, dos quarenta aviões caça. Você não está com problemas ópticos não, é isso mesmo, QUARENTA aviões. Mais uma vez ele usou seu jargão deixando claro que pouca satisfação pretende dar aos milhões de pessoas que o colocaram no topo político. Uma ação bastante polemica para um representante das classes oprimidas não é mesmo?! Reconheço a importância desta aquisição, mas não podemos deixar de concordar que nossa sociedade possui prioridades muito mais significantes do que essa.

Bom, voltando ao núcleo de nossa questão vamos pensar juntos: o que será que o senhor Luiz Inácio responderia se propuséssemos essa mesma opção de Saviani? Eu não descarto a provável oportunidade de ele usar um de seus instrumentos verbais de defesa pessoal, e você também não deveria descartar. Quem sabe ele lhe dissesse: "Eu não quero nem que você seja mais otimista do que eu. Se for igual a mim, já está ótimo.", mais uma colocação do ano de 2005 que lhe deixaria confuso e sem resposta condizente ao questionário. Já que é desta forma lamentável com que vem se comportando nossos administradores-mores.

O caso é que a idéia de Saviani é grandiosa, e muito mais que correta. Está sim, na hora do Brasil começar a se mover no quesito educação. Devemos parar de formar cidadãos acrítico e semi-analfabetos. É hora de crescer, de gerar, de fazer acontecer as propostas tão lindamente defendidas pelas políticas publicas educacionais; mais do que sugerir, é importante fornecer meios de tornar realidade, mas ao que tudo indica o representante do pobre proletariado se esqueceu um pouco de tudo o que viveu, bom, talvez ele pense que com um pouquinho de sorte todos nós conseguiremos alçar vôos e modificar nossa realidade social. Como é senhor presidente?! Esperávamos muito mais de você, sinceramente.

Termino este ensaio sobre a cegueira que infelizmente parece se tornar contagiante nos cargos públicos com a esperança de que alguém apto a isto consiga mudanças significantes e verdadeiras na situação educacional, enquanto que por aqui vamos fazendo nossa parte enquanto educadores dessa garotada quem vem com tudo simbolizando nossa próxima geração, que com a ajuda de todos nós dessa digna carreira de formadores irão sim estar preparados pra modificar nosso país quando chegar a hora deles agirem por nós.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

O Imperialismo na América Latina

A importância de conhecermos a realidade sócio política do local onde moramos é algo primordial, pois o direito de contestação surge a partir do momento em que existem pressupostos irrevogáveis; e enquanto cidadãos conscientes precisamos estar atentos ao que acontece nas esferas administrativas afim de exigir as melhores decisões a nosso favor.

Nossa América vem sendo alvo de políticas externas intervencionistas desde a chegada européia a nossas terras no século XV, e isto é um fato veridicamente público. Ao decorrer dos anos somos alvos de diversas intromissões estrangeiras, desde as ditatoriais até aquelas singelamente disfarçadas. No outro viés dessa história também já existiram diversas pessoas, medidas, tratados, planos, alianças entre outras coisas dispostas a mudar esta vergonhosa passividade americana, no entanto o sucesso está longe de ser atingido.

Com o advento do século XIX este quadro se torna muito mais problemático, as Américas se dissolvem ainda mais e um de nossos se torna a principal ameaça à integridade latino-americana. Chega o momento em que os Estados Unidos da América decidem implantar uma segunda marcha, desta vez não ao oeste e sim a todos os ângulos do hemisfério. Sua união se firma como tal e legitima o poder de seu nome. É o ressoar de um Estado ambicioso e sem limites.

Após a segunda grande guerra é que as idéias neocolonialistas se tornam uma prioridade norte-americana, a fim de impedir a ampliação do poder soviético. Desde esse momento somos considerados mero campo de investimentos, subjugando nossas nações, humilhando nossa sociedade e praticamente debochando de nossos políticos, logicamente tudo isso é muito discreto e está por detrás dos diversos encontros governamentais arquitetados todo este tempo. Cada simples conversa dentro da Casa Branca visa exclusivamente o seu interesse, passando por cima de todo e quaisquer conceitos éticos e morais. Assim toda a América-Latina continua sendo uma área de influência e manobra.

Todos os acordos políticos envolvendo esta potência mundial, sobretudo aqueles já formulados pela mesma como a Doutrina Monroe e a política do Big Stick, são exemplos claros de intervenções, basta analisarmos um pouco mais cada uma destas propostas para confirmar esta afirmativa. Os Estados Unidos da América buscam medidas para nos conduzir conforme sua intenção, podemos nos considerar lindas e ricas marionetes caro leitor.

Afirmar que possuímos meios de nos desprender dessa submissão em grupo ou quem sabe até individualmente é pensar além da realidade. Muitos levantes nos mostraram que sistemas organizados conseguem alcançar alguns objetivos específicos, e quando aplicados de maneira habilmente planejada, como no caso de Cuba na década de 50, pode levar ao objetivo geral como foi possível percebermos.

O importante é salientar que há muito passou o momento em que medidas precisam ser tomadas, chega de nos comportarmos como fantoches que seguem o rumo de um fator condutor alheio. É chegada a hora de espantar essa marcha absurda, de nos mostrarmos enquanto nações independentes, fazermos valer os esforços de resistência de nossos antepassados, honrar o sangue de nossos nativos e enfim elevarmos nosso poder, que não é pouco; recursos não nos faltam, e nisso somos muito superiores ao norte, resta encontrarmos o político certo que conduzirá cada um de nossos países ao apogeu tão merecido.

A Independência do Brasil e seus desdobramentos

No século XVIII vários fatores começam a demonstrar que o sistema colonial brasileiro já não era tão funcional. Os países europeus já se mostravam incomodados com o sistema absolutista e demonstravam interesses em partilhar uniões estrangeiras, por exemplo: a Revolução Industrial Inglesa ocorrida em meados desta época requeria a abertura de nossos portos para, logicamente, ampliar seu mercado consumidor. Neste mesmo momento aqui na colônia os ânimos também estavam exaltados porque os ricos produtores desejavam se desvencilhar do pacto colonial português, para aumentar seu campo de vendas e lucratividade.


Enquanto isto começava o processo de independência nas Américas através dos Estados Unidos, aqui começam a ecoar os ideais de igualdade, liberdade e fraternidade da Revolução Francesa através de nosso continente.


Nesta ocasião um acontecimento delineia os rumos da situação. É a vinda da família real portuguesa para nossas terras, financiada pela ambiciosa Inglaterra que, obviamente, já estava com segundas intenções. Já em além mar Dom Pedro vê uma boa oportunidade para si próprio que poderia ser Rei de dois impérios e então apoiado pelos grandes fazendeiros e comerciantes portugueses aqui instalados com interesses de se desvincular do caráter exploratório português, em 7 de setembro de 1822 nasce o Império Brasileiro.


Este Primeiro Reinado, no entanto, após devidamente instalado não se desenvolveu como o esperado pela população, pois as políticas continuaram beneficiando somente a elite social, que inclusive era a única com direito ao voto (voto censitário), e um dos poderes instalados deixaram claro que ainda estávamos totalmente submetidos às aprovações supremas, neste caso do Imperador, ainda português (poder moderador). A economia se manteve agro-exportadora, a mão de obra escrava não foi desvencilhada e desta forma nada se alterou nem política, nem econômica e muito menos socialmente. Agora éramos uma nação regida pelos caprichos de uma elite, continuávamos no mesmo patamar de desigualdades sociais em solo americano.


Começa aqui outra etapa de nossa história que são os movimentos contra a monarquia instalada, mas no momento nos deteremos neste período.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Brasil colonial; escravidão e expansão territorial

Afirmar que os escravos eram as "mãos e os pés do senhor de engenho" como escreve o padre jesuíta André João Antonil nada mais é do que explicitar em poucas palavras a realidade durante o período colonial. É fato, como todos sabem, a extrema exploração sobre a mão de obra desta natureza, tanto que dados confirmam que raramente um escravo ultrapassava a barreira de cinco anos de sobrevivência neste sistema devido à excessiva carga horária (que alcançava 18 horas diárias), os maus tratos aplicados (agressões severamente desumanas) e as péssimas condições de vida a que eram submetidos. Nesta questão é muito importante ressaltar a existência dos nativos, pois ocorre a interligação automática entre a escravidão e as etnias africanas, esquecendo que nossos aborígines foram os primeiros a enfrentar a ganância portuguesa nessas terras.

