quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Oradores Barrigas-Verdes, a arte de falar bem


             
(Acervo pessoal: capa da obra)
(Acervo pessoal: contracapa autografada)

O livro Oradores Barrigas-Verdes: a arte de falar bem, foi redigido por dois autores renomados: João Alfredo Medeiros Vieira e Marcos Roberto Rosa. Publicada pela editora Ledix no ano de 2012, o objetivo da obra é comentar sobre a arte de falar bem (a oratória) aproveitando a oportunidade para apresentar os maiores oradores catarinenses. O texto foi dividido em duas partes, cada uma delas produzida por um dos autores. Vejamos as colocações de cada escritor:

João Alfredo Medeiros Vieira

Para iniciar o livro João Alfredo enfatiza que seria impossível apresentar todos os oradores importantes de Santa Catarina numa única obra, desta maneira deixa a sugestão de novos trabalhos sobre o assunto. O autor considera a Oratória algo inseparável da História, uma vez que nasce e se desenvolve da última, principalmente em tempos de crise durante discursos jurídicos e religiosos. Exemplo: foi durante a Revolução Francesa que surgiram alguns dos maiores oradores de todos os tempos.

Menciona o caso do surgimento das primeiras universidades durante a idade média lembrando o florescimento oratório nessa época, entretanto afirma que nenhum tipo de oratória é mais arrebatadora para ele do que a política. Acredita ser possível entender o meio e a época em que a pessoa estava inserida realizando uma análise de sua oratória. Porém alerta: nenhuma oratória, assim como a escrita, consegue alcançar êxito sem que exista o conhecimento pleno da língua em que será executada. 

Após essas colocações o autor começa a apresentar os oradores que elegeu para homenagear nesse livro.  Entre os homenageados figuram pessoas das mais variadas áreas profissionais: parlamentar, cívica, forense, acadêmica e sacra. João Alfredo inicia o texto sobre cada orador fornecendo uma breve biografia e segue expondo algum discursos que a pessoa em questão proferiu. Muitos trechos dos discursos compunham o próprio caderno de anotações do escritor.

Na sessão de oradores cívicos foi incluído um importante batistense, Dr. Willian Duarte da Silva. Advogado e empresário do ramo hoteleiro, Dr. Willian teve papel fundamental como orador durante o processo de emancipação do município de São João Batista. Logo, devemos muito á ele. Entretanto, apesar de tantos oradores competentes citados no livro o autor termina com um desabafo declarando que a oratória catarinense está em decadência, principalmente pelo emprego da tautologia.

A tautologia, para quem não conhece, é a repetição excessiva de idéias utilizando termos diferentes em cada colocação, um erro bastante comum. Ao falar dessa crise oratória no estado, João Alfredo deixa evidente sua capacidade crítica como leitor voraz, uma característica tão visível quanto sua religiosidade.

Marcos Roberto Rosa

O segundo autor do livro inicia sua colocação explicando que a Oratória (arte de falar bem) fazia parte da Retórica (apresentação de discursos) na Grécia e Roma antigas. Explica também que os latinos, por influência romana, utilizam até hoje uma oratória floreada, muito mais bonita do que repleta de conteúdo, um problema sério a ser superado por países como o Brasil.

Marcos Roberto alerta que um bom orador deve tomar muito cuidado durante seu discurso para manter seus gestos suaves, voz agradável e vibrante, postura firme, olhar sobre todos os presentes, limitar seu assunto, intercalar exemplos e imagens, usar palavras familiares aos ouvintes ao mesmo tempo em que trabalha seu semblante e respiração.

O autor afirma que qualquer pessoa com capacidade de fala pode se tornar um grande orador, só que para isso acontecer precisa estar disposto a exercitar e praticar sua memória, adaptabilidade, inspiração, entusiasmo, determinação, observação, expressividade, síntese, ritmo, voz, vocabulário, expressão corporal, naturalidade e, principalmente, seu conhecimento.

Continuando a obra o escritor comenta sobre a importância de Aristóteles para a Retórica ao introduzir nela a persuasão. Explica que um discurso pode persuadir os ouvintes de três maneiras: pelo exemplo do orador (Ethos), pelo despertar das emoções do público (Pathos) e pela comprovação das idéias expostas com argumentos convincentes (Logos).

Para finalizar Marcos Roberto apresenta um exemplo de discurso riquíssimo. O texto é de João Alfredo Medeiros Vieira e foi pronunciado durante a recepção de Gilberto Callado de Oliveira na Academia Catarinense de Letras no dia 17 de abril de 2008. A anexação deste discurso comprova a admiração que Marcos Roberto sente pelo colega que escreveu o livro com ele, João Alfredo.

Encerro aqui meu singelo resumo sobre o livro Oradores Barrigas-Verdes: a arte de falar bem. Peço desculpas aos autores por algum eventual erro. Tudo que escrevi foi pensando na maneira de divulgar ainda mais essa produção tão sábia. Aproveito para comunicar que gostaria de ter percebido uma interação mais rica entre os escritores.

Gostaria de agradecer ao Dr. Willian por ter me presenteado com essa obra tão rica que com certeza enobrecerá meu trabalho daqui pra frente, tanto como professora quanto como escritora. Muito obrigada!

Não posso finalizar sem antes indicar a leitura completa do livro á todos que desejam aperfeiçoar sua oratória e conhecer melhor o tema. Até mais!

Nenhum comentário: