quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

José Bonifácio de Andrada e Silva, o nome que está por trás da Independência do Brasil

(José Bonifácio idealizando a Bandeira do Brasil em tela de  Eduardo Sá)

José Bonifácio de Andrada e Silva, filho de comerciantes moradores de Santos, partiu para a Europa no ano de 1783 com apenas vinte anos de idade rumo a uma das mais importantes universidades do mundo, a de Coimbra, onde se formou em Direito, Filosofia e Matemática. Além de brilhante aluno também possuía o dom da poesia. 

Pequeno, pálido e magro, fazia uma trança nos longos cabelos negros que escondia dentro do casaco nas ocasiões formais. Dos Andrada herdou a insolência. A respeito de seus trabalhos era vaidoso e arrogante. Boêmio, bom de copo, terminou muitas noites dançando sobre mesas de bares. Adorava contar histórias e piadas, logo seu caráter afável e divertido lhe tornou popular entre as pessoas humildes.

No vestir e morar tinha hábitos bastante simples, mas quando o assunto era mulher costumava se esbanjar.  Teve dois filhos ilegítimos mesmo estando casado com a irlandesa Narcisa Emilia O'Leary. Ótimo com a espada e as palavras, formou uma biblioteca com mais de 6000 exemplares. Viajado e cosmopolita, retornou ao Brasil somente em 1819  quando conseguiu a autorização do príncipe regente Dom João VI.

Chegando ao país, anos mais tarde, foi nomeado tutor dos filhos de Dom Pedro I. Ás voltas com as ameaças de Portugal, a imperatriz Dona Leopoldina tentou convencê-lo a entrar no ministério. A portas fechadas impôs condições ao imperador antes de aceitar o cargo, o conteúdo da conversa permanece em sigilo até os dias de hoje. Abolicionista convicto, tinha em mente uma série de idéias para a nação:

"[..] um conjunto notável de propostas inovadoras, que ainda hoje fariam sentido no Brasil. Além da preocupação com a unidade brasileira, Bonifácio defendia a catequização e a civilização dos 'índios bravios', a transformação dos escravos em 'cidadãos ativos e virtuosos' e uma reforma agrária que substituísse o latifúndio improdutivo pela pequena propriedade familiar. O plano incluía educação primária gratuita para todos e a criação de 'pelo menos uma universidade' para o ensino superior de medicina, ciências naturais, direito e economia. Mais surpreendente ainda era a proposta de transferência da capital, do Rio de Janeiro para uma cidade a ser criada nas cabeceiras do rio São Francisco, com o objetivo de promover e facilitar a integração nacional - projeto que seria executado um século e meio depois por Juscelino Kubtschek em Brasília." (GOMES, Laurentino)

Esse homem com pensamento tão a frente de seu tempo elaborou a Declaração de Independência do Brasil ao lado de Dona Leopoldina, encaminhando-a junto com seus conselhos até a colina do Ipiranga ao encontro do jovem príncipe regente, que, após seguir seus conselhos, declarou a independência do país sagrando-se imperador da pátria. 

Em 1823 com a dissolução da Assembléia Constituinte, Bonifácio é demitido, preso e deportado para a França devido suas idéias abolicionistas para os rumos da nação, lá tornou-se um crítico voraz das ações de D. Pedro I. De volta as terras brasileiras, completamente desiludido com os rumos que a política nacional havia tomado, resolve se exilar na Baía de Guanabara aonde faleceu em 06 de abril de 1838.

Mais detalhes da vida desse homem de idéias liberais, mas governo firme e autoritário no livro 1808 de Laurentino Gomes, base deste pequeno resumo. Até mais.

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