Nesta situação obviamente as tarefas manuais; aquelas que exigem força e sacrifício eram todas executadas pelas mãos dos escravos enquanto que os lucros e administração eram ofícios dos lusitanos indicados pela própria coroa. Também existiam portugueses assalariados, mesmo assim constituíam uma população ínfima.

As grandes plantações de açúcar do inicio da dominação portuguesa podem ser consideradas o motor da sociedade brasileira, foi através dela que se firmou esta situação onde a maioria oprimida e sem oportunidades passou a sustentar grandes senhores de terra, abastecendo assim uma sociedade européia que sequer imaginava que existisse.

Esse sistema de exploração das riquezas naturais, neste caso específico, de nossas terras, a chamada plantation, colaborou muito com a expansão por territórios cada vez mais interioranos justamente porque se tornava pequeno o espaço destinado a essa mola propulsora.

Esta necessidade de expansão para aumentar a produção açucareira junto da incessante busca por metais preciosos e a necessidade de acabar com a resistência indígena levou os domínios reais ao interior; dando inicio aos ciclos de atuação dos bandeirantes, homens que iam à busca desses objetivos. Foram quatro: ciclo do ouro de lavagem (próprio nome explica qual a riqueza procurada), ciclo da caça ao índio (para mão de obra escrava), ciclo do sertanismo de contrato (onde pessoas eram encarregadas de recrutar força humana originária de caça ao índio e apreensão de escravos de quilombos) e o ciclo do ouro e dos diamantes (mais um que se explica na própria denominação). Aqui foi dado o “ponta pé” inicial para a grande exploração de nossas riquezas que se efetivaria a seguir e que nos afeta até hoje através das políticas de ocupação sobre a Amazônia, por exemplo, um problema que vem justamente destas origens remotas ao qual pouco ou quase nada de atenção esta sendo oferecida, como sabemos.

A importância da escravidão dos nativos teve importância fundamental durante os ciclos dos bandeirantes, pois é justamente através deles que os portugueses passam a ter meios de explorar as riquezas naturais de uma forma mais intensa. Eram eles quem conhecia a terra, sabiam como adentrá-la e também aonde se encontravam os produtos que interessavam aos estrangeiros. Desta forma passam a ser o principal alvo de captura, pois como vimos facilitavam a exploração da natureza brasileira.

Este ciclo foi extremamente vantajoso aos colonizadores, em contrapartida foi uma dizimação humana para os ameríndios. Estes eram explorados ao máximo e estavam suscetíveis às doenças do além mar que, desconhecidas por seus pajés, não haviam como ser controladas. O trabalho forçado, estas doenças e as agressões físicas levaram aqueles que não conseguiram fugir ao mesmo destino, a morte.

É importante entendermos o quanto a colonização foi banal a nossos conterrâneos, sabendo que um contato pacífico poderia ter ocorrido se não houvesse a ambição sem limites do homem europeu. É interessante imaginarmos o quanto nosso país poderia ser diferente hoje em dia caso a realidade fosse outra. Podemos trabalhar este pensamento em sala de aula incentivando o censo crítico infantil e possibilitando o amadurecimento de idéias responsáveis socialmente. Temos que tomar medidas para preservar os pouquíssimos representantes indígenas que resistem as modernidades e tentam a todo custo preservar seus costumes à risca. Isso é fantástico. Isso é admirável. As aldeias que querem se manter quanto tais, mas se submetem a todas as tecnologias do governo, podem não estar erradas por querer inovar, mas devem reconhecer que isto não é se manter Índio, e sim tornar-se parte da sociedade moderna.

O sincretismo religioso no Brasil colonial

O Brasil colonial foi palco de uma série de conflitos étnicos, principalmente no que compreendia a relação senhor branco e escravo negro. O contato entre povos tão distintos em uma terra que não era nativa de qualquer um dos envolvidos acaba por dar origem a um movimento de adaptação cultural complexo. Os negros precisam camuflar sua ideologia para que não fosse cruelmente reprimida pela política obrigatória da religião católica e a solução encontrada é a associação de suas divindades africanas às santidades européias. Desta forma surge o que hoje tratamos por sincretismo religioso, faz-se importante ressaltar neste ponto que este processo também absorveu outras culturas como a indígena, por exemplo, mas neste trabalho vou priorizar a questão dos negros.

Esta associação torna possível a manutenção de suas crenças. Segundo José Beniste: "valeu como poderosa arma para os negros manterem suas tradições. Sem isso, provavelmente, nem mesmo teriam podido manter os traços religiosos que ainda hoje se conservam". Abaixo alguns exemplos dessa associação de termos religiosos.

Algumas divindade Africanas e sua correspondente católico:
  • Oxala: Jesus;
  • Oxum: Santa Luzia, Nossa Senhora Aparecida;
  • Oxumaré: São Bartolomeu;
  • Oxóssi: São Sebastião;
  • Obá: Santa Catarina;
  • Xangô: São Francisco de Assis, São Pedro, São João Batista;
  • Ogum: São Jorge, Santo Antonio;
  • Iemanjá: Maria mãe de Jesus;

Desta forma enquanto freqüentava cerimônias tradicionalmente católicas a população africana estava na verdade adorando a seus próprios deuses. Seus cânticos em dialeto próprio não deixavam transparecer o sentimento que tinham ao demonstrar estar adorando as imagens sacras. Assim surgem as religiões afro-brasileiras, repletas de fusões e adaptações. Atualmente existem no Brasil centenas de focos destas manifestações culturais. Segue um esboço das principais correntes e sua devida localização no país:

  • • Babaçuê - Pará
    • Batuque - Rio Grande do Sul
    • Cabula - Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Santa Catarina.
    • Candomblé - Em todos estados do Brasil
    • Culto aos Egungun - Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo
    • Culto de Ifá - Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo
    • Macumba - Rio de Janeiro
    • Omoloko - Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo
    • Quimbanda - Rio de Janeiro, São Paulo
    • Tambor-de-Mina - Maranhão
    • Terecô - Maranhão
    • Umbanda - Em todos estados do Brasil
    • Xambá - Alagoas, Pernambuco
    • Xangô do Nordeste - Pernambuco


É importante nos conscientizarmos da gama de diversidades étnicas em nossa sociedade, e portanto, perceber a importância de manter cada tradição e respeitar aquela que nos for alheia. Só assim conseguiremos formar um povo digno, enquanto não formos capazes de respeitar-nos uns aos outros, nossa imagem no exterior continuará sendo a de terra do futebol, mulatas e muito samba, sem nada a mais para oferecer.

Colonização do Brasil: determinantes e derivados

Para conhecermos melhor o país responsável pela "descoberta" (se é que se pode chamar descoberta a chegada a uma terra já habitada) e divulgação de nosso território observe o anexo de um esboço meu mostrando o momento político no qual se encontrava Portugal ao mesmo tempo em que ampliava seus domínios através das viagens ultramarinas.

Constituído o Estado português chega o momento em que este enquanto sociedade independente se vê diante de uma burguesia em ascensão com pouco território, um rei submetido a um mercado fechado e um clero em busca de mais adeptos a fim de manter sua homogeneidade frente a um mar que os levaria a terras ricas.

Em 1415 iniciasse as conquistas portugueses com Celta, África. Varias a seguiram acompanhadas da evolução técnica dessas grandes navegações oriundas principalmente dos contatos com civilizações mais avançadas como Índia e China. Os conhecimentos dos povos submetidos são assimilados e empregados pelas embarcações lusitanas até que em 1500 se descobre as “índias” que na realidade seria nosso Brasil. Mas as descobertas não cessam por aqui. No entanto vamos nos ater a este momento para discutirmos a repercussão deste fato.

Primeiramente crentes de ter encontrado as Índias, que seria um grande exportador de especiarias extremamente apreciadas no mercado luso, partilhando do estado puro e amável de nossos nativos portugueses se atam a crença de ter chego ao paraíso terrestre. Com o tempo e a falta de sucesso na extração de metais preciosos passam a explorar o que mais lhe serviu o Pau Brasil.

