segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Salvador Allende

(Caricatura de Salvador Allende - Autor desconhecido)
Salvador Allende Gossens nasceu em Valparaíso numa família rica aonde iniciou seus hábitos de equitação, natação, tiro ao alvo e passeio de veleiro. Ao amadurecer ingressou para a ordem secreta de um grupo maçônico seguindo os exemplos de seus pai e avô, passou a usar óculos de aros grossos, entrou num curso de medicina em 1926 e assumiu um discurso radical a favor do marxismo-lenista quando conheceu um sapateiro italiano anarquista.

Seu fanatismo pelo modelo político socialista era mantido até mesmo dentro de casa aonde chamava suas próprias filhas de "companheira Carmen", "companheira Isabel"... Ninguém duvidava do fato de que Allende era um democrata convicto, assim ele se tornou o primeiro presidente marxista eleito pelo povo por 36% dos votos a seu favor. Ao assumir o cargo, Allende assinou um juramento prometendo respeitar o Estado, as Forças Armadas, a liberdade de opinião, a pluralidade sindical, a autonomia das universidades e a indenização aos proprietários de terras expropriadas.

Em pouco tempo ele debochou desse documento passando a ignorar todas as suas promessas, tanto que deixou clara a sua intenção dentro do governo do Chile: "estabelecer um Estado revolucionário que possa libertar o Chile da dependência e do atraso econômico e cultural e iniciar um processo de socialismo. A violência revolucionária é inevitável e legítima [...]". Assim, as pessoas que foram morar em terras chilenas para fugir da ditadura brasileira, passaram a assistir Allende criando grupos paramilitares apoiados por Cuba.

Rapidamente os seguidores de Allende passaram a tomar fazendas e fábricas usando a força das armas e colocando uma faixa nos portões: "Essa propriedade foi tomada pelo povo.". Os donos dos locais deveriam ir embora, mas muitos deles foram assassinados antes disso, alguns se suicidaram e outros morreram de ataques cardíacos. Entre novembro de 1970 e abril de 1972, 1.762 fazendas foram invadidas pelos grupos armados do presidente. O povo chileno começava a vivenciar uma das fases mais tristes de seu país.

Jornais e rádios começaram a ser atacados ou comprados pelo governo de Allende que passou a controlar a venda de antenas de transmissão, tinta e óleo para regular as notícias publicadas no país. Para se proteger da reação popular, o presidente criou uma guarda pessoal chamada de GAP e pretendia criar uma Escola Nacional Unificada aonde crianças e jovens seriam educados segundo os conceitos de uma sociedade não capitalista com o intuito de não se voltarem contra as decisões governamentais.

Os canais de televisão também foram tomados pelo governo assim como o cinema que só poderia exibir filmes aprovados pela Chile Films. Em três anos a produção industrial caiu 12%, a agrícola 30%, a de carne bovina 20% e a de cobre 2%. A área de terra cultivada diminuiu em um quinto, as colheitas de arroz caiu 20% e a de trigo diminuiu em um terço. As reservas internacionais caíram de 400 milhões de dólares para 0. A população teve de aceitar o aumento de 1.000% nos preços e sofrer com o sumiço dos produtos nas prateleira do comércio.

Para controlar o que as pessoas podiam comprar, Allende criou as Juntas de Abastecimento e Preço que distribuíam os produtos para o povo pelo preço fixado pelo presidente e, para piorar, cada pessoa recebeu um cartão de racionamento que regulava a quantidade de cada produto que a pessoa podia comprar para sua família. Perante essa situação, muitos pais de famílias assistindo seus filhos passarem necessidade começaram a desviar produtos das empresas em que trabalhavam.

O desvio não era difícil, uma vez que o presidente havia proibido a existência de cargos mais importantes dentro das empresas extinguindo a existência de chefes que fiscalizassem os funcionários. Dentro da empresa todos eram iguais e não tinham como punir os colegas que desviassem ou roubassem alguma coisa dentro do ambiente de trabalho. Ao que tudo indicava, a única coisa que ainda funcionava no Chile eram as fábricas de bandeiras e ao perceber essa situação o presidente foi até a União Soviética pedir ajuda econômica, mas teve o pedido negado.

Allende acreditava que alguns tipos humanos teriam de ser eliminados para evitar alguns problemas dentro da sociedade. Ele criou uma tese com duas categorias de vagabundos, os de origem étnica como judeus e os de origem econômica como mendigos, e sugeriu em 1939 um Projeto de Lei para a Esterilizaçãção dos Alienados completamente baseado nas ideias de eugenia usadas por Hitler na Alemanha. Quando uma pessoa era indicada para a esterilização ela ocorreria em no máximo 30 dias e, caso a família se negasse a aceitar a decisão, o serviço seria feito com o auxílio da polícia.

Felizmente, esse projeto não foi aceito por muitos médicos de renome e acabou abandonado antes mesmo de ser apresentado ao Parlamento. Mesmo com essa oposição a suas ideias nazista, Allende se negou a expulsar Walter Rauff do Chile, mesmo sabendo que ele era o criador dos caminhões de gás que exterminaram meio milhão de pessoas na Europa por desejo do governo alemão. Mas o projeto que mais chamou atenção durante o governo de Allende foi o "Plano Z".

O Plano Z estava marcado para 25 de agosto de 1973 e devia deter oficiais e pessoas da oposição já fichados pelo governo para levá-los a lugares de retenção e eliminação. O plano também incluía a sabotagem de aeroportos, pontes, ferrovias, vias de comunicação e estradas para isolar as cidades e impedir um possível contra golpe. O plano não chegou a ser colocado em prática por falta de tempo porque os chilenos já começavam a criar complicações para o presidente, principalmente as mulheres que organizavam greves batendo panelas nas ruas e jogando milho nos pátios dos quartéis.

A atitude feminina sobre os quartéis do exército chileno insinuavam que os militares eram covardes feito galinhas e que por esse motivo não tomavam nenhuma atitude contra Allende. O que de fato não era completamente equivocado porque os militares só se manisfestaram contra o governo quando o presidente ordenou a prisão dos 63 maiores empresários do país. O general que organizou o ataque contra Salvador Allende foi justamente um de seus homens de confiança, Augusto Pinochet

O próprio presidente afirmava que não era o presidente dos chilenos, mas sim de um terço da população que o colocou no poder. Como ele estava longe de agradar o povo, a Câmara dos Deputados também era composta por pessoas que estavam insatisfeitas com a presidência e acabaram declarando que o governo de Allende era ilegal com 87 votos.  No dia 11 de setembro de 1973, ás duas horas da tarde, Salvador Allende se suicidou com um tiro de fuzil AK-47 na cabeça que havia ganho de presente de Fidel Castro.

Pinochet acabou assumindo o poder do Chile e instaurando uma ditadura que durou 17 anos e assombrou a população de uma tal maneira que Allende passou a ser considerado um bom homem quando comparado a ele. Desta maneira nosso personagem passou a ser considerado um sonhador, um homem que queria tornar seu país um local mais justo redistribuindo terras e destruindo a classe dos patrões. Mas será que é justo lembrá-lo como um idealizador comunista mesmo tendo cometido tantos erros graves?

Creio que o mais correto seja alertar o mundo sobre sua face sanguinária. Então, caso você tenha se interessado por esse texto e queira saber mais a respeito desse importante personagem americano, sugiro que consulte o livro Guia Politicamente Incorreto da América Latina escrito por Leandro Narloch e Duda TeixeiraEspero que formule sua opinião a respeito de Allende e deixe nos cometários abaixo para que possamos saber cada vez mais sobre esse homem tão marcante na história chilena.

Até mais!

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