segunda-feira, 1 de outubro de 2012

A Lei Áurea e o destino dos libertos

(Desenho expressando a liberdade trazida pela Lei Áurea produzido pela aluna Alexsandra Crispim da 7ªIII)

Assim que concluímos os estudos sobre a abolição da escravidão brasileira resolvi lançar um desafio aos alunos, então pedi a eles que expressassem sua opinião sobre o destino dos recém libertos, a intenção era faze-los pensar: para onde foram os milhões de negros que se tornaram livres de um dia para o outro com a assinatura da Lei Áurea em 1888. O resultado foi bastante positivo, muitos conseguiram estabelecer a relação existente entre a falta de política inclusiva do negro na sociedade com o preconceito e más condições de vida que vem enfrentando até hoje em nosso país. Abaixo estão alguns dos melhores trabalhos, confira:

Charges

(Autoria: Ana Clara 7ªV)

(Autoria: Sara Jhenifer Rodrigues Araújo 7ªIII)

Poesias

Destino dos Libertos por Thaís de Almeida - 7ª VI

A lei Áurea foi assinada
Os escravos livres estão
Mas para onde eles vão
Se não tem direção?

Não adiante de nada
Receber a liberdade
Se eles não tem dignidade
E não ganham respeito da sociedade.

Para não morrer de fome
Alguns hão de invadir casas
Essa lei não ajudou o homem
Que já sofreu levando chibatadas.

Outros, sem rumo
Escolhem voltar ao trabalho duro
Pelo menos assim conseguem sobreviver
Tendo onde dormir e o que comer.

Outros ainda, preferem acabar
Com suas próprias vidas
Melhor não ter esta vida maldita
Do que ser tratado como um parasita.

Enfim, esta lei não ia servir
Para ajudar os pobres escravos
Que finalmente foram libertados
Mas não tinham rumo a seguir
E agora estavam condenados
Mas tinham de partir.

O fim da escravidão e o destino dos libertos por Gercino C. Motter Neto - 7ª I

Salve a princesa Isabel
Deu liberdade a todos
Foi no dia 13 de maio
Negro não é mais lacaio
Negro não tem mais senhor
Desde o dia em que a princesa assinou
A lei Áurea concedendo a abolição
Hoje o preto pode ser doutor
Deputado ou senador
Não deveria mais haver preconceito de cor

O fim da escravidão por Pâmela Carmo da Silva - 7ª I


No Brasil imperial
Resquício colonial
Ainda estava presente
A cruel escravidão
Era infame a opressão
Num país independente.

A tão sonhada alforria
Chegou em 13 de maio
Para os negros a alegria
Não precisou nem de ensaio
Bateram em retirada para
Viver sem chibatadas.

No século XIX
O nosso império promove
A medida inaugural
Levantou a sua voz
O Euzébio de Queiroz.

Começaram a seguir
Um longo caminho novo
Sem ninguém para lhes perseguir
Conseguiram então sair
E seguir tranquilos num todo.

A princesa Isabel
Aboliu a escravidão
E acabou com o sofrimento
De muito cidadão.

Os negros discriminados
Ainda hoje são, pois
Passaram por uma
Grande escravidão.

Hoje é lei
Escravidão não
Racismo, mal tratos e rejeição
Hoje, levam á prisão.

Paródias

Música: Tem que ser você (Vitor e Léo) por Milena Duarte - 7ª I

Um dia meus pés puderam pisar
Onde o meu senhor
Nem me deixava chegar
E não tem chicote a gritar
Pois a escravidão agora acabou
Agora é hora de esquecer, e, e, e...

Que um dia fui escravo
Não vou negar
Quer era comercializado
Pra outro patrão me comprar
Só sei que a abolição
Chegou pra acabar
Com a dor na alma
E com as lágrimas do meu olhar

Agora vou aonde eu quiser
Sem a escravidão
Sem esse horror
E agora é hora de esquecer, e, e, e...

Música: Camaro amarelo (Munhoz e Mariano) por Ariel Silveira - 7ª I


Agora fiquei solto, solto, solto
Agora fiquei so, so, so, so, solto, solto
Agora fiquei solto, sem nenhum abrigo
Todos me perturbam, ninguém quer morar comigo

Graças á princesa todos foram libertados
E até que enfim veio o fim dos escravos
Não sei para onde vou
Nem sei o que fazer
Tô solto por aí, não sei aonde ir

Agora fiquei solto, solto, solto
Agora fiquei so, so, so, so, solto, solto
Agora fiquei solto, sem nenhum abrigo
Todos me perturbam, ninguém quer morar comigo


Música: Camaro amarelo (Munhoz e Mariano) por Jéssica Caroline do Prado - 7ª I

Agora eu tô livre, livre, livre, livre
Agora eu tô li, li, li, livre, livre
Agora eu tô livre, não sou mais escravo
Não preciso mais trabalhar no pesado
Graças á princesa eu fui libertado
Foi por causa dela a abolição dos escravos