As conseqüências desta dominação para nossos conterrâneos serão cruéis. Serão submetidos à religião, crença e cultura dos recém chegados perdendo assim sua identidade ao mesmo tempo em que são dizimados por doenças desconhecidas e exaustão física advinda da escravidão implicada.

No além mar doenças também se alastram, principalmente as que derivam da promiscuidade sexual comum aos indígenas, simultaneamente nobreza terá mais terras a serem divididas, clero mais adeptos (embora contra vontade) enquanto o governo forma suas riquezas e o povo assisti embasbacado toda essa evolução repentina.

Acesse o link sobre História da América e leia uma breve composição acerca deste embate: nativo versus dominador, desta vez, porém, seria um olhar em âmbito de toda a América latina.

Brasil no contexto latino-americano

Que o nosso país dispõe de muitas riquezas naturais e ampla variedade étnica todo o mundo já sabe. Quanto à realidade social complexa e caótica também não restam dúvidas. Seguindo esta linha os avanços de nosso país também não estão passando despercebidos, felizmente; afinal já estava na hora de perceberem que somos muito mais do que samba, futebol e carnaval.
Para entendermos o complexo preconceito que envolve nossa nação vamos entender nossa constituição, pois é exatamente dela que a grande parte dele deriva.
Nossas raízes coloniais obviamente não trazem aspectos positivos e isto é um fator que ocorre em todos os países latino-americanos, uma vez que derivam do mesmo processo ocupacional que o nosso. Por questões políticas ainda somos dependentes ou dividendos de outras nações, sumariamente européias. Isto tudo advém do processo de colonização responsável também pela gama de estereótipos criados sobre nosso povo, desde os aborígines até os dias atuais.

As colônias em sua maioria são consideradas inferiores a suas metrópoles justamente por se desenvolver a partir do contato com estas, logicamente isto é um preconceito absurdo, mas infelizmente ainda subsisti. Os empréstimos internacionais feitos por diversos países americanos devido às necessidades para manter guerras territoriais durante a implementação de fronteiras deram inicio a crises financeiras e dependências atuais, pois estes empréstimos advinham de países europeus já com a intenção de seu próprio beneficio, pois apoiando determinado país este iria se deparar com a situação de dever favores, das mais variadas espécies. Como vimos, por exemplo, na independência das 13 colônias inglesas, a França vem apoiar esta sociedade com a intenção de aumentar seu mercado consumidor além, é claro, de combater com seu grande rival mercantilista que dominava aquela região, a Inglaterra.

Desta forma os paises europeus ainda nos vêem como inferiores a eles, nunca admitem que existiam nossas grandes sociedades: incas, maias e astecas e que estes eram tão desenvolvido quanto as sociedades européias em certos aspectos. Assim ser uma ex-colônia assume o aspecto de ser uma sociedade que deve sua existência aos colonizadores. Um preconceito absurdo, como já mencionou, mas que acaba por minimizar nossa importância, nos deixando subjugados e minimizados a eles em status.

Com o passar dos tempos antigas picuinhas e preconceitos absurdos vão se diluindo junto do aprimoramento psíquico da humanidade, graças à contínua evolução sistemática dos valores sociais. Mas também possuímos nossa parcela de contribuição no quesito aceitação internacional por nos empenharmos através dos governantes e mudarmos a realidade, embora grande maioria esteja preocupado somente com a repercussão lá fora não importando na verdade a realidade daqui; é a política suja, que devemos ressaltar existe em todos os cantos do globo terrestre.
As similaridades com demais países latinos são oriundas justamente desta questão de descoberta européia enquanto que as diferenças se dão por atitudes governamentais diversas.

O MERCOSUL seria uma nova manifestação com o intuito de unificar e juntar forças latinas contra a dominação e, sobretudo exploração estrangeira, assim como sonhava Simon Bolívar há tantos séculos atrás ao tentar uni-las ainda durante o processo de descolonização.

É possível resumir o papel brasileiro no contexto latino americano como um país rico naturalmente, vasto geograficamente, em desenvolvimento político-socialmente, mas que mostra ao mundo que está preparado para ocupar seu lugar nos altos índices de desenvolvimento.

O Renascimento Italiano e suas Reformas Religiosas

O Renascimento é um movimento essencialmente urbano. O que tornou a Itália a pátria do renascimento foi justamente esta característica urbana; repleta de ricos comerciantes estes começaram a financiar obras de arte e pesquisas a fim de competir em termos de status com demais nobres; o contato com diferentes povos era amplo em sua complexa rede de comércio possibilitando contato com diversos saberes da época; além do mais este país já estava assentado sobre o território ocupado anteriormente pelos maiores filósofos da antiguidade, os greco-romanos; desta forma este Estado se viu aberto a conhecimentos que passaram a ser estimulados financeiramente pela burguesia, implantando-se desta forma o processo renascentista. Para mais detalhes sobre esse importante movimento cultural assista às vídeo-aulas capturadas na sala do 7º ano IV da E. E. B. Alice da Silva Gomes em outubro de 2013:



Neste contexto de descobertas surge Martinho Lutero, um sábio monge disposto a traduzir a Bíblia com o intuito de possibilitar o acesso direto da população aos saberes que até então eram interpretados e expostos conforme a ideologia dos pregadores cristãos. A partir deste ato de tradução a sociedade percebeu o quanto o regime católico era opressor, principalmente porque já ocorriam revoltas pela Europa devido à opulência e exuberância dos membros do clero que contrastavam imensamente com a miserabilidade da maioria da população. Surgiu então a Reforma Protestante, uma manifestação contra o domínio cristão disposto a re-significar as doutrinas da época que levou a criação de três novas religiões no território europeu após mil anos de dominação católica. Para mais detalhes acerca dessas novas crenças assista a vídeo aula abaixo:


O Antigo regime e as Revoluções Burguesas

O antigo regime consiste no espaço temporal entre os séculos XVI ao XVIII, mais especificamente entre a queda de Constantinopla e o apogeu das revoluções burguesas com a revolução francesa. Sua principal característica é a existência de dois sistemas totalmente antagônicos no mesmo espaço-tempo que seriam o feudalismo e um esboço do capitalismo. Desta forma este é um período caracterizado pela heterogeneidade, onde coexistia um sistema:
  • Absolutista: governo onde poder é concentrado na mão do monarca após a fragmentação feudal e este passa a defender seu território e dominar inclusive a igreja católica;
  • Estamental: sociedade subdividida em três níveis (clero, nobreza e o terceiro estado) e onde a possibilidade de ascensão social era praticamente nula;
  • Mercantilista: conjunto de práticas comerciais visando o fortalecimento econômico do Estado;
  • Colonial: práticas de subjugar outras nações para explorar suas riquezas.

Este conceito foi criado a fim de distinguir esta fase de transição de sistemas do próximo estágio moderno que seria o liberalismo, onde finalmente a sociedade feudal deixará de existir seguindo os preceitos de igualdade em direitos do ser humano, oriundos das revoluções burguesas, especialmente a francesa.

As formas políticas do antigo regime são muito complexas justamente por esta falta de homogeneidade, típica deste período. Em certas épocas chegaram a subsistir mais de 300 entidades políticas distintas, por exemplo. Para simplificar podemos resumi-las a três formas elementares:
  • Feudalismo aristocrático: estrutura de produção agrícola onde a terra era cedida pelo senhor em troca dos produtos dali retirados pelos vassalos, que por seu trabalho recebia de seu nobre uma mínima parcela da produção, proteção e moradia. Assim cada feudo era regido por seu senhor feudal, ou seja, não havia um poder central.
  • Republicas patrícias: forma de governo onde um representante da oligarquia burguesa regia sua cidade de forma livre e autônoma.
  • Monarquias absolutas: governos onde um indivíduo atua como chefe de estado, sua posição é vista como um poder de origem divina, tem caráter vitalício e na grande maioria das vezes é hereditário. Para mais detalhes sobre o absolutismo confira a vídeo-aula que segue:

As revoluções burguesas, como citado anteriormente, são o apogeu dos movimentos do antigo regime. Elas originam uma série de reformas em diversos setores sociais e são vistas como as responsáveis pela consolidação do sistema capitalista.
A característica geral dessas revoluções seria o descontentamento com o domínio monárquico, a classe burguesa sai a frente na disputa por seus interesses contra a coroa. Podemos destacar também outras características que originaram estas revoluções como:
  • As idéias iluministas fazem eclodir gradativamente os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade por toda a sociedade européia;
  • Os padrões de vida luxuosos e ostentador da nobreza e do clero que despertavam revoltas nas classes menos favorecidas.

