sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

"Milagre Brasileiro": às custas de quem?

A década de 60 foi marcada por uma série de revoluções em todo o mundo que pregavam maior liberdade aos indivíduos. Devido a presença dos militares no poder brasileiro tais revoluções praticamente não foram sentidas por grande maioria de nossa população. Nesse contexto o que ocorria no Brasil e chamava a atenção do povo era a expansão das grandes cidades e as oportunidades que vinham a oferecer, não só de trabalho, vale lembrar, mas também de entretenimento. Os trabalhadores rurais recebiam cartas de parentes anunciando a melhoria de uma vida urbana, deixando muitos interessados em partir rumo a estas oportunidades.

Os investimentos do governo na rede rodoviária facilitaram o acesso das populações do campo aos grandes núcleos centrais do país dando inicio a intensa faze do êxodo rural. Despreparadas estruturalmente para receber esse montante de pessoas, as cidades acabam formando grandes periferias: sujas, pobres e más vistas na sociedade.

O presidente Emilio Médici acaba por negar essa realidade partindo rumo ao Milagre Brasileiro fazendo vistas grossas às classes desfavorecidas. O plano era modernizar e enriquecer o país a qualquer custo, e assim foi. As multinacionais tomaram conta dos pólos industriais, os investidores nacionais não conseguiram competir com essas grandes empresas e dessa forma o plano correu errado. Em pouco tempo tínhamos provocado um dos maiores problemas sociais da história brasileira, a grande concentração de terras em poucas mãos, que decorre ainda hoje através das constantes propostas de reformas agrárias não efetivadas por nossos dirigentes políticos. E o Brasil assume sua postura definitiva de sociedade fragmentada entre detentores e não detentores do poder, diferentes classes se enfrentando diariamente sem qualquer previsão de igualdade econômica.

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