quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Roma, a relação entre pais e filhos

(Família romana - Fonte desconhecida)

A sociedade romana é considerada um dos principais modelos para o mundo em que vivemos hoje, no entanto, o povo de Roma possuía algumas características muito particulares que não observamos mais entre as pessoas. Agora você vai iniciar uma viagem pelo império romano para descobrir as maiores curiosidades vivenciadas no dia a dia de quem nascia nessa civilização poderosa, divirta-se:

A gravidez

Os romanos apresentavam um índice muito baixo de reprodução e, para dificultar ainda mais o aumento populacional, eles costumavam usar algumas técnicas de aborto que variavam entre a contracepção e cirurgias. Havia o costume feminino de se lavar após o ato sexual para evitar a gravidez, existiam drogas que matavam os espermas masculinos e era comum que as mulheres transassem somente pouco tempo antes ou depois do período menstrual para evitar que estivessem em seu período fértil. A própria lei romana afirmava que se uma mulher concebesse três filhos ela já teria cumprido seu papel social e por isso não havia problema se ela quisesse se livrar dos filhos indesejados.

O nascimento

Os partos das romanas eram realizadas por parteiras que colocavam o bebê no chão assim que ele vinha ao mundo, nesse momento o pai se aproximava do filho para decidir se queria ou não que essa criança participasse de sua família. Esse era um costume comum também entre os gregos. Quando os pais aceitavam o bebê deviam pegá-los no colo, já se preferissem se livrar do pequenino deveriam largá-lo em frente a casa ou em algum monturo público para que algum interessado a recolhesse. Essas crianças rejeitadas por sua família de sangue eram chamadas de enjeitadas e teriam a chance de encontrar um bom lar adotivo, mas aquelas que nasciam deficientes geralmente não tinham essa oportunidade porque a maioria era afogada até a morte assim que chegava ao mundo.


A adoção

Filhos adotados eram tão importantes quanto os naturais, o que importava a um pai de família romana era ter filhos, não importando sua origem. Alguns cargos públicos exigiam que os homens fossem pais para assumir a posição e a adoção era uma saída para homens idosos ou estéreis que desejavam determinadas profissões. Também era possível adotar homens adultos que tivessem ficado órfãos e dessa maneira o pai adotivo se tornava dono de tudo que pertencesse ao seu filho recém adotado, essa era uma boa maneira de adquirir terras e poder. Em Roma o seu sangue não importava, o importante era o seu sobrenome e assim alguns meninos humildes acabavam se tornando pessoas respeitadas na sociedade porque foram adotados por senhores poderosos.

A educação

As mães ricas de Roma não criavam seus filhos porque a educação deles era feita até a puberdade por uma nutriz que o amamentava e lhe ensinava a língua grega e um nutridor que fazia o papel de um professor. Assim que nasciam as crianças eram levadas pra morar numa casa do interior que pertencesse a senhora mais idosa de sua família, geralmente a avó. Por regra as avós paternas eram mais rígidas, enquanto que as maternas eram um pouco mais amáveis. Os filhos deveriam morar no campo com sua vice-família (nutriz, nutridor e irmãos de leite) para viver longe das tentações das cidades, lá eles deveriam aprender a resistir ao luxo e a decadência o que não seria possível se vivessem em meio as festas de sua família poderosa. As crianças só iam pra sua casa quando ocorria um jantar especial e não deveriam esquecer de chamar seus pais de domines que significava senhor, o que demonstrava a rígida educação que um pai oferecia ao filho(a). Era dever do pai ensinar seus filhos a suportar o que lhes fará bem mesmo que doa, tanto que eles enfaixavam os bebês recém nascidos para evitar que se deformassem e não importava o quanto a criança chorasse.

A escola

Era comum que meninas e meninos frequentassem a escola antes de completar doze anos de idade e por isso até mesmo pessoas muito pobres sabiam escrever. Mas para redigir um documento público era preciso saber as regras de ortografia que só eram aprendidas pelos meninos ricos que seguiam seus estudos e aprendiam até mesmo a língua grega que era considerada a mais culta da época (Obs.: o interessante é que os gregos nunca demonstraram interesse pela língua romana, o latim.). Depois disso os meninos começavam a estudar os clássicos e a praticar discursos judiciários ou políticos.

A adolescência

Com doze anos de idade os meninos já podiam deixar as roupas infantis e por volta dos quatorze já estava se divertindo como um adolescente. Não existia a maioridade em Roma, por isso eram os pais quem decidiam o momento em que seus filhos deveriam começar a usar roupas de adulto e cortar o seu primeiro bigode. Durante cinco ou dez anos os jovens visitavam prostitutas ou mantinham amantes, também era comum que se organizassem em associações de jovens que saíam para se divertir e que muitas vezes arrombavam portas para abusar de mulheres indefesas já que o sexo não era considerado um pecado, mas sim um prazer que só deveria ser limitado para manter a higiene e evitar problemas de saúde. Os médicos recomendavam a prática de ginástica e estudos filosóficos para conter o desejo sexual dos jovens que só parariam com a busca por amantes e favoritos quando se casassem.

Assassinar o pai

Parece absurdo, mas matar o pai era uma prática muito comum em Roma porque, não importava se o garoto era casado ou não, quem mandava nele e em todos os seus bens era o seu pai que mantinha a posição de juiz sobre o filho detendo o poder de condená-lo a morte se o julgasse culpado de algum ato. Sendo assim, os filhos não podiam sequer seguir a carreira que pretendessem se não tivessem o consentimento e o incentivo financeiro de seus pais. Os homens só se tornavam pais de família (independentes) após a morte de seu pai.

O testamento

Quando um romano morria era realizada a leitura de seu testamento e para ser considerado uma pessoa nobre o morto deveria deixar herança para todos os membros de sua família sem exceção e também para as pessoas que moraram com ele ou lhe consideravam especial: escravos, libertos e clientes. Com a leitura do testamento os filhos homens se tornavam independentes e passavam a ser pais de suas próprias famílias tornando-se definitivamente adultos, já as filhas solteiras recebiam a sua parte da herança e o direito de se casar com quem bem entendesse. 

Então, ainda bem que não mantivemos todos os costumes romanos não é mesmo?! Apesar de toda a organização de Roma, algumas de suas características nos parecem bem assustadoras hoje em dia. Espero que tenha gostado dessas curiosidades romanas e deixe seu comentário sobre esse texto para trocarmos ideias.
Até mais!

Um comentário:

Unknown disse...

Parabéns pelo seu trabalho, muito interessante, leitura simples e muito informativo, gostaria de saber mais sobre os filhos adotivos se possível .Obrigada