Desta forma podemos concluir que o sentido destas manifestações diversas era transformar a realidade opressora vivida no momento. Realidade esta imposta pela figura do Estado e seu representante-mor, o Rei.
Estas revoluções significaram uma ruptura com o sistema monárquico e deram inicio aos movimentos republicanos, modificando indiretamente toda a estrutura da sociedade. Determinando também o emprego do capitalismo como padrão econômico.
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Referências:
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/absolutismo/absolutismo1.php
http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20060821092849AAW99BP
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mercantilismo
http://www.suapesquisa.com/o_que_e/colonialismo.htm
http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=295
http://pt.wikipedia.org/wiki/Monarquia
http://www.algosobre.com.br/historia/revolucoes-burguesas-no-seculo-xviii-as.html
http://www.alunosonline.com.br/historia/revolucoesburguesas/

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Diferenças e similaridades entre Hegel e Marx

Marx: Sua filosofia é prática e propõe mudanças frente a realidade. Traz a dialética ao campo da natureza e da história.



Hegel: Sua filosofia se restringia a teoria. Cria a dialética pensando somente campo abstrato (cognitivo).



Eram alemães protestantes. Suas idéias eram de seu tempo e se baseavam no Iluminismo. Trabalham com a dialética e não comparam diferentes sociedades por reconhecer que todas apresentam ritmos distintos de evolução devido a diversos fatores.

Diferenças e similaridades entre Hegel e Kant

Kant: Sua concepção de conhecimento se dividia em dois aspectos: tangível e abstrato. Concebia a história como um plano da natureza, onde os humanos seguiriam um fio condutor. Assim pensava um princípio universal de sociedades, comparando uma as outras. Dedicou-se a estudar as ações humanas através do princípio eterno da razão e da moralidade. Percebe a religião através da racionalidade e ensina a arte de filosofar.

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Hegel: Sua concepção de conhecimento se dividia em três categorias: lógica abstrata, filosofia da natureza e filosofia do espírito. Percebia a história como a representação da vontade divina. Classificava as sociedades como heterogêneas por dependerem de decisões sociais. Por isso não as comparava. Dedicou-se a estudar a história em si através do princípio eterno da razão e da divina providência. Não submete questionamento ás verdades religiosas e ensina a Filosofia em si.

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Ambos os pensadores são alemães e extremamente religiosos. Consideram o corpo como natureza e o espírito como matéria divina. Baseiam-se no Iluminismo. Dedicam-se a filosofia. Vêem a razão como princípio governante da sociedade. São caracterizados pela crítica a suas épocas.

Diferenças e similaridades entre Vico e Voltaire

Vico era um italiano de origem humilde. Suas idéias estavam à frente de seu tempo e exatamente por isto foi reconhecido somente depois de sua morte, recebendo muitas críticas em sua época. Era um católico fervoroso e pregava que a humanidade seguiria os desígnios de Deus, obtendo uma noção de tempo cíclico, já que acreditava que a humanidade retornaria ao seu estágio inicial. Vai dividir o tempo em três idades. Analisa a história desde o surgimento dos antecessores humanos (os bestioni).

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Voltaire era um francês de origem burguesa. Suas idéias eram contemporâneas, assim obteve reconhecimento ainda em vida, sem enfrentar críticas. Acreditava numa força superior, porém odiava o catolicismo. Acreditava que o próprio homem seria responsável pela evolução da sociedade, assim a humanidade evoluiria gradualmente, o que compunha uma noção de tempo linear. Divide o tempo em duas fases e analisa a história a partir do momento em que se torna interessante no seu ponto de vista que seria a partir do Séc.: XV.

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Ambos são responsáveis por teorias que buscam firmar a História quanto um conhecimento digno de estudos e status quanto ciência através da analise do homem e da sociedade.


Contribuições de Marx à História

Karl Marx foi reconhecido por seus trabalhos em conjunto com Frederick Engels, seu grande amigo que, inclusive, financiou grande parte de suas despesas pessoais como indicam fatos históricos.


A dialética marxista oriunda da tese de Hegel assume um importante papel para a formação de nossa disciplina. Hegel trabalhava o pensar somente na área da abstração, da consciência enquanto ser pensante provido de espírito e idéias, vai pensar somente teorias, no entanto, Marx vai trazer esta arte de questionamento para o cotidiano, para o campo real da natureza e da história; vai buscar compreender as medidas necessárias para mudar a realidade em questão, ou seja, a história enquanto teoria vai passar a ser questionada, criticada efetivamente. Para Marx é preciso mais do que dizer que tal preposição está certa, é necessário pensar porque está correta, é preciso mudar, contrapor, questionar, debater. É o ínicio de um novo processo histórico onde os conhecimentos prontos até então passarão a ser trabalhados, repensados.


As teorias destes filósofos em conjunto foram de importância inquestionável para a materialização do campo histórico, pois através do materialismo histórico, que abordava questões de desenvolvimento social, passaram a considerar todos os sujeitos envolvidos nas relações humanas, desta forma as fronteiras do relevante ultrapassaram os “heróis”, que até então eram os únicos alvos de interesse e chegaram até os sujeitos mais simples. Desta forma a história se beneficia e abrange extraordinariamente. Por fim chegamos ao momento em que a história será compreendida na íntegra e não em partes destacadas por opiniões e interesses individuais.


Sobre minha ótica este ato de compreender acontecimentos sobre todos os ângulos, levando cada versão em consideração é uma das teorias mais importantes de Marx e também o que proporcionou seu diferencial frente a demais filosofos da época, sobretudo por sair do campo do pensamento e avançar de encontro a mudanças sociais.

Diferenças e similaridades entre Augusto Conte e Leopoldo Von Ranke

Augusto Conte era Francês, filho de um fiscal de impostos. Volta seus estudos à sociedade em geral. Suas idéias originam movimentos sociais, influenciando diversos setores da vida social. (positivismo). A religião é seu principal meio de persuasão, chega a fundar sua própria doutrina. (A igreja positivista). Analisa a história através das mudanças da sociedade, trabalhando desde os primórdios sociais.


Leopoldo Von Ranke é Prussiano, membro da alta nobreza. Limita-se à história voltada ao Estado e as grandes personalidades políticas. Suas idéias servem de base para a consolidação da história científica; influencia esta área do saber em específico. (HISTORICISMO). A religião só aparece em seus estudos quando está vinculada aos processos políticos, ficando em segundo plano. Considera a história de seu tempo fornecida pelos documentos oficiais.

São escritores contemporâneos que fazem o uso dos acontecimentos durante a Revolução Francesa para pensar a sociedade, crêem que o Estado deve ser guiado pela religião. Delimitam a história como uma teoria neutra e irrefutável.

A partir das leituras em torno das teorias da história estudadas neste terceiro período é possível perceber o quanto a formação de nossa disciplina foi complexa e envolta em vários movimentos em sua prol, liderados por grandes pensadores dos séculos XVIII e XIX, que se basearam nos filósofos precedentes que já haviam prestados esboços úteis aos argumentos utilizados para desvincular esta disciplina do campo filosófico.

Sem duvidas alguma explorar estas teorias modifica o pensamento acerca da matéria em questão, afinal vamos conhecer teóricos e conceitos desconhecidos, além de, é claro, aprofundar o que já conhecíamos. Seria hipocrisia afirmar que conhecer estes pressupostos da História não faz diferença em nossa “bagagem” educacional, pois enquanto futuros professores devemos estar aptos a aceitar que sempre haverá algo a mais para aprender. Sendo assim é preciso ressaltar o quanto é interessante desvendar os pensamentos de autores que vão desde o religioso Vico até os revolucionários como Marx e Conte. São eles que nos trazem subsídios para entender o quanto foi dinâmico e polêmica a tentativa de implantar a história num campo de saber especifico, o quanto foi difícil convencer a sociedade que estudar seu passado seria muito útil para entender os complexos sociais e buscar alternativas de melhoria nesta questão.

Esta disciplina conforme tudo o que mencionei se mostra fundamental em nossa formação por propiciar, justamente estas bases teóricas sobre a disciplina, sobre seus pensadores principais, sobre a gama de processos ocorridos até a fixação quanto ciência propriamente dita de nossa disciplina, nossa adorada História. Afinal precisamos conhecer amplamente tudo o que iremos ensinar, para que façamos isto com qualidade e responsabilidade social.

Referências das imagens utilizadas :

http://www.daviddarling.info/images/Comte.jpg

http://germanhistorydocs.ghi-dc.org/images/3344-Leopold%20von%20Ranke%20@%20530.jpg

sábado, 7 de março de 2009

A educação da antigüidade até os dias atuais

As mudanças na sociedade não se deram isoladamente, e dentre este contexto foram acompanhadas por várias modificações, inclusive na área educativa.

Dentre nossas três primeiras aulas da disciplina Processos de Ensino e Aprendizagem podemos perceber claramente esta questão sendo que várias concepções educacionais foram abordadas em conjunto com seus idealizadores e contextos.

Primeiramente observamos a questão inatista que pregava que as respostas já estavam no sujeito, que as verdades estavam prontas e acabadas, que cabia a cada um alcançá-la dentro de si próprio, assim como afirmava Sócrates.

No medieval foi o dualismo corpo e alma que se fez presente, sendo explanado, sobretudo por Santo Agostinho e São Tomás de Aquino que defendiam que o conhecimento provinha da força divina.

Logo após surgem os empiristas representados em grande parte por John Locke com a máxima de que a educação só se dá de forma experimental. Neste mesmo ponto há ainda os Racionalistas (inatista no período moderno) como Descartes que vêm defender o uso do pensamento como meio de alcançar a verdade.

Após estes períodos onde a Teoria inatista (verdades estão no sujeito) e Teoria Behaviorista (verdades provém da experiência) foram amplamente discutidas surge então a ciência cognitiva tentando a partir das duas primeiras estudar a mente humana buscando estabelecer definitivamente a origem do conhecimento postulando que o desenvolvimento antecede a aprendizagem, palavras de Piaget.

Esta concepção encontra se ainda hoje em nossa estrutura educacional. Chegamos então ao fim de nosso primeiro ciclo em busca das raízes do conhecimento.

A abordagem Histórico-cultural de Vygotsky na educação



Os saberes de Vygotsky são considerados os mais indicados na ação didática pelos profissionais desta área, pois se adaptam perfeitamente as carências sociais da atualidade. Seus conceitos histórico-culturais auxiliam na formação dos princípios pedagógicos, destes por sua vez, destacam-se os de mediação, interação, linguagem, internalização e zona de desenvolvimento proximal. Essas concepções auxiliam o professor na forma como deve atuar no momento de transmitir seus saberes a criança.

O termo mediação infere na parte em que é preciso adaptar os conceitos ensinados a realidade infantil a fim de obter a aprendizagem máxima, assim sendo é formada por todo o conjunto de estratégias utilizadas em sala de aula.

A interação, por sua vez, compreende a formulação de saberes através da relação com o meio. Assim o individuo aprende espontaneamente a partir das impressões de seu contexto sem a necessidade do intercâmbio profissional (mediação), mas esse conhecimento pode ser utilizado de diversas maneiras como forma de incluir o próprio aluno àquilo que deve assimilar; uma estratégia doscente.

A linguagem é a principal fonte mediadora entre aprendiz e professor, e acima disso, é a forma mais clara de expressão. No meio educacional serve como eixo centralizador de exposição de conteúdos.

A internalização como o próprio nome sugere é o processo de apropriação do objeto em questão; é tornar seu algo que é externo. Deve ser um trabalho minucioso no meio educativo, pois obviamente, o sucesso didático depende diretamente de sua prática integral.

A zona de desenvolvimento proximal compreende funções que ainda estão em desenvolvimento, já existem embrionariamente, mas precisam de mediação externa para se findar correta e plenamente.

Todos estes pontos assim entendidos por Vygotsky contribuem para que cada profissional aprimore suas competências e habilidades. Basicamente constituem princípios básicos. São proposições que quando trabalhadas em conjunto nos levam a compreender o processo de aprendizagem dentro da mente infantil, desta forma, facilita o trabalho do educador, uma vez que se conhece a forma como os conhecimentos são assimilados resta então encontrar sua própria maneira de transmitir saberes.

Por mais simplificado que se encontrem tais idéias é inegável assumirmos que a responsabilidade do professor é imensa, não basta saber de cor e salteado todos estes pensamento é necessário usar de sua psique para chegar a melhor forma de trabalhar, já que cada subjetividade é carregada de elementos catalisadores que influenciarão naquilo que melhor lhe servir.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Sociedades "primitivas" americanas frente aos colonialismo europeu

Primeiramente é preciso definir o que seriam “sociedades primitivas” e compreender o contexto responsável por essa definição. Sociedades primitivas são aquelas assim classificadas por estarem “atrasadas” socialmente e em todos os outros sentidos, politico, intelectual, arquitetonico... No entanto é necessário reconhecer que quem classificou as populações americanas como atrasadas foram os europeus ao desembarcarem em nosso continente. Mas será que eles podem assumir tal função? Acredito que não. Viver e se organizar de uma forma diferente, com padrões e leis diversas não significa propriamente atraso. Mas sim que as diferenças existem e devem ser respeitadas. Logo sugerir que nossos ameríndios eram seres inferiores por este motivo foi um ato de estrema ignorância envolta num intenso eurocentrismo, o qual infelizmente, ainda se encontra muito fixado no pensamento contemporâneo.

Condenaram os indígenas por praticarem muito pouco o trabalho, mas o que eles tinham a ver com isto? A população trabalhava somente para manter suas necessidades fossem elas energéticas, habitacionais, cerimoniais, tanto faz. Mas o que importa é que viviam em paz a sua maneira e com seu hábito de trabalhar somente o quanto fosse necessário. Ironicamente podemos sustentar até mesmo uma pontinha de inveja européia nesta questão trabalhista.

Estes mesmos europeus se encarregaram de menosprezar e exterminar nosso povo nativo por considerá-los como meros animais pelo simples fato de não possuírem Estado. Tamanha foi a ganância européia ao ponto de justificar sua exploração com motivo tão fraco. Ora, do que adiantaria um Estado numa civilização onde o respeito prevalece entre seus membros sendo mantida somente sobre a coesão de um chefe, onde não há excedentes econômicos e nem criminalidade? Infelizmente nosso povo era muito ingênuo e não percebeu o perigo que corria ao recepcionar estas pessoas tão diferentes que vinham do além mar. E se alguns não o bem receberam é porque eram sábios e logo perceberam o que estaria por vir.

O fato é que as barbáries por aqui cometidas foram justificadas por diferenças. Veja você leitor que motivo repugnante. Os europeus naquela época eram os soberanos do espaço devido sua alta tecnologia frente aos demais povos e se aproveitaram disto para manter-se no apogeu, felizmente o quadro não é mais tão individualista, contudo ainda permitimos que nos explorem e saiam rindo de nós, e o intenso aproveitamento sobre nossa fauna e flora é a prova de que precisamos tomar medidas rápidas a fim de nos provarmos definitivamente como uma República independente. Termino meu texto por aqui na espera que alguma, ou por que não dizer, qualquer medida seja tomada por nossas “autoridades”.

O descobrimento das américas e o choque cultural

É injusto firmar o povo europeu como cruéis e insensíveis devido sua atuação sobre os povos ameríndios. Devemos levar em consideração a mentalidade dessas pessoas. Eles descendiam de uma população regida sobre valores extremamente autoritários que não possibilitavam qualquer contestação. Os dogmas católicos manipulavam os comportamentos de toda a população sem exceção alguma. Quem contrariasse as verdades religiosas era cruelmente punido por seu ato.

Estavam envoltos em uma realidade muito difícil, onde milhões morriam de fome ao lado dos palácios que em um único banquete aos minoritários nobres desperdiçavam quantidades exorbitantes de comida que poderiam alimentar por até um mês toda a população de um país.

A igreja por sua vez possuía duas vertentes, uma pregando a humildade enquanto a outra se esbanjava exibindo sua riqueza, esta última era a predominante e por sua vez acreditava na existência de um paraíso terreal. Neste momento em busca por saídas econômicas ao império e paz eterna aos seus homens surgem as grandes navegações transoceânicas como uma "saída de escape".

Em 1492 quando Cristóvão Colombo desembarca em terras americanas, pela primeira vez na história, acreditando ter encontrado as Índias, parte da solução econômica, ele se surpreende com a beleza natural da região e pureza de seus conterrâneos. Crê então e assim divulga ao povo europeu ter chego ao paraíso terrestre.

Com o passar do tempo, assim que a revolta dos índios se fez presente, o contato com os povos da região perdeu a delicadeza da chegada ao tal paraíso. Neste momento os espanhóis se voltam ao seu maior interesse: a exploração de riquezas; deixando de lado a misericórdia para com aquele povo que antes lhes pareciam tão bom. Agora começa definitivamente a exploração tribal.

Inicia-se o processo de dominação onde o trabalho indígena torna-se o principal meio de encontrar as riquezas naturais que tanto procuravam, sobre tudo, os minerais: ouro, prata e ferro. Mas as brutalidades cometidas podem ser justificadas pelo próprio desconhecimento do que seria a raça humana. Ao deparar-se com o massacre dos 40 europeus que ficaram responsáveis por cuidar da foz litorânea é natural que comecem a ver os indígenas como uma ameaça, ou até mesmo como animais, uma vez que praticavam horrores a seus símios. Práticas desta natureza eram consideradas como demoníacas pela igreja européia e seus praticantes eram vistos como bruxos, enviados do anticristo, que eram julgados e punidos logo em seguida. Geralmente a sentença aplicada era a morte através da fogueira imposta pela Santa Inquisição.

Como podemos perceber através deste breve resumo da época do dito “descobrimento” não podemos julgar os atos dos europeus, pois hoje a visão de mundo é totalmente diversa, as verdades são outras. Desenvolvemos leis que defendem o direito à individualidade e à vida, mas naquele tempo estas questões eram vistas por outro ângulo. São tempos diferentes, contextos diferentes, logo os valores também são diferentes. Atualmente nossa legislação tenta controlar a criminalidade, no entanto, ela consegue??? Todos sabem que não. Então é possível concluir que sempre haverá um indivíduo responsável por julgar o outro inferior e também por inferir em seus direitos, até mesmo massacrá-lo. Quando isto se dá em grande número é uma questão social dada por sua realidade.

Julgar por julgar é um ato de ignorância que não leva a nada a não ser a prática do preconceito que logicamente deve ser evitada. Contudo quero deixar claro que não considero correto, muito menos certo, as crueldades praticadas sobre nossos povos, mas sim ressaltar que não foi por mera vontade que decidiram tomar essas atitudes, mas sim em decorrência de seus princípios e também do que seu contexto lhe propiciava em dado momento. Assim foram as circunstâncias que os levaram a praticar o “genocídio” e não um simples gene voltado naturalmente a violência.

Práticas doscentes e seus desdobramentos


Aprender é algo extremamente complexo e as práticas utilizadas fazem toda a diferença, logo o professor assume um papel fundamental, sendo como uma mola propulsora, que nos leva a amar ou até mesmo a odiar o assunto em questão.

Felizmente ao longo de minha jornada escolar a maioria dos profissionais da educação eram muito dedicados e era perceptivel o amor pelo o que estavam fazendo, desta forma era muito prazeroso assistir a suas aulas. O problema maior, sobretudo no meu caso de rede pública de ensino, eram os doscentes substitutos, que na maioria das vezes sequer atuavam nesta matéria, ou até mesmo nesta área. Outras tantas eram educadores já aposentados com uma prática muito antiga e que não aceitavam contestações.

Desviando destes contratempos as práticas que mais me cativavam eram as aulas dinâmicas com debates, pinturas, montagens, produção de gibis e jornais, as que faziam uso de multimídias, teatro, jogos, gincanas, inter-relacionamento entre temas, contextualizações, entre outras coisas deste gênero que nos despertavam. Além das exposições dos professores que se portavam muito bem, chamavam a atenção para si e conseguiam manejar até mesmo os mais agitados da classe. Certa vez realizamos uma exposição de arte com quadros de nossa autoria baseado na escravidão colonial, hoje realizo meu estágio nesta mesma escola e fico feliz de perceber que ainda se preza pela apreensão das crianças.

Como nem tudo são flores houve os momentos em que as aulas tornavam-se cansativas, sobretudo quando o emprego da chamada “ditação” era excessivo. Os monólogos também me deixavam entediada assim como a leitura executada pela sala inteira simultaneamente que assumiam o papel de meras palavras soltas ao vento, as quais ninguém conseguia se concentrar. Uma prática educativa que me deixa irritada é aquela onde o mesmo exercício do caderno é copiado para a prova, parece que estão subestimando a inteligência do educando. Alguns professores traziam desenhos sobre algum tema para a gente colorir, até hoje não entendo o que a gente ia assimilar com aquela coloração desenfreada. Não cheguei a presenciar muitos momentos com estas práticas, ao menos em nossa disciplina, graças a meus grandes mestres que fazem muito falta.


Assim que assumir meu papel frente a uma sala de aula pretendo empregar os mesmo métodos positivos que meus professores utilizaram comigo e acrescentar a elas uma das sugestões de nosso livro, a simulação de fórum, que me pareceu muito cativante. Espero fazer a diferença, ser diligente e alegre durante as explicações. Fazer uso de instrumentos, fazer notar minha presença, no dia do índio espero chegar com o rosto pintado no mínimo, assim como o professor G do filme “Escola da Vida” que coincidentemente também era um historiador. A principio são estas as idéias que assumirei em meu currículo escolar.

Adesão a esteriótipos, uma armadilha perigosa

O ensino de qualquer disciplina corre o risco de cair em generalizações fracas que submetem o assunto em questão a uma banalização ou exaltação em demasia. Neste contexto é necessário que o professor possua o hábito de questionar as verdades, com o intuito de apresentar as várias vertentes que condizem ao mesmo tema.

Em nossa disciplina o tema que mais recorre atualmente é a expanssão da história até o campo dos “vencidos”, saindo assim da rotineira história dos “heróis” que faz jus a uma única parcela de protagonistas mostrando a verdade nivelada, parcial, sem abrir o leque de informações de todo o contexto.

Somente essa abordagem multidimensional propicia o total entendimento das situações que podem, finalmente, levar cada sujeito a denominar o certo ou errado, o melhor e o pior, o verdadeiro e o falso. Isto é muito importante, pois esta é a função de nós educadores: levar os alunos a buscarem as respostas individualmente. Não devemos sobre hipótese alguma nos impor em relação a nada, devemos ser imparciais, mostrar o que foi, como se deu, e seu contexto, deixando a responsabilidade de julgá-los a cargo de cada indivíduo.

O currículo por sua vez deve conter as unidades básicas do ensino e quando for proposto em sala de aula deve ser devidamente ampliado, sem que algum “partido” seja assumido durante a construção curricular. Desta forma fica muito evidente que o problema geral não está unicamente na formulação do currículo em si, mas sim na forma como o profissional o segue. Cabe ao doscente a habilidade de malear as competências pré-estipuladas num certo roteiro.
A avaliação é um requisito fundamental, mas extremamente perigoso. É preciso uma grande dose de responsabilidade ao aplicá-la, pois muitos aspectos pessoais dos alunos devem ser vistos e não somente basear-se numa nota que provém de uma pessoa imposta num contexto muito amplo, sua própria individualidade.

Como sempre é destacado, o professor é o grande autor do processo educacional e cabe unicamente a ele a tarefa de tornar a aprendizagem algo prazeroso aos olhos dos educandos. Grandes desafios que impõem imensas responsabilidades, que felizmente, são muito gratificantes no âmbito profissional, e por que não dizer também, pessoal.

domingo, 1 de março de 2009

Disciplina, fator essencial a qualquer relação humana.

É impossível negar a importância da disciplina nas relações sociais, é como negar a existência da imprudência, ou seja, algo infundado. Atualmente os processos entre os indivíduos estão marcados por desavenças e falta de respeito, neste ponto a disciplina é inegavelmente fundamental.

