sábado, 2 de março de 2013

Incas

(Ruínas da incrível cidade inca de Machu Picchu)

O império Inca surpreendeu o mundo. Formado na região sul do Peru por volta do século XIII a partir da capital Cusco acabou se espalhando pelas terras que hoje compreendem o Peru, Colômbia, Chile e Argentina. O imperador era adorado como filho do sol e chamado de Sapa Inca. Ele era responsável pelas 12.000.000 de pessoas que chegaram a viver no império, sendo que 7.000.000 delas pertenciam a 100 povos diferentes. 

O Sapa era a pessoa mais importante da sociedade inca. Como era considerado filho do Deus Sol ele devia se casar com uma de suas irmãs, filha da Deusa Lua. Quando o imperador falecia era ela quem escolhia o filho mais adequado para ocupar o cargo de imperador de seu pai. Mas os Sapas podiam ter quantas esposas quisessem, alguns tiveram centenas. Só que quando eles morriam elas deviam ser sacrificadas junto com todos os empregados particulares do imperador para serem enterrados com ele.

Para fazer parte desse povo existiam três regras: não roubar, não mentir e não ser preguiçoso. Mas todos os que viviam lá recebiam terras pra plantar conforme o número de integrantes da família, assim ninguém passava fome nem dificuldades. Em troca deveriam trabalhar alguns dias de graça para o governo, era uma espécie de imposto. Todos os habitantes podiam contar com a defesa de um exército bem treinado e com o apoio de um calendário de 365 dias divididos em 12 meses indicando a época certa para o plantio de cada coisa.

E não era só isso. Os moradores também podiam desfrutar de mais de 23.000 km de estradas calçadas com pedras resistentes. Lá passavam várias caravanas de lhamas facilitando a troca de produtos com outros povos. Por esses caminhos também circulavam os Chasques, mensageiros altamente treinados que levavam recados do governo correndo rapidamente. Como não dominavam a escrita todas as mensagens eram decoradas e transmitidas de chasque para chasque até chegar ao seu destino final.

O império era muito organizado e contava com mais de 70 cidades. Para facilitar o controle de tanta gente ele foi dividido em 4 partes e cada uma tinha um Quipumayaque, homem responsável por fazer os nós de corda que registravam tudo que existia naquela parte do império. Esse conjunto de cordas foi uma importante invenção de contagem e registro, eram os Quipus

A engenhosidade inca também os levou a criar um sistema de irrigação inovador. Eles construíram terraços em formato de escadas para poder plantar nas montanhas. Um sistema de irrigação trazia a água das chuvas da ponta da montanha até o primeiro andar de forma automática. Eles subiam para adubar a terra com excrementos de aves marinhas e morcegos, depositavam as sementes, desciam e só voltavam meses depois para colher os vegetais. Esse tipo de plantação foi chamada de andeime

Graças a esses terraços as terras altas eram aproveitadas para a agricultura. Assim as plantas não ficariam tortas e nem haveria trabalho para escalar os montes. Os andeimes foram construídos até mesmo na Cordilheira dos Andes e eram utilizados na produção de milho, feijão, algodão, tomate, pimenta, abacaxi e mais de 200 tipos de batata. Os animais criados eram as lhamas e alpacas que forneciam carne, leite e lã além de servir para carregar algumas coisas.

Os conhecimentos de construção eram apurados. As casas foram construídas com blocos de pedra de até 7 metros de altura encaixados perfeitamente sem qualquer tipo de massa para grudá-los. Nem uma folha de papel é capaz de entrar no espaço entre as pedras. O teto das construções era feito com palha trançada e oferecia um abrigo seguro até mesmo contra a chuva. 

A segurança da população era confiada a diversos deuses, mas também ás Virgens do Sol, mulheres escolhidas por sua beleza e nobreza para morar nos templos durante toda a sua vida. Essa moças eram educadas em conventos, deviam aprender a tecer lã fina e a rezar diariamente para o Deus Sol afim de manter o povo inca protegido. Embora isso não tenha funcionado no século XVI quando foram descobertos e exterminados pelos espanhóis liderados por Francisco Pizzaro.

Engana-se quem acreditar que os espanhóis é que trouxeram a violência para o império Inca, antes deles as pessoas já deviam se comportar muito bem, pois as punições aplicadas pelo imperador iam de tortura e apedrejamento até três dias confinado em calabouços com cobras e onças. Sendo assim, não é de se estranhar que os soberanos incas contratassem amautas (filósofos oradores) para espalhar histórias gloriosas a seu respeito pelo território a fim de intimidar a população e possíveis adversários tribais.

Mesmo após morrer, a influência dos imperadores incas era tamanha que seus corpos eram mumificados (embalsamados e congelados), bem vestidos, carregados em liteiras para passear e visitar entes queridos, além de participar das reuniões políticas e conselhos de guerra. Muitas pessoas se auto-sacrificavam de bom gosto para ajudar o imperador a acalmar os deuses, vestiam-se e enfeitavam-se ricamente e caminhavam rumo ao discurso do sacerdote que lhe arrancaria o coração ainda vivo, acreditavam que dali iriam morar com o Deus que haviam homenageado.

Conheça melhor esse povo misteriosamente fascinante lendo o livro Guia Politicamente Incorreto da História da América Latina de Leandro Narloch e Duda Teixeira e aproveite para assistir aos vídeos da Série Grandes Civilizações ou a vídeo-aula que seguem:




Um comentário:

Iasmim disse...

Dona acabei de ver os videos dos Incas!
Beijos Iasmim!