Quando eu era um escravo trabalhava dia e noite dobrado
E ainda por cima meu patrão nos colocava muitas vezes no leilão
Daí veio a Princesa Isabel e resolveu os meus problemas, minha situação
E do dia pra noite fiquei livre
Tô rindo agora á toa e tô andando pra outra direção

Agora eu tô livre, livre, livre, livre
Agora eu tô li, li, li, livre, livre
Agora eu tô livre, não sou mais escravo
Não preciso mais trabalhar no pesado
Graças á princesa eu fui libertado
Foi por causa dela a abolição dos escravos

Redações


O destino dos libertos por Luana de Oliveira Schuch - 7ª VI


Depois que a princesa Isabel assinou a Lei Áurea em 13/05/1888 decretando o fim da escravidão, todos os senhores dos escravos foram obrigados á abrir as portas e deixar os escravos irem embora. Enfim os escravos seriam livres das chicotadas, das surras e do trabalho forçado sem remuneração. Poderiam arrumar um emprego, uma casa e até construir uma família. Bem, pelo menos era o que parecia. Mas se analisarmos bem, não foi nem um pouco assim.
Que a Lei Áurea foi criada para libertar os negros escravos de tal serviço, é verdade, mas essa lei não obrigava ninguém a empregá-los ou aceitá-los como membros normais da sociedade. Ninguém dava emprego aos negros, porque agora eles teriam que receber salário como as outras pessoas. Se já não queriam que os negros recebessem salário, muito menos que fossem vistos como pessoas normais, e com esse pensamento primitivo de que só porque são de outra cor não são iguais à todos, evitavam os negros.
Aí vem a pergunta: pra onde eles iriam? O que fariam da vida? Não falavam português, ninguém os acolheria por causa de sua cor, então acabaram na miséria. Por causa disso, até hoje, no Brasil inteiro existem favelas, nas quais a maioria dos habitantes é de cor negra.

Destino dos libertos por Letícia Heck da Cruz - 7ª VI

Depois de tantas leis que não foram respeitadas e de tanta pressão da Inglaterra surge no Brasil a tão "grandiosa" Lei Áurea. A lei que abolia a escravidão no Brasil. Mas será que essa lei solucionou realmente o problema? Acredito que não pois para onde iriam os libertos? Teriam uma vida realmente mais digna do que a que tinham quando escravos?
Realmente não tiveram, suas opções de vida eram poucas:

  • Podiam ficar ali mesmo nas fazendas trabalhando como escravos ou com "salários" injustos referente ao que eles faziam;
  • Também podiam fundar uma comunidade dos libertos, todos juntos teriam mais poder, poderiam ganhar moradias e até poderiam receber valor na sociedade;
  • Poderiam se matar para acabar com aquela vida desgraçada e indigna que tinham;
  • E a ultima e mais optada opção foi a de invadir as terras para construir uma "casinha", nem sei se aqueles barracos podiam ser chamados de casas. A maioria conseguia pequenos pedaços de terra para construir seu barraco em morros onde não tinha como ser nada confortável por causa das terras nada planas e porque os barracos eram feitos com coisas  que eles achavam. E foi a partir daí que surgiram os bairros pobres, hoje chamados de favelas.

Destino dos negros libertos por Vanessa Stéfani da Cruz - 7ª VI

Depois de tanto sofrimento passando fome e de várias leis como: a "Lei para inglês ver", "Lei Eusébio de Queiroz", entre outras, a princesa Isabel resolveu criar uma lei para libertar os negros, a tal Lei chamada "Áurea".
Quando os negros se viram libertos, não sabiam para onde ir, pois nem todos falavam português, não conheciam basicamente ninguém e não sabiam o que fazer.
Então todos os negros libertos se reuniram, conversaram e decidiram se separar em grupos para ir nas casas das pessoas pedir ajuda pois eles concluíram em fazer algumas casas para morarem com materiais comuns e fáceis de encontrar.
Depois de tantos anos de escravidão, os negros já  estavam tão cansados que para eles não fazia mais sentido viver, muitos já estavam quase morrendo pois no máximo eles completavam 40 anos de idade, mas para os negros o trabalho livre era muito, mas muito, mas muito tranquilo, mais calmo e mais divertido.
O tempo foi passando e aos poucos os negros conseguiram construir  suas moradias, os que estavam em bom estado de saúde iam arrumar algum trabalho para fazer e poder sustentar sua família.
Muitas famílias foram geradas e muitas outras aos poucos iam  morrendo. Muitos e muitos anos se passaram e os negros foram construindo uma espécie de favela, para que com o aumento das famílias o povo visse que os negros também são pessoas comuns e que tinham o direito de ter uma vida e um bom emprego, calmo e tranquilo, como as pessoas brancas e bem de vida tinham.
Depois desses anos todos tentando reconstruir suas vida em novas favelas, os negros não conseguiram o que queriam: a "igualdade" e sim a "desigualdade". Mas hoje em dia muitos negros conseguiram ganhar a confiança das pessoas e a desigualdade no mundo, aos poucos, esta diminuindo.


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