Atuar em sala de aula é um desafio diário e quando seus alunos não possuem o mínimo de disciplina este impasse torna-se algo, por que não dizer, insuportável. Contudo é necessário impor limites a este processo de adequação, pois esta é uma “faca de dois gumes”. As crianças são por sua essência um tanto quanto indomáveis, e isto não é ruim, muito pelo contrário, é esta agitação que os desperta para o mundo, para o novo. Infelizmente, algumas pessoas não percebem esta curiosidade por este ângulo e acabam fazendo uso de medidas enérgicas que são desnecessárias, e que inclusive acabam prejudicando o desenvolvimento infantil. Podemos então destacar que disciplina é fundamental , contanto que, aplicada de forma inteligível.

Como sabemos em pleno século XVIII, durante a Revolução Industrial, onde os direitos humanos começavam a ser pensados assim como as teorias da maquinaria escolar, a disciplina era imposta cruelmente e um erro que cometemos é acreditar que estas são épocas muito longinqüas, basta perguntar a seus pais sobre o canto da sala, a régua de madeira, o ajoelhar no milho e você perceberá que tais práticas absurdas foram extintas a pouquíssimo tempo e sendo realista ao extremo é certo acrescentar que ainda existem em meio a sociedade e que este pensamento ditatorial se encontra presente em ao menos 40% da população.

É necessário que nós educadores não assumamos as responsabilidades sobre a indisciplina dos filhos da sociedade, devemos encontrar maneiras de expor aos pais a importância que eles possuem no processo escolar, assim talvez consigamos desempenhar nosso verdadeiro papel mais facilmente e até mesmo com melhor resultado; e convenhamos que não é tão difícil assim convocar uma reunião escolar e apresentar estes pontos aos pais, tenho certeza que convencê-los é igualmente concebível. Basta que tenhamos a iniciativa, nada mais importante do que tentar.

História oral em sala de aula


Eu considero o uso da história oral um grande aliado dos professores, sobretudo os de séries iniciais, por ser uma prática que prioriza a simplicidade da narração dos fatos.

Atualmente sua utilização é alvo constante de debates pedagógicos. Eu participei de uma mesa redonda no último Encontro Estadual de História que tinha como tema justamente a História Oral. Abaixo a foto dos professores ministrantes os quais infelizmente não recordo o nome e não estou com o guia de consulta no momento.

(Fonte: arquivo pessoal)



Várias obras foram escritas sobre o assunto e este professor doutor em história, que se encontra de blusa verde na imagem acima, é um dos responsáveis pela revista História Oral que reúne vários artigos exclusivamente sobre isto.


O homem ao seu lado é um pós-graduando também em história que no momento estava apresentando seu TCC feito a partir de relatos orais dos ex-moradores de uma região submersa por uma usina d'água em Criciúma.


O campo histórico permite que esta atividade seja utilizada amplamente na maioria de seus temas, sobretudo, nas questões mais atuais que propiciam histórias vivas dos acontecimentos alvo, como no exemplo do trabalho que acabo de citar.


Eu recomendo sua aplicação em classe levando em consideração que é uma forma bastante cativante de demonstrar os fatos. Pode ser filmada, gravada, ou até mesmo relatada em forma escrita a fim de armazenar os dados por um longo tempo. No entanto, certos cuidados são fundamentais na hora de usar deste método, pois como sabemos, é um relato do acontecido que chega até nós baseado na subjetividade do individuo que a compõe, assim o professor deve alertar seus alunos dos "poréns" de cada versão.

Plano educacional


Plano para duas semanas de aulas de uma quinta série:


Conteúdo: Descobrimento da América Latina

Objetivos: Compreender o contexto americano e europeu antes da “descoberta”.
Assimilar os motivos que lançaram os europeus ao mar.
Intensificar a problemática da questão “descobrimento x invasão”.
Apresentar a situação colonial implantada após a descoberta.
Demonstrar os impactos da descoberta sob as sociedades envolvidas.


Tópicos abordados:


1. Explicar rapidamente a chegada do ser humano as Américas via Estreito de Bering.


2. Definir o território americano através do uso de um mapa.

3. Definir as principais sociedades americanas desta época: Astecas, Incas e Maias.

4. Fazer uso de imagens para identificar melhor cada uma destas civilizações.

5. Explicar a situação européia e os motivos das grandes navegações.

6. Demonstrar a rota utilizada pelos “descobridores” europeus.

7. Primeiro contato: Colombo 1492.

8. Passar alguns trechos do filme: 1492 - A conquista do Paraíso.

9. Explanar a questão “descobrimento” ou “invasão” através de debate.

10. Apresentar os impactos desta descoberta para ambas as sociedades.

11. Delimitar a situação colonial decorrente da descoberta.
12. Apresentar trechos do filme Amistad.


Estratégias:

1. Serão utilizadas duas fontes audiovisuais assim como já mencionei nos tópicos a ser abordados. Essas obras são os filmes: 1492 A conquista do Paraíso e Amistad.

2. Montar um painel com toda a turma desenhando um mapa mundi colocando imagens referentes a cada uma das etnias sobre a devida área habitada por cada uma delas a fim de simplificar o entendimento sobre a subjetividade de cada grupo. Aplicar também a rota da primeira viagem de Colombo.

3. Simulação de um Fórum envolvendo vencedores e vencidos (europeus e americanos) com o intuito de analisar ambas as partes envolvidas, sem o interesse de julgamento.

4. Saída de campo para visitar Arquivos do Poder Executivo onde os alunos conheçam matriculas de classificação de escravos e outros documentos sobre imigração e núcleos coloniais.


Critérios de avaliação:

1. A participação durante a montagem do painel contará 5 pontos que se completam com outros 5 da atuação no fórum de discussão.

2. Será pedido um relatório da saída de campo cobrando opiniões e uma “cópia”, “maquete”, “esquema” manuscrito da obra que mais lhe chamou a atenção. Esta atividade somará 10 pontos.
3. Por último como forma de fechar o conteúdo será aplicada uma avaliação que também contará 10 pontos.

Tempo para desenvolvimento das aulas:

Estima-se que a apresentação do conteúdo pelo professor junto com a simulação do forum some 2 aulas, a montagem do painel deve ser feita junto com a demonstração de trechos do filme em 1 outra aula. A saída de campo deve tomar no mínimo 2 aulas. E na 6ª aula será aplicada a avaliação final.

Filme: O nome da Rosa"

(Fonte: http://cinehaus.files.wordpress.com/2009/01/o-nome-da-rosa.jpg)



Nosso material didático sugere a leitura da obra ou a supervisão do filme. Eu optei pelo mais prático devido a correria de fim de semestre, então assisti ao filme.

A obra deixa bem claro todo o dogmatismo das igrejas da época, sobretudo a proibição da leitura de algumas obras denominadas segundo as autoridades cristãs como proibidas por conter temas polêmicos (dentro do atual contexto) como comédia e amor.

O tiranismo religioso é muito bem representado, as represálias da Santa Inquisição são espostas de uma forma bastante verídica, chegando ao ponto de ser assustador.

Além de todo o contexto proibidor e sistemático das rivais igrejas ortodoxas e franciscanas o cotidiano também é explícito, sendo que a ostentação das grandes igrejas contrasta com a imensa miserabilidade da plebe.

O que se encontrava por detrás das cortinas da suposta inocência das igrejas é muito bem desvendado e dentre esta questão podemos então perceber todas as falcatruas e manipulções religiosas sobre todos os ramos da sociedade medieval.

Quero então reforçar a sugestão do livro didático, ressaltando que ao menos a mim foi maravilhoso contemplar esta obra. Adorei.

Assista ou até mesmo leia se possível!

Conceitos correspondem a realidade de sua época

O fundamental neste ponto é o fato de que naquela época primordial onde as bases de uma sociedade "instável" se davam sobre a religião é lógico que a explicação sobre o que era vivenciado iria provir de esclarecimentos de cunho religioso, logo surgem os mitos, explicações sobre o mundo baseados em figuras mitológicas (deuses, deusas...).

Fica claro então que cada época forma suas verdades sobre o passado de acordo com o que está acontecendo no presente.

As narrativas entram então como uma válvula de escape, a fim de eternizar aquilo que havia acontecido no antigo mundo grego, embora certas vezes fosse feito para sua edição o uso da memória coletiva estas mesmas eram banhadas sobre diversos mitos. Os aedos assumem uma importante função neste ponto por serem os principais transmissores das epopéias, longos poemas sobre feitos heróicos, acredita-se que Homero tenha feito o uso das palavras de alguns deles para produzir suas obras. Agora que se encontrariam no papel estas verdades estariam sujeitas a criticas.

