segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

A Guerra de Independência do Brasil, um confronto de esfarrapados

(Óleo sobre tela de Antônio Parreiras)

A Guerra de Independência do Brasil foi deflagrada em fevereiro de 1822 e chegou ao fim em novembro de 1823, contabilizando 21 meses de batalhas contra Portugal que desejava reafirmar seu poder sobre nosso país restabelecendo a condição metrópole/colônia. As cortes portuguesas estavam exaltadas e começaram a enviar tropas para nosso país.

Esta guerra é pouco conhecida porque não foi tão grandiosa. O numero de mortos, calcula-se, não ultrapassou a margem de 2.000 a 3.000 pessoas. Os dois países estavam em situação difícil, pouco podiam investir nos conflitos. Portugal conseguia empréstimos com um pouco mais de facilidade do que o Brasil, até então uma colônia com sonhos de liberdade e 8000km de litoral para defender.

A prioridade brasileira era, sem dúvida alguma, criar e manter um Exército, mas sobretudo uma Marinha de Guerra. Para isso foram organizadas doações públicas que foram iniciadas com as benesses de Dom Pedro I e sua esposa, Dona Leopoldina. O mutirão nacional teve suas contribuições destinadas primeiramente para a equiparação da indústria naval.

A melhor saída era evitar que os navios portugueses aportassem, uma vez que, em terra o exército brasileiro era muito frágil, recém criado, ainda estava mal preparado pra combater as eficientes tropas lusitanas. Grande parte dos soldados locais eram escravos ou jovens recrutados a força. Muitos homens amputavam dedos das mãos para não ter que ingressar nas batalhas.

Uma saída encontrada foi buscar auxílio na Europa. Com o fim das incursões de Napoleão Bonaparte as nações europeias eram verdadeiros celeiros de navios de guerra e oficiais da mais alta habilidade militar. Na Inglaterra o recrutamento havia sido proibido por lei, então os enviados brasileiros afirmavam que estavam em busca de colonos para as terras produtivas do Brasil, muitos chegaram aqui iludidos com essa ideia.

Nas ruas brasileiras o clima era de instabilidade. Os portugueses que andavam por aqui eram constantemente atacados, a não ser que fossem reconhecidos adeptos da causa de independência. As batalhas tinham duas frentes e por isso aconteciam quase que simultaneamente no sul e no norte do país, a mais significativa delas foi a Batalha de Jenipapo.

A Bahia foi a que mais sofreu com os ataques, sobretudo na cidade de Salvador. Pará e Maranhão se mantiveram fiéis a Lisboa por muito tempo. Os três redutos se renderam somente com a chegada do almirante Cochrane. A reconquista do trono português para Dom João VI executada por seu filho Dom Miguel, irmão de Dom Pedro I, acalmou o conflito provocado pelas cortes. Mais detalhes sobre a Guerra de Independência do Brasil podem ser encontrados no livro 1822 de Laurentino Gomes. Até mais.



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