O tempo dentro do contexto dos mitos é atemporal, não assume uma forma certa, ou seja, é incalculável, ignorado. Enquanto que a história preocupasse largamente com o uso adequado da narração junto do tempo em qual tal fato aconteceu. (linha cronológica)

É totalmente repugnante, no entanto que se refira ao mito como mentira, este ato é de uma ignorância absurda. É necessário compreender que no contexto em qual surgiu o mito era a verdade a qual se tinha acesso, as verdades estas nas quais era possível acreditar. As idéias, as ciências, os entendimentos até ali eram tão simples quanto suas explicações mitológicas que devem ser respeitadas como o inicio do raciocínio sobre os fatos, a introdução aos registros históricos.

Tais sociedades aprenderam muito com os mitos de sua época, estes povos deram o impulso necessário para que surgisse a disciplina tão fundamental à atualidade: a história, pois foi neste contato com possíveis verdades que iniciou o ato de registrar o passado. Desta forma chegamos à conclusão óbvia de que os mitos são de suma importância em nossas vidas e merecem todo o respeito atingível ao qual devemos nossa constituição lógica dos fatos.

A influência do meio sobre a sociedade

O contexto é altamente responsável pela produção intelectual, pois influencia diretamente sobre as ações tomadas em torno da educação visando sempre a satisfação de alguns membros da sociedade.

Um episódio claríssimo da influência do meio em que se vive na educação é a preparação dos jovens gregos e romanos pelos chamados sofistas, que lhe ensinavam somente aquilo que deviam aprender para poder assumir a frente das assembléias. Ensinavam-lhes a arte da retórica e da persuasão, formando assim seres convincentes, e não sábios, mas aquilo era o que convinha naquele cotidiano, saber fazer notar seu discurso. De nada adiantava ser um grande intelectual, pois a instrução não era tida como vantagem.

Este determinante pode ser facilmente percebido também durante a ascensão da burguesia medieval que desejava a implantação de um ensino democrático, para atender a esta nova demanda social o ensino é então estendido as outras populações até então desconsideradas, no entanto a educação da elite continuou superior enquanto que a plebe recebe os ensinamentos básicos somente com a intenção de prepará-los ainda mais ao trabalho sem que haja a preocupação logicamente erudita. Assim atende-se ao anseio da burguesia sem contrariar o rigor da superioridade dos nobres.

Um pouco mais a frente desta época encontra-se a formação dos cavaleiros, um outro bom exemplo. Estes recebiam toda uma carga de educação clássica comportamental, deviam ser o que era visto como o gentil homem, indivíduos altamente educados em relação ao comportamento com os demais e além desta etiqueta aprendiam somente as artes marciais, esta preparação iniciava-se aos sete anos de idade.

O leitor pode me dizer aonde que me referi até este ponto ao ensino matemático, histórico, científico? Em ponto algum, afinal como já mencionei no começo do texto a intenção é sempre preparar jovens para assumirem os papéis que sua sociedade necessita naquele momento e não pessoas aptas a assumir qualquer contexto social.

Caso estes exemplos ainda não tenham lhe concencido faço uso então de um modelo educacional muito recente do qual dificilmente não se recordará, o ensino tecnicista. Assim que um de nossos presidentes, Getúlio Vargas, decide industrializar o Brasil sente-se a necessidade de mão de obra rápida, o que decide então? Vamos moldar a escola a essas necessidades; deixam-se de lado as matérias básicas e enfoca-se o nacionalismo onde o importante é ensinar o português e o amor a pátria (nossa pátria) aos imigrantes e nada mais. Temos aqui uma ditadura educando evidentemente para seus fins e não para as necessidades individuais.

Perante tais relatos torna-se absolutamente impossível negar a influência total e direta que o meio exerce sobre a intectualidade de todo um período histórico.

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Influências sobre os historiadores"

Afirmar que o trabalho do historiador encontra-se totalmente livre de influências é um ato muito errôneo, pois ao estudarmos melhor os registros de antigos escritores podemos perceber que muitos deles, para não cair na redundância de dizer todos, deixaram transparecer alguma forma de influência por detrás de suas palavras.

Um dos fatores que faz com que o trabalho de um historiador deixe de ser neutro é, assim como aconteceu na antigüidade, os financiamentos das obras. No caso dos governadores de Roma, por exemplo, eles pagavam a algum escritor para escrever sobre eles, no entanto deixavam claro o que deveria aparecer em sua biografia.

Outro episódio da história de Roma bastante significativo nesta questão é a de que os historiadores eram induzidos a glorificar a história romana, logo sabiam previamente o que deveriam registrar.

Fica bastante claro então que toda história é “ineutra”, todo e qualquer historiador acaba, mesmo que involuntariamente, por transmitir a sua obra algo peculiar, algo seu, seu ponto de vista por exemplo.

A teoria da história se constrói a partir do momento em que começam os registros de algum fato, acredita-se que o trabalho de alguns homens de negócio que cuidavam da parte econômica de Roma foi responsável pelo inicio da pratica de narrar de forma cronológica os acontecimentos, a partir deste ponto vários acontecimentos vão influenciar no que é considerado história, e um setor social tem uma alta relevância nesta questão: o ramo político. Pois é a partir dele e principalmente em torno dele que a história vai se firmar na antiguidade.

Surgem pensadores que irão buscar a resposta para o que é História e suas contribuições nos levaram até o padrão atual. Estudá-los é de suma importância para compreendermos melhor os mistérios de nossa espetacular disciplina.



(Fonte: http://www.malhatlantica.pt/seculoXIII/monge%20copista.jpg)


Adversidade nos focos da historiografia grega e romana



A principal diferença historiográfica entre as duas potências da antigüidade é sem dúvida alguma o foco para o qual todos os historiadores da época estavam voltados.

No caso da Grécia o centro das atenções era as origens de tudo, sobretudo da natureza, enquanto que para os romanos o que convinha era registrar aquilo que engrandecesse seu povo.

O motivo desta grande diferença é que a Grécia encontrava-se preocupada em firmar seus deuses como uma unanimidade sobre seu povo, buscando uma homogeneidade que trouxesse a paz para dentro de sua civilização.
Já Roma queria mostrar à Grécia que, apesar de ser mais prematura em relação a esta última, era ela quem detinha o poder e controle das regiões e etnias, provando seu desejo de ostentação.






(Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaRCNwLkWYFGaLMzGl5dFW6tKVq7BfK_ShgYVlojFgKSfypJuRiicguO3B2mT3OqpYCWck8_e0POdP9RAhIHw9HnXjpdc_3itMs1U9cRC6ZzWGRr1L1t42AQoMlSlaAAM3liY9ZxzJ4jM/s320/pergaminho.jpg)

A tendência educacional cristã


O poderio da igreja medieval levou aquela sociedade a aprender somente aquilo que os sábios da época queriam que o povo soubesse, obviamente devido a grande maioria dos mestres ser católica, como já sabemos. É nesta época que os grandes colégios são formados dentro das igrejas e delas sairão os intelectuais medievos. É sobre este mesmo contexto que surgirão também as primeiras universidades.


O ensino ainda era muito dogmático e as verdades cristãs ainda prevaleciam, a igreja é detentora de uma grande influência sobre toda a civilização européia e por isto suas verdades não aceitavam contestações, todos os que contrariassem as verdades pregadas sobre a realidade, sobretudo o mito divino de criação do mundo, eram brutalmente castigados; a fogueira foi a principal arma contra todos os que começaram a contestar as teorias criacionistas, sobretudo alguns cientistas e seus discípulos. Desta forma a Santa Inquisição manipulava tudo o que era registrado, houve períodos onde livros foram isolados da civilização e guardados a "sete chaves" pelos encarregados cristãos, desta forma podemos perceber que a influência católica sobre a historiografia é enorme, para não afirmar que fora ditatorial.


Esta questão de igreja sobre a produção historiográfica é muito bem explanada na obra O nome da Rosa, o filme desta trama mostra de uma forma bastante verídica as manipulações católicas sobre as obras da época e a brutalidade da Santa Inquisição ao empregar suas verdades.


(Fonte:http://br.geocities.com/gfpdoresbh/grupo/formacao/figuras/filmes/o_nome_da_rosa